Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TaD3
Política local - Rescaldo das eleições
A ilusão de óptica
do comentador José Rogério
Persistindo no comentário político, coisa ultra-rara nesta terra, que por isso se saúda com alegria, José Rogério escreve, no Cidade de Tomar e na Rádio Hertz online, esta conclusão:
"Uma “lição” que se retira para o futuro de Tomar é que a maioria socialista deve preferenciar os setores produtivos (como: agricultura, silvicultura e industria), continuar a apostar nas atividades de comércio e turismo, e investir nos projetos de saneamento, habitação, meio ambiente e mobilidade. O corolário lógico desta “lição” é que o executivo socialista deve “esquecer” algumas obras de embelezamento da cidade que servem para aplicar os fundos europeus, mas sem impactos reprodutivos na atividade económica de Tomar, a qual é fundamental para travar a “hemorragia” populacional do concelho. José Rogério"
Peço licença para concordar discordando, ou vice-versa. Concordar com a recomendação sobre sectores produtivos, bem como com a condenação das obras de fachada, ditas de embelezamento da cidade. Eu prefiro de ornamentação ou para enfeitar. Mas cada qual com seu estilo.
Discordar de que daí possa advir uma solução, ou mesmo uma melhor governação para Tomar, porque, confirmada no que ela julga ser o seu trono templário, muito dificilmente Anabela Freitas vai alterar o seu modus operandi. E se ela não resolver mudar, os que a acompanham tão pouco o farão, até por ignorarem outros caminhos possíveis. Agravando a situação, fala-se já, à boca cheia, que nas próximas legislativas irá para deputada, deixando o reino nabantino ou vice-rei Cristóvão. Se assim for, iremos de mal a pior. Não porque Cristóvão seja má pessoa. Pelo contrário. Apenas porque governar às postas, realmente não necessita grandemente de um plano. Basta ir andando e logo se vai vendo.
Indo ao que me parece ser o âmago da questão, não se trata de escolher tais sectores, e de pôr de parte tais outros. Para salvar Tomar, começando a inverter a caminhada para o abismo, é imperativo, antes de mais, estabelecer um programa de governação, que a actual maioria infelizmente nunca teve, não tem, nem sabe realmente o que é. É igualmente indispensável que desse programa conste um plano articulado de desenvolvimento local do turismo, que, quer os tomarenses queiram ou não, é o único sector para o qual Tomar dispõe de recursos muito acima da média na região.
Sem essas duas premissas, que já venho defendendo desde muito antes das eleições, nada feito. Improvisando remendos e enganando os eleitores, ou o inverso, consegue-se manter o poleiro, mas agrava-se o estado geral da capoeira. E quando a capoeira estiver arruinada de todo, é lógico que não haverá mais poleiro para ninguém.
Poderão retorquir-me alguns, mais dados a estas coisas do pensamento e do raciocínio, que é bem conhecido o "Triunfo dos porcos", estando porém por encontrar referência a alguma "revolução das galinhas". Têm razão, mas recuso-me a ir por aí, por se tratar de terreno minado. Durante o serviço militar obrigatório, nos anos 60, frequentei com aproveitamento um curso de "minas e armadilhas". Sei portanto o que são percursos minados, ou de alguma maneira armadilhados.
É sempre a mesma coisa.. em vez de publicarem toda a informação que permita a um investidor facilmente e sem burocracias perceber o que está em causa e se lhe interessa, é o oposto – querem que as pessoas preencham requerimentos para terem acesso a informações (assim têm que ir ao beija-mão da governação local..)
Não publicitam as condições de venda, a localização…porque razão a CM Tomar não tem um mapa da zona industrial e dos lotes livres/ocupados??? porquê este tipo de jogadas, se devia ser tudo público e publicitado devidamente!
É difícil de fazer? Claro que não, não é preciso inventar nada, veja-se Ourém:
https://www.ourem.pt/investir/zonas-industriais/casal-de-frades/
Escreve o bem informado comentador que "assim têm de ir ao beija-mão da governação local". Na verdade, não é bem ao beija-mão da "governação local", mas dos chulos da máfia municipal. Até quando vão os tomarenses aguentar com semelhante situação, que afasta os potenciais criadores de valor acrescentado, para engordar parasitas?