quinta-feira, 16 de setembro de 2021

 


Política local/Autárquicas 2021/Programas

Se não gostam da comida, mudem de restaurante

Já tinha uma razoável suspeita, que agora acabei por confirmar. Há um equívoco entre quem faz o Tomar a dianteira 3 e algum do seu leitorado. Quando julgam ter detectado uma crónica mais anti-PS poder instalado, muitos leitores abstêm-se. Se calhar com medo de virem a ser detectados e punidos pela patroa. Percebe-se. Todos temos de ganhar a vida, e há colunas vertebrais mais flexíveis do que outras.
O texto sobre os currais de porcos e a pandemia, só tinha acolhido cinco visitantes durante as primeiras quatro horas após a publicação. Ainda bem. Convém lembrar que os escritos do Tomar a dianteira 3 são sobretudo para memória futura. E só não são exclusivamente para ser lidos no futuro, por uma questão de respeito para com os contemporâneos. Mas ninguém é obrigado a ler. Quem não gostar da comida, faça favor de procurar outro restaurante.
Nem de propósito, apareceu-me na caixa do correio o panfleto eleitoral acima reproduzido. Como eu temia e aqui escrevi em tempos, aí temos uma listagem de boas intenções, apresentada como programa eleitoral socialista.
Não me parece uma maneira séria de tratar os potenciais eleitores, apresentar-lhes meras intenções, desenquadradas e sem explicações suplementares. Eis um exemplo.
Há mais de dez anos, em consequência de erro de projecto ou de execução, deixou de ser possível o trânsito nos dois sentidos na Estrada do convento, para autocarros de turismo, que assim só podem subir. Em vez de resolverem o problema, que é dos mais simples, pois basta realargar a faixa de rodagem em dois sítios, preferem continuar a alimentar quimeras.
A mais recente é esta, copiada do documento PS. Só não se indica a página, porque as ditas não estão numeradas. Procura-se portanto enquadrar. Comece por procurar "Educação, Turismo, Cultura e Património". Veja depois, do lado direito da página, "Tomar conhecimento".
Uma vez aí, repare nesta maravilha de texto promocional, que não é nada segregacionista: "Criar condições para atrair mais visitantes, com valor acrescentado para a economia local". Subentendido, se não estou a interpretar mal, "Os visitantes sem valor acrescentado para a economia local, não os queremos cá. Só se forem ciganos." Lindo, não é? E muito humano e fraterno.
Mais abaixo, no quinto de seis pontos devidamente assinalados com bolinhas, mas não numerados, aparece estoutra beleza  de extraordinária clareza (a consonância eza é deliberada): "Criar um circuito de mobilidade especial para autocarros no acesso ao Castelo e entrada e saída do Centro histórico."
Percebeu? Não desanime, que eu também não.
Pergunta final: É em coisas assim que querem que os tomarenses, daqueles por dentro e por fora, acreditem e votem? Não contem comigo!

4 comentários:

  1. Um programa cheio de boas intenções, mas que na realidade não passa de verbo de encher para enganar totós.
    Basta dar uma leitura atenta no programa para o mandato 2017/2021, e facilmente se constata que mais de 90% do programa ficou na gaveta...
    Dou uma sugestão: Façam programas onde conste o que na realidade pretendem fazer, pois isto de prometer este mundo e outro, já não serve para enganar todos....
    Depois temos obras feitas que não lembra ao diabo como ciclovias em paralelepípedos na av. nuno alvares, ou mesmo o plano de eliminar uma faixa em cada sentido entre a rotunda do Continente até à rotunda dos construtores civis, atendendo que esta é uma via de entrada e saída da AE 13, mau serviço na recolha dos resíduos sólidos e a total ausência de desinfecção dos respectivos contentores, provocando cheiros nauseabundos em alguns deles....muito mais haveria para dizer por forma a justificar o NÃO VOTO no PS...

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  2. Caro A. Rebelo,
    Onde encontra este programa eleitoral (e já agora os outros...)?

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    1. O programa eleitoral do PS-Tomar apareceu-me na caixa do correio esta manhã, trazido pelo carteiro de serviço.
      O programa do PSD pode ser ouvido na Rádio Hertz, numa gravação de 44 minutos.

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  3. Obviamente que o PS vai dar como desculpa de não ter cumprido o programa a pandemia. Eu já comentei nos artigos do professor Rebelo que os programas são inúteis porque quase ninguém os lê. Em 10 tomarenses só 1 lê. Na altura o professor Rebelo respondeu que: "Então você vai a um restaurante e não lê o menu primeiro para poder encomendar? Como é que você sabe onde votar se não ler o programa?" . É uma situação diferente, eu leio mas a grande maioria não. Ou vota por militância, como o professor Rebelo que está reticente em votar outro que não PS. A malta ou vota por interesse, por um favorzito ou um empregozito na câmara, lembro no passado até houve uma queixa em tribunal de funcionárias da câmara que dormiram com um vereador PSD por um empregozito no estado, ou vota pelos motivos mais disparatados como por exemplo por ser mulher,como aconteceu com a Anabela Freitas quando houve muitas senhoras que disseram que íam votar nela para colocar lá uma senhora, ou votam por ser bonito ou bonita, a malta vota pelos mais diversos motivos menos pelo programa.

    Os programas são todos muito parecidos. É o saneamento que está em 67% e querem puxar para a média de 72%, é o emprego e a fixação das pessoas, temos de fixar pessoas e os jovens não podem ir embora, achei graça que o programa da CDU contempla a criação de um gabinete de apoio ás empresas e á criação de emprego, como se isso já não existisse!!!! Enfim, os programas são importantes para haver um indicativo em relação á performance do executivo mas quase ninguém lê aquilo. Tenho sérias dúvidas que a dra Lurdes Ferromau, com uma licenciatura em economia, ao contrário de um bacharelato do IPT, e com interesse em politica leia os programas dos partidos, aquilo tem muitas páginas e dá muito trabalho. Achei muita graça quando ela disse que queria estender a fibra óptica pelas freguesias porque os estudantes necessitam dela para estudar!!!!
    Eu tenho a certeza que daria um excelente presidente de câmara mas um péssimo político e, ao contrário de alguns candidatos, julgo ter bom senso e tenho a certeza que ninguém votava em mim, mas se concorresse escrevia o programa de maneira totalmente diferente e que ninguém o escreveu até hoje no Portugal democrático. Eu seria muito racional na minha gestão. Saneamento? Estradas alcatroadas? Internet fibra óptica? Só quando se justificasse. Eu não gastaria dezenas ou centenas de milhar de euros de dinheiros públicos, mesmo fundos europeus, para fazer obras que beneficiam meia dúzia de gatos pingados. Isto tudo não passa de caça ao voto. Se o concelho fosse muito próspero, se houvesse um excedente nas contas sistemático, aí está bem, aí faria essas obras. Até lá se quisessem obras que se juntassem e as pagassem como aconteceu com a luz elétrica no século passado. Fizessem peditórios, festas, vendessem rifas, etc..., mas eles é que se 'desemerdassem'. Já sei o que estão a pensar, que temos de aproveitar os fundos europeu, que eles estão lá para serem gastos. Meus amigos, não há almoços grátis e mais cedo ou mais tarde temos de pagar isso. É cómodo continuar assim mas depois os nossos filhos e netos é que vão pagar a factura.

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