quinta-feira, 2 de setembro de 2021

 


Política local/Autárquicas 2021/ Eventos

Fazer o mal e a caramunha, ou fazer pouco dos tomarenses?

É natural que este meu comentário não convenha a grande parte dos meus estimados conterrâneos. Sei há muitos anos que as minhas opiniões são (quase) sempre minoritárias. Não por culpa dos outros, mas por falta de mérito próprio. Ou, mais precisamente, por deliberada má vontade minha.
Com efeito, nunca quis nem pretendo ser consensual. Nesse aspecto, e só nesse, estou como o Lenine, que costumava dizer "Quando os meus adversários concordam comigo, pergunto logo que erro cometeste tu Vladimiro?"
Assim exposta a situação, vamos ao que agora importa. Numa iniciativa pelo menos bizarra, a candidata Anabela Freitas resolveu que a apresentação da sua "comissão de honra" eleitoral  terá lugar no Mouchão. Segue assim o exemplo do candidato PS à junta urbana, Augusto Barros, que ali apresentou também a sua candidatura.
No meu exótico entendimento, não vislumbro a justeza de tal decisão. Nem de um nem da outra. Isto porque, como todos sabemos, o Mouchão está agora uma sombra do que já foi em tempos idos. Os arruamentos já não são cor de saibro, a relva é cada vez mais uma recordação, naquela área reservada ao palco e aos espectadores/espezinhadores  dos eventos, a limpeza deixa por vezes a desejar e o sistema de rega carece de afinações.
Nítida falta de manutenção e deliberada degradação daquele património de todos, eis o que qualquer visitante nota com tristeza ao caminhar por ali, E se é tomarense, daqueles por dentro e por fora, fica até revoltado com o que vê.
Nestas condições, que os responsáveis por tão lamentável estado de coisas ainda por cima insistam em marcar para ali mais eventos, nos quais participam, em vez de mandarem reparar o indispensável, dá que pensar.
Será simplesmente por carência de consciência cívica?
Pretendem vingar-se, de forma mesquinha, daqueles, entre os quais me incluo, que têm vindo a procurar defender aquele espaço?
Querem mostrar que são donos da Câmara, e portanto podem fazer o que lhes apraz, e ninguém tem nada com isso?
Ignoro quem faz parte da anunciada Comissão de honra. De resto, por este caminho, após o mandatário e a comissão de honra, com um bocado de sorte, em 2025 também já teremos direito aos padrinhos eleitorais, uma vez que, pela eleição, os candidatos se casam com o poder.
Uma coisa é certa, se tivesse sido convidado, (o que passou a estar sempre fora de causa após o falhado projecto "Provedor do cidadão"), não compareceria sequer, porque se trata de uma evidente afronta aos eleitores tomarenses, que são também defensores da cidade e do Mouchão. Em termos populares, é fazer o mal e a caramunha.
Se é este o caminho certo, vou ali e já volto.

3 comentários:

  1. A data a ideal ! A hora boa , mas podia ser ao meio-dia !(mais quentinho)
    O palco também está montado e o espaço não suja os sapatos !
    A estrear !
    Várzea Grande , pois claro !

    ResponderEliminar
  2. O Mouchão não chega, é pequeno demais para o beija mão á mulher mais forte de Tomar. São muitos aqueles que comem e que aspiram a comer da gamela. É um cargo de muito poder!!! O lugar mais indicado seria por ventura a Várzea Grande, e seria um lugar com um grande simbolismo para uma candidatura PS. O PS, que tem uma máquina extremamente profissional, acho que eles conseguem eleger qualquer um, falhou na escolha.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo.
      Falta porém um pequeno detalhe. Aqui em Tomar a dianteira sabe-se que "ninguém é mais forte" que a srª, nas próprias palavras dela, numa recente entrevista.
      Por isso, vai-se procurando na medida do possível fazer como naquela prática de origem oriental, o judo, salvo erro: Usar a força da adversária para a derrubar. Conseguir ou não, eis a questão. Mas pelo menos vai-se tentando. Não se fica a aguardar milagres nem a ver passar os comboios.

      Eliminar