sexta-feira, 18 de agosto de 2023



Política local

PSD - TOMAR a colher o que semeou


Enquanto Tiago Carrão, num texto de opinião muito lido, denuncia a arrogância e a desfaçatez da presidente Anabela Freitas e da sua maioria, Lurdes Ferromau queixa-se do mau estado das estradas da freguesia de S. Pedro, e acusa a maioria PS de esconder informação e boicotar propostas PSD, antes aprovadas pelo executivo. (ver link supra)
Para o ano há eleições europeias, 2025 é logo a seguir, e como Anabela Freitas já está fazendo as malas, rumo à terra dos moliceiros, os social-democratas nabantinos começam a acordar para a vida política local. Isto porque, em todos os casos antes citados, conquanto estejam cheios de razão, colhem apenas aquilo que foram semeando ao longo destes últimos dez anos.
Só numa terra pequena como Tomar, por isso mesmo com uma população bastante homogénea em termos culturais, poderia ocorrer o que aconteceu mesmo: uma lista PSD encabeçada pela uma cópia da lider da lista socialista. Início de toda uma série de atitudes, cujo único resultado prático foi o reforço da arrogância e da intolerância do PS local.
Desde 2013, tornou-se claro que a maioria PS ascendeu ao poder graças às aselhices dos social-democratas, incapazes de arquitectar uma alternativa sólida ao descalabro da parte final do mandato de Carlos Carrão. Como se isso não bastasse, resolveram agir sempre no quadro do "nós e os outros", sendo nós o bloco central, ou arco do poder, e os outros a oposição.
Assim inesperadamente confortados, apesar de não terem um programa capaz, os PS locais cedo perceberam que apenas se deviam preocupar com a manutenção no poder. Começaram então a comprar votos, tendo sempre em conta que apenas tinham duas forças a respeitar -os funcionários camarários e os ciganos. E foram as festas, os eventos, as obras mal ponderadas e a agressividade perante os raros críticos, uma vez que rapidamente a informação local ficou em posição "voz do dono", por necessidade de ambas as partes. Dinheiro de um lado, silêncio cúmplice do outro.
Em vez de reagir, como convinha aos interesses locais bem entendidos, os social-democratas foram sempre apoiando  implicitamente Anabela Freitas e a sua rapaziada. Nunca acompanharam qualquer crítica vinda de fora da casta no poder, por mais justa que fosse. Pior ainda, foram apresentando propostas avulsas consensuais, que o socialistas ou rejeitaram, ou boicotaram, ou apresentaram depois como suas.
Apesar da ligeira melhoria verificada com a ascensão de Tiago Carrão, os fundamentais mantiveram-se, pelo que não surpreendem as recentes atitudes arrogantes e mal educadas da maioria PS local. Contas bem feitas, os social democratas só podem queixar-se de si próprios, por nunca terem sabido criar condições para serem respeitados pela maioria que governa. E não parecem em condições de enveredar por caminhos mais adequados. No fundo, lá bem no fundo, estão como aquele pequeno agricultor que nunca conseguiu vender a única cabra que tinha, porque queria em simultâneo o animal e o dinheiro da venda. Ter a cabra e o dinheiro da cabra, eis algo impossível nos tempos que correm. Por isso, há que escolher quanto antes. O PSD - Tomar ainda será capaz?


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