sábado, 25 de setembro de 2021

 


A cidade e o concelho

Crónica de uma manhã de reflexão

Eram sete e meia quando me levantei. Ao fazer a barba, notei que era fraca a pressão da água na torneira. Experimentei virar para a água quente. Só água fria. A pressão não dá para provocar o arranque do esquentador a gás. Higienizadas só a partes essenciais, ponho-me a pensar na qualidade de vida actual, numa terra que é cidade desde 1834. A mais velha do distrito. Há algo que não tem ido nada bem, mas estamos em dia de reflexão, sendo legalmente vedado falar de certas coisas. Desta, por exemplo, devido às conotações e denotações eventuais.
Já vestido e a tomar o pequeno almoço, constatei que a pressão da água voltara ao normal, pelo menos aqui na zona dos Paços do Concelho e adjacências abandonadas. Eram oito horas e quarenta e cinco. Pergunta da minha companheira: -Eles aqui não avisam quando vai faltar a água, como lá no prédio? -Em caso de rotura inopinada, e há muitas porque as condutas têm mais de 70 anos, não podem. Mas tarde vão decerto informar, digo eu, esperançado.
Já sentado frente ao computador, comecei a ler a versão online do EXPRESSO, da qual destaco este excerto da habitual crónica de Henrique Monteiro, ex-director daquele semanário:
"Assim sendo, caro leitor, se não faz a menor ideia em quem vai votar, não se sinta sozinho. Tem aqui um homem que é jornalista há mais de 40 anos, que conhece pessoalmente muitos protagonistas e que está na mesma. Valha-me Deus! Ou voto como se de um Governo se tratasse, e dou-o a quem entendo que governaria melhor; ou para correr com um líder, e não o dou ao partido que ele lidera; ou a quem arranja bem as praças e ruas, e arrisco-me a votar num ex-presidiário ou num candidato a ditador que até pode ter elogiado a Coreia do Norte. Por último, posso votar no escuro: em quem nunca teve responsabilidades autárquicas, nem aqui nem no Vanuatu, e arrisco-me a ser obrigado a andar com um cão pela trela, ou a detestar ciganos, ou a comer rojões, típicos da minha terra, mas de que não gosto por aí além."
Como dizia um conhecido jornalista amador local, já falecido, "está muito bem escrito e não choca ninguém." Levam todos por igual, acrescento eu.
Pode tentar ler toda a crónica do Expresso neste link:

Adenda às 14H25

Outra vez sem água, agora na totalidade. Porquê? Até quando? Era bom saber, caso houvesse alguém para informar. Mas não há. Estamos em Tomar. Com excelente animação musical, mas cada vez menos qualidade de vida.

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