terça-feira, 29 de agosto de 2023

 


Opinião

CADA OBRA, CADA TRAPALHADA


“Cada tiro, cada melro”. A governação socialista bem pode dizer que não é responsável pela conjuntura nacional e internacional, pelo preço dos materiais ou as falhas dos projetistas e empreiteiros, mas a verdade é que não têm uma obra pública que acabe a tempo e horas e sem derrapagens orçamentais.
Tem sido assim desde as obras como a Av. Dom Nuno Álvares Pereira e o Fórum Romano, e agora com o Passadiço Ciclável junto ao rio Nabão.
Muito haveria a refletir sobre as opções e prioridades dos socialistas para as obras públicas no nosso concelho, mas o que está em causa é a fraca execução das obras municipais, repletas de erros e omissões em projeto (o PS continua a rejeitar a revisão dos projetos antes de avançar para a obra, apesar da repetida insistência dos vereadores do PSD), o acompanhamento de obra – resultado da incompetência e leviandade da governação socialista no cumprimento do trabalho para o qual foram eleitos.
A governação socialista do Município de Tomar devia ser caso de estudo, para se saber tudo o que não deve ser feito num procedimento de obra municipal: erros e omissões nos projetos, derrapagens nos prazos de execução, trabalhos a mais e trabalhos complementares, tudo isto com custos acrescidos para o erário público e lesivos do dia-a-dia dos cidadãos.
Analisemos então mais esta trapalhada da obra do Passadiço Ciclável. Foi assinado o contrato, esteve parada 6 meses, depois foi consignada e esteve suspensa mais 7 meses, sendo um dos argumentos para esta suspensão da obra os 10 dias da Festa dos Tabuleiros. Um argumento tão ridículo que até parece que estão a gozar com os tomarenses. Tanto é, que foi o próprio Vereador Hugo Cristóvão, responsável pelas obras municipais, a informar que boa parte desta obra decorre em estaleiro – afinal em que ficamos?
Decorre em estaleiro, mas tem de ser suspensa por causa da Festa?!
Vejamos, de forma clara, a cronologia desta obra:

 Projeto aprovado em reunião de Câmara a 8 de agosto de 2021;

A Presidente da Câmara adjudicou a obra a 9 de maio de 2022 e o
contrato foi assinado dias depois, a 24 de maio;

 Estranhamente, porque não existe informação, só quase 6 meses depois, a 15 de novembro de 2022, é que a obra foi consignada, ou seja, começou a contar o prazo para a sua execução, que é de 300 dias.

 No entanto, menos de um mês depois, e durante os 7 meses seguintes, a obra esteve suspensa. Dizem os socialistas que “não foi possível iniciar os trabalhos”.

 Por isso, a 24 de julho de 2023, a governação socialista propôs à reunião de Câmara a alteração do projeto; trabalhos complementares de 206 mil euros, causados por “erros e omissões do projeto”; trabalhos a menos de 142 mil euros; e a suspensão da obra desde 10 de dezembro de 2022 até ao dia 10 de julho de 2023. A obra começou, finalmente, quando já devia estar quase a acabar!
Fica a pergunta, já repetida por diversas vezes: porque é que a revisão do projeto não foi feita antes da adjudicação? Não o tendo sido, esta obra já custa mais 64 mil euros aos contribuintes tomarenses ainda antes de ter começado sequer. A falta de estratégia, de planeamento e de rigor na gestão dos dinheiros públicos da governação socialista em Tomar não têm fim, não aprendem com os erros do passado e seguem alegremente, de festa em festa, a fazer o mesmo. E os tomarenses que se resignem a tolerar os atrasos das obras, agora são 3 meses de transtornos na EN110, e a sustentar com o dinheiro público as centenas de milhares de euros gastos a mais em obras que
poderiam ter sido evitados.

Tiago Carrão
Vereador da Câmara Municipal de Tomar, eleito pelo PSD
Presidente do PSD de Tomar

1 comentário:

  1. Esta conversa, como vem sendo habitual com estes vereadores não executivos, está ao lado do problema.
    Neste caso deviam começar por questionar se a obra é necessária. Olhassem para a utilidade do passadiço do Prado e das ciclovias urbanas, antes de se meterem noutras.
    Depois deviam-se centrar nos projetos que são feitos. Ou não são feitos - Isto é, sem projetos de pormenor e projetos de execução sem detalhe, toda a obra é uma aventura. Sabendo que têm erros e omissões, porque é que o aprovaram na reunião de 2021, por unanimidade, depois de tudo visto e analisado? Agora se não se consegue ir ao detalhe no projeto, já se sabe que pode acontecer o resvalar do orçamento e dos prazos.
    Não percebo o receio de enfrentar os serviços da Câmara responsáveis pelas obras.
    Depois vale a pena falar de penalidades. O vereador podia explicar o que acontece às empresas incumpridoras.
    Outro aspeto que sempre se recusaram a discutir foi a correção das obras mal feitas, com o argumento do deixa ficar para não andar "a brincar com o dinheiro que é de todos nós"... ( M. L. Ferromau, debate Rádio Cidade de Tomar, 1:48:00 eleições de 2021).
    As obras da Anabela são uma pesada herança que é deixada ao concelho e principalmente à cidade. O tempo de nos opormos a elas não é agora. Infelizmente, já passou.

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