Turismo cultura e economia
Quantos visitantes vieram aos Tabuleiros em 2023?
E quanto cá gastaram realmente?
Anunciada para o passado dia 9, a estimativa oficial do total de visitantes que terão vindo à Festa dos tabuleiros, ainda não apareceu, sendo agora pouco provável que tal venha a acontecer, uma vez lida a crónica de Tomar a dianteira 3, indicando um máximo de 100 mil visitantes presentes nos dez dias da Festa grande.
Incomodados nas suas certezas, os arautos e outros entusiastas dos tabuleiros, alegarão que não tem importância nenhuma nesta altura de férias. É sempre assim. Quando a matéria não lhes convém, mas não têm argumentos para a contrariar com êxito, vá de desdenhar. Mas tem interesse sim senhor, tanto mais que vem aí, já em Outubro, mais uma edição da Feira de Santa Iria, outra manifestação que atrai muita gente, cumpre a tradição e promove Tomar. Segundo os mesmos.
É certo que ainda não foram publicados pela autarquia, que se saiba, os números referentes ao certame do ano passado, mas é provável que tal venha a acontecer antes de Outubro próximo. Quanto mais não seja, para tentar demonstrar que a edição 2023 vai ser um sucesso ainda maior que a de 2022. Em Tomar é sempre tudo um sucesso estrondoso. A começar pela limpeza pública. Ou pela Tejo Ambiente. Sem esquecer o estacionamento. Ou as ciclovias que terminam nas esplanadas., bem como o realojamento ciganal e suas sequelas.
Neste enquadramento, sempre atento ao que vai pelo mundo, Tomar a dianteira 3 leu isto:
Gente modesta, estes brasileiros de Tiradentes, no Estado de Minas gerais. Prevêem a vinda de apenas 60 mil visitantes durante os dez dias do certame, uma média de 6 mil por noite. Mesmo com muita comida e 200 atracções. É certo que Tiradentes é um município com apenas 7.744 habitantes, mas faz parte de um estado federado com 21 milhões e de um país com 215 milhões falando a mesma língua e usando a mesma moeda.
Coisas do terceiro mundo, pensarão com fastio os usuais defensores de Tomar e dos seus exageros estatísticos. Pois seja. Mas então, façam favor de ler o link inicial, ou este resumo do prestigiado LE MONDE, a bíblia do jornalismo europeu:
"Jogos olímpicos, festivais, turismo... Os estudos de impacto económico são os fósseis de uma época ultrapassada."
"O economista Guillaume Quiquerez, professor universitário, duvida da legitimidade e da fiabilidade dos estudos e estimativas que prometem retornos económicos provenientes das grandes manifestações desportivas ou culturais."
É Agosto, são as férias. Mas não se perde nada em ir lendo e meditando sobre os problemas, tanto locais como universais. O saber não ocupa lugar. E o cérebro só se gasta quando não se usa.
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