sábado, 18 de setembro de 2021



Política local/Autárquicas 2021/Programas partidários

Não é nada fácil ser eleitor em Tomar

Ignoro naturalmente a situação alhures, o que todavia não me impede de constatar que em Tomar, ser eleitor é um problema e dos grandes. Face a uma crise evidente, com a população a mirrar, e uma maioria autárquica que praticamente só agrada a quem dela depende, sem disso sequer se dar conta, a esperança residia na oposição. Desgraçadamente, constata-se agora que era uma esperança infundada, ou quase.
Se a câmara socialista anunciou vários planos para a cidade e o concelho, os quais ou não existem de facto (como o de desenvolvimento económico, o de sinalização turística, e o de estratégia para o turismo), ou já fracassaram com estrondo, como no caso da candidatura dos tabuleiros a Património Imaterial de Humanidade, a oposição em geral não conseguiu melhor. Era quase só conversa ornamental, tanto num caso como no outro.
Falaram de tudo e de mais alguma coisa, porém o já lido e ouvido é desolador. Não é com um prometido Centro de congressos, a reabertura do parque de campismo e núcleos museológicos nas freguesias, que se vai conseguir explorar capazmente o turismo em Tomar, por exemplo.
Há, é certo, as outras cinco candidaturas. Todavia, tudo visto e ponderado, que propostas fecundas e inovadoras têm para a cidade e para o concelho? Os problemas estão aí: emprego, habitação, demografia, hotelaria, turismo, animação, estacionamento, acolhimento de visitantes, sanitários, limpeza urbana e rural, criação de valor acrescentado, ligação castelo-cidade e vive-versa, etc. Temos até um belo exemplo de "fábrica de ideias na área turística", mesmo aqui ao lado, e que dá pelo nome de Fátima.
Com tudo isto, já pararam um bocadinho para pensar a sério? Onde estão os planos, as ideias, as soluções? Custa-me dizê-lo, porque sei desagradar, e  até ofender sem querer alguns conterrâneos, mas o comportamento geral dos tomarenses, nesta altura da campanha eleitoral, parece-me demasiado conformista. Sabem e sentem na pele que não estamos bem, mas apenas esperam que não estejamos a caminhar para ainda pior. Detestam correr riscos, e por isso são contra qualquer mudança, por pequena que possa ser. 
Se tivesse de comparar, em termos de mentalidade, a população tomarense nesta altura, com a de outra pequena localidade europeia, escolheria uma cidade polaca ou jugoslava, no tempo do império soviético, antes da queda do muro. Sei do que falo porque andei por lá. Também aí, quase tudo dependia do Estado, directamente ou via autarquias e partido dominante. Também aí, os instalados, que eram a larga maioria, embora descontentes, tinham medo de falar ou agir contra quem mandava. Também aí, estavam todos convencidos de que aquilo não tinha alternativa e ia durar. E de repente...
Para quando a inevitável derrocada política em Tomar? Porque me parece que nesta altura, a manterem-se as premissas, é apenas uma questão de tempo.

1 comentário:

  1. Nenhuma das candidaturas apresenta um programa com propostas concretas, estruturadas e com viabilidade de execução.
    É tudo "vamos fazer planos", "quando lá estivermos logo se verá"

    Só falam dos assuntos de forma solta, sem qualquer estratégia e conhecimento do território e dos dossiers.. no caso do PSD é aflitivo, tendo uma base de apoiantes alargada, é confrangedor (mesmo que não haja o dom da coloquialidade, ao menos deveriam existir propostas concretas, exequíveis, mas.. nada).
    O governo de 35000 pessoas é tratado como o de uma freguesia de 500..

    Depois de ver debates (muito penoso..) e programas (também muito penoso..) chego á conclusão que:

    É impossível votar PS - pelo que se sabe dos últimos 8 anos
    É impossível votar PSD pelo que se sabe dos últimos 8 (e da atual candidatura, é mais do mesmo)..

    BE e CDU são muletas do PS, e o voto nestes será sempre a mesma coisa que o PS (e no caso destas eleições autárquicas neste concelho de Tomar, mesmo colocando a ideologia de parte, é um PERIGO dar mais força a este PS)

    VOLT - destaco acima de tudo o exemplo que dão a outros jovens, e juventude faz sempre falta (mas precisam de comer muita papa e pôr os olhos nos livros e especialmente no território.. )

    CHEGA - nesta candidatura estão as pessoas com mais sangue na guelra, conhecem profundamente o concelho (cidade e zonas rurais).. Mereciam pelo menos um vereador , mas no meu caso existe um porMAIOR.. o CHEGA. Se tivessem feito uma candidatura independente ... assim é impossível.

    Resta o ..
    CDS/MPT/PPM - apesar de não terem um conhecimento profundo do concelho e do que este realmente necessita (não têm propostas concretas..), nem da "mecânica" da gestão autárquica, têm uma visão nova e desligada (não têm o histórico dos jogadores de poker, das concelhias vetustas PS PSD). Têm também boas candidaturas nas freguesias rurais a que se candidatam.
    Como ninguém nasce ensinado nestas coisas da política autárquica ( alguns são educados desde o berço feios para serem "boys", mas isso é outra história), para estas eleições e no estado em que as coisas estão não tenho agora dúvidas que é onde o voto é mais merecido (e provavelmente mais útil, caso tenham uma votação relevante)

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