sábado, 12 de agosto de 2023

 


Imagem enviada por CS, a quem se agradece.

Património e informação local

A ditadura está de regresso a Tomar? 

Ou nunca de cá saiu?


Quem já muito andou e viveu por esse mundo fora, sabe que uma das grandes diferenças entre as democracias do tipo ocidental e as ditaduras, disfarçadas ou não de repúblicas ditas democráticas, é a existência de informação independente. Em Tomar temos dois semanários, duas rádios, uma Tv local e vários sites. Há portanto muito terreno para plantar e cultivar a informação livre. Infelizmente tal não é de todo o caso. O silêncio pesado vai-se impondo.  Tal como durante a ditadura, só temos direito à versão oficial, e mesmo assim nem sempre. Só quando convém.
O primeiro-ministro António Costa visitou as obras em curso no Convento de Cristo, na manhã de sexta-feira 11 de Agosto (ver imagens). Era aguardado pelas autoridades locais e bastante polícia. A directora do Convento até mandou içar a balsa dos templários na torre de menagem do castelo, não se vê bem a que propósito. Protocolarmente, só o presidente da República é que tem direito a bandeira. Mais a mais a balsa templária, que somos os únicos com legitimidade para a içar, em Portugal e na Europa.
O que me preocupa é que 24 horas depois, a informação tomarense, apesar de assaz numerosa, ainda nada disse ou escreveu sobre a visita de António Costa. Nem anunciaram que vinha, explicando ao que vinha, nem noticiaram que estava ou o que disse, nem comentaram que se foi. Nada. É preocupante. E suscita interrogações várias.
Vão decerto alegar que há falta de meios humanos e materiais, acrescentando que também não foram informados em tempo útil. Terão razão, mas caem assim no caso da célebre faca do filósofo, que não tinha cabo nem gume, o que levou um lorpa como eu a questionar: Uma faca sem cabo nem gume, serve para quê? Só para ornamentar? E será mesmo uma faca? Ou dela tem apenas o nome?


ADENDA 

"É de mau tom ser-se ácido e pessimista. Não fica bem "dizer sempre mal". Mas não há por onde escapar: os portugueses não têm actualmente razões nem motivos para se sentirem optimistas."

António Barreto, sociólogo e antigo ministro PS, Público, 12/08/2023, página 3

E para os tomarenses,  na sua amada terra natal, o futuro parece-me ainda mais sombrio. Sem querer "dizer sempre mal".


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