terça-feira, 14 de setembro de 2021

Imagem copiada de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Política local/ Cidadania/Direitos fundamentais

Mais um abuso, a mostrar 
falta de respeito pelos cidadãos

Na prática não tem importância alguma. E mesmo em teoria, ou em termos simbólicos, passa despercebido.  Os tomarenses em geral não se interessam por estas coisas de costumes e tradições, estando-se marimbando para os seus direitos, muitos dos quais nem sabem quais sejam. Parece-me ser o caso.
A foto acima mostra ao que já se chegou nos Paços do concelho. Reserva-se a entrada no edifício só para funcionários. Santa ignorância. Em bom rigor, os senhores eleitos ou funcionários não podem proibir a entrada do povo até ao átrio do salão nobre, porque se trata de um direito consuetudinário de todos os habitantes do concelho, uma vez que ali é a sede que a todos pertence. Donde a designação "Paços do concelho", que é como quem diz "casa do concelho" ou "solar do concelho".
E mal seria se os ali representados pelos eleitos, e servidos pelos funcionários, não pudessem aceder à sua própria casa colectiva. A actual maioria, e mesmo alguns dos funcionários, têm tendência a considerar-se e a agir como donos da autarquia e portanto da sua sede. Estão manifestamente equivocados. Os eleitos são apenas representantes provisórios do povo do concelho. Quanto aos funcionários, são servidores públicos. Estão, ou deviam estar, ao serviço da população do concelho, pois é par isso que lhes pagam. Não são donos daquilo, nem nunca virão a ser.
Se uns e outros, eleitos e funcionários, soubessem o que são direitos consuetudinários, talvez estivessem mais inclinados a respeitá-los. Mas agora  o que interessa é o "cacau" no fim do mês, e siga a música que estamos sempre em festa. Não por mero acaso. O povo quer é folia.
É cada vez mais claro que isto já chegou a tal ponto, e a bandalheira está tão espalhada, que todos podem fazer tudo e não lhes acontece nada. Não se devem portanto estranhar os sucessivos actos de vandalismo, que logo são esquecidos, pois a época não está para levantar ondas. Venham os votos, a qualquer preço. 
Convém portanto lembrar que, abuso evidente, proibição aqui, interdição ali, necessidade de autorização acolá, quando se vai a dar por isso, já estaremos como na Venezuela, em Cuba ou na Nicarágua. E se a maioria não se incomoda nada com tal evolução, então eu não apoio a maioria. Oponho-me frontalmente.
Por tudo isto, e o mais que fica por dizer, façam o favor de tirar de lá o papelinho, que é uma vergonha para todos nós. Sobretudo para quem o mandou lá pôr. E para quem o tolera, assim revelando a sua ignorância e o seu espírito prepotente, de reles aprendiz de microditador dos pequeninos.
Não conseguem enxergar  ao menos que há uma contradição evidente, entre o ridículo aviso pendurado no portão, e o painel de azulejos ao cimo da escada, no qual se pode ler "O Povo é quem mais ordena"? No caso, ordena tanto que até o proíbem abusivamente de entrar na sua própria casa colectiva e fundadora. Porque não há concelho sem os seus paços, mais vistosos ou mais modestos.
Ter alguns representantes e funcionários calhordas, dá nisto.

5 comentários:

  1. Claro que sim ,professor .
    Até me admiro com a a sua quase radical viragem , pois de aqui a pouco está a sugerir o azulejo "TUDO PELA NAÇÃO NADA CONTRA a NAÇÃO " do qual se tivesse dinheiro pediria fazer uma cópia !
    António só agora percebeu que o ps julga-se dono do 25 de Abril de 1974 ?
    Quanto aos elogios que faz a freitas , de vestir e falar bem nem uma coisa nem outra TOMAR precisa , no entanto vestir bem é para quem tem corpo para isso o que não me parece ser o caso , no que concerne ao falar bem prefiro a canção do GNR " EFETIVAMENTE " tantas são as vezes que a freitas as prenuncia !!!

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    1. Respeito a sua opinião, mas devo esclarecer que a viragem de que fala não foi minha. Este PS, aqui em Tomar, é que deixou de corresponder minimamente ao PS a que pertenci desde antes do 25 de Abril.
      Nesse era possível discordar e continuar a ser aceite. Neste infelizmente não. Confundem divergências políticas com querelas pessoais. São intolerantes. E você tem realmente razão: ESTES socialistas julgam-se donos de tudo. Do 25 de Abril, do Município, do Mouchão, e por arrasto dos tomarenses todos. Excepto dos que não gostam. Uma tristeza
      Mas mesmo assim, ainda não me sinto capaz de votar noutro partido. São muitos anos com a mesma camisola. Vou votar branco ou nulo.

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    2. O António Rebelo faz mal em votar branco ou nulo porque isso é a mesma coisa que se abster e assim não contraria o favoritismo de Anabela Freitas. Esses não contam.
      Por honestidade intelectual cumpre-me dizer que acho que essa proibição se deve ao covid.

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    3. É usual dizer-se, na área do jornalismo, que a opinião é livre mas os factos são sagrados. Tem por isso o Helder inteira liberdade para considerar que eu faço mal votar branco ou nulo. E também faz bem em esclarecer-me sobre as consequências de tal opção, como se eu ainda as ignorasse.
      O que não pode é opinar sobre o que terá motivado a minha escolha, livre e adulta, pois não dispõe de qualquer elemento factual para o fazer. Ou seja, já o fez, mas o seu comentário vale o vale, para os leitores mais atentos.
      A mim não me apoquentou nem um pouco, até porque não percebi a alusão ao covid. Estou mesmo a ficar velho para estas (e outras) coisas.

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    4. Mas o que é que eu opinei sobre o que terá motivado a sua escolha???!!! Essa não percebi!!!

      Essa foto que o António postou não me é estranha, eu já a vi antes, e penso que foi quando rebentou o covid e essa foi a explicação dada para a proibição. Somos melhores do que eles logo temos de falar verdade, não somos mentirosos.

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