terça-feira, 7 de setembro de 2021

 

No caminho certo para onde?

Autárquicas 2021/Informação local

Apoiar não é votar

O PS apresentou no passado sábado, ao fim da manhã, a comissão de honra da sua candidatura municipal, no degradado parque do Mouchão. Estou a escrever às 23H23 de Tomar (19H23 em Fortaleza) de segunda-feira, e até agora só a Rádio Hertz noticiou o acontecimento, limitando-se praticamente a reproduzir o site do PS no facebook: 
https://radiohertz.pt/tomar-autarquicas-2021-partido-socialista-apresentou-comissao-de-honra-c-video/
Será isto normal em 2021, numa cidade que se considera média à escala nacional? Quer agrade ou não, a apresentação de uma comissão de honra da principal candidatura às próximas eleições, é sempre notícia. Porquê então tal silêncio? Há medo de "enfiar a pata na poça"? Foi por causa do fim de semana?
Ouvi os 39 minutos da gravação socialista, e não fiquei surpreendido. Pelo contrário. Achei tudo demasiado previsível. Uma comissão de 120 apoiantes de Anabela Freitas, com muita gente conhecida na urbe, mas quase todos apoiantes por inerência. Cidadãos que, pela posição que ocupam, ou pelas amizades que cultivam, uma vez convidados, praticamente não podiam recusar. Só assim consigo entender, por exemplo, a presença na dita lista de alguns conhecidos apoiantes da CDU, pelos vistos agora também apoiantes socialistas.  Vivó apoio!
Julgo que sem querer, logo na apresentação, Hugo Cristóvão tocou na ferida. Falando da dúvida em trazer ou não trazer ao palco todos os apoiantes de honra, referiu dois obstáculos: a questão das máscaras, e o facto de alguns signatários não estarem presentes.  A ausência não é bom sinal. E trouxe-me à memória um caso ocorrido aqui no estado de Goiás, interior do país, aquando das últimas eleições autárquicas.
O Brasil é um país-continente, com quase oito mil câmaras municipais Cada município elege o prefeito (executivo) e os vereadores para a câmara municipal (equivalente da nossa assembleia municipal). Aqui em Fortaleza, por exemplo, há o prefeito, com os  secretários por ele escolhidos,  e a câmara municipal  com 43 vereadores eleitos, que num segundo tempo elegem o seu presidente. Não há listas, mas há partidos.  As candidaturas são individuais, sendo o voto em urna electrónica e obrigatório.
Foi neste contexto que, aquando da última consulta eleitoral autárquica, apareceu no Facebook uma publicação bem pitoresca, de um dos candidatos a vereador, que não conseguiu ser eleito:


Falta só acrescentar um detalhe. Logo a seguir, um dos hipócritas que prometeram e não cumpriram, foi certeiro: "Não tem que se queixar não. Apoiar não é votar".
Em Tomar, é pouco provável que possa acontecer algo parecido, porque estamos na Europa, pelo menos em termos geográficos. Mas nunca viremos a saber. Felizmente o voto é secreto.

2 comentários:

  1. A lista dos apoiantes de "honra" é merecedora de reflexão.
    Aproximamo-nos de um limiar perigoso, em Tomar, e não só. Há que agradar ao Poder, há que estar de boas relações com o Poder.
    "Quem não é por nós, é contra nós. Quem se mete connosco, leva."
    É o que terão concluido vários dos apoiantes de "honra", sem coragem de assumir as suas vercadeiras opções politicas, e desejosos ou necessitados de terem "aquele" numero de telefone que um dia, sabemos lá, pode ajudar a resolver um problema.
    É preocupante constatar por onde estamos a ir.

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    1. Não se pode levar isso a mal ás pessoas, eu se tivesse no lugar delas fazia o mesmo. Como não estou, como estou fora, sou livre de dar a minha opinião, e faço-o por amor á minha querida cidade. Tomar está no caminho errado e não está a produzir riqueza como outrora. Vivemos na época dos subsídios e enquanto o pau vai e vem folgam as costas diria a nossa presidente na sua sapiência, mas essa malta que agora apoia vai ver as suas condições de vida agravadas porque eles têm de ir buscar o dinheiro a algum lado e o que dão com uma mão tiram com a outra.

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