domingo, 19 de setembro de 2021

 


Política local

Palmilhando as ruas 
de uma cidade votada ao desmazelo

Palmilhando de novo, e por algum tempo, as ruas e as avenidas da infância, da juventude e da idade adulta, invade-me um sentimento de tristeza, desânimo e desencanto. Afinal, para que pago impostos?
Falta limpeza, há ervas onde não devia haver e nota-se a falta de zelo, ausência quase total de manutenção. Calçadas por reparar, lixo por recolher, folhas de árvore por varrer, e os sanitários, onde estão? Há hoje menos instalações sanitárias públicas na cidade, que em 1960. Um completo contra-senso, numa terra que se proclama de turismo. Uma vez concluídas as obras, não há continuidade. Falta manutenção. Acumula-se o lixo e as ervas crescem, um pouco por todo o lado. O Mouchão está uma lástima, tal como o Parque de campismo. Da Cerca nem falo, porque não é com a Câmara. Ou também já é?
A autarquia devia dispor de uma brigada de manutenção, com jardineiros, calceteiros, pessoal de limpeza, mas se calhar não tem. Prefere gastar dinheiro noutros sectores. Na animação cultural por exemplo. É tudo uma questão de opção, mas creio que pouca gente gostará de passear ou viver numa cidade mal cuidada. Ou estarei enganado?
É do domínio popular aquela frase "fazer a festa, deitar os foguetes e ir apanhar as canas". Pois também a câmara parece ter ido por aí, embora às avessas, nas infelizes obras da Várzea grande. (Ver imagem acima)
Quando as obras que se impunham como prioritárias eram as da requalificação dos sanitários existentes, que envergonharam durante anos quem os conheceu. Decidiu-se o inverso. Só agora, concluídas as obras multimilionárias, cuja utilidade prática continua por demonstrar, é que a autarquia resolveu aparentemente avançar com as obras nos sanitários, obviamente pressionada pelas eleições do próximo dia 26.
Mas teve sorte. Mesmo tanto tempo após a festa e os foguetes da Várzea grande, ainda foi a horas de apanhar as canas. Neste caso os Canas.  Serão obras para levar até ao fim, após as quais os sanitários abrirão ao público? Ou entretanto surgirá alguma desconformidade, com um qualquer plano de pormenor, e fica tudo para melhores tempos? Gatos escaldados, de água fria têm medo, o que se compreende. Pode ser só encenação para caçar votos. Logo se verá.

1 comentário:

  1. E isso é na urbe.. se der uma volta pelas terras de ninguém (para lá das placas que anunciam a cidade) vai ver que à parte do alcatrão nas estradas pouco distinguirá (de melhor) para o que havia nos anos 80..

    As aldeias ao abandono, sem vida, muitas sem suporte populacional e económico para conseguir manter aberto um simples café/local de socialização.. empresas e negócios? tem que procurar.. muito

    Nota - pior que a ausência de obras que possam trazer crescimento económico e desenvolvimento da sociedade, é a "subsidiação", a ajuda direcionada a poucos em detrimento de muitos, como se pode ver nos contratos públicos da Câmara:
    https://www.base.gov.pt/Base4/pt/pesquisa/?type=contratos&adjudicanteid=11730

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