quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Imagem Cidade de Tomar, com os nossos agradecimentos

Política local/ Turismo/ Autarquia

O povo é quem mais ordena, sr. vereador

Está escrito no painel de azulejos, na escadaria dos Paços do concelho: "O povo é quem mais ordena". Trata-se da primeira parte da estrofe inspirada de Zeca Afonso. "O povo é quem mais ordena/Dentro de ti oh cidade". Causa por conseguinte espanto e provoca repulsa esta declaração de Hugo Cristóvão, actual vice-presidente da edilidade: "Nunca a CCDR e a Agência Portuguesa do Ambiente vão permitir que o Parque de Campismo volte a ser uma realidade naquele local."
https://radiohertz.pt/tomar-nunca-a-ccdr-e-a-agencia-portuguesa-do-ambiente-vao-permitir-que-o-parque-de-campismo-volte-a-ser-uma-realidade-naquele-local/
"Naquele local"  é o sítio onde funcionou durante mais de 40 anos e onde está, agora praticamente ao abandono, o que já foi "Parque de Turismo de Tomar", classificado pelas entidades competentes como um dos melhores do país.
Pedindo perdão pelo excessivo rigor da análise, arrisco dizer que estamos perante um duplo exemplo de subserviência, de inaceitável "vergar a espinha". Quem recolheu as informações foi constrangido pelas circunstâncias a não fazer a pergunta que se impunha e impõe, seguida de outras para esclarecer: Porquê? Com que legitimidade? Em nome de quem? Com que mandato popular?
Quem avançou semelhante posição política mostrou, por seu lado e sem querer, que apesar de ter um mandato legítimo dos tomarenses para governar o concelho, está mentalmente de joelhos, às ordens da burocracia local e lisboeta sem qualquer respaldo eleitoral.
Uma vez que em democracia, como é o caso, o povo é quem mais ordena, é inaceitável a posição do vice-presidente Cristóvão. Se os tomarenses assim o vierem a exigir, o Parque municipal de campismo será reabilitado e mantido onde está. Os citados organismos da foz do Tejo até podem opor-se. Mas nesse caso terão de argumentar, para fundamentar a sua posição. E contra factos não há argumentos. O povo é soberano, pelo que  a sua vontade livremente expressa deve ser sempre respeitada e prevalecer. Quaisquer que sejam os planos, já aprovados pelos "moisés das tábuas da lei",  que terão de ser alterados ou anulados, para o efeito.
Caso haja dúvidas a tal respeito, mais uma vez se recorda que, no tempo de Salazar, quando manifestar discordância dava direito a férias pagas tudo incluído no Forte de Peniche, no Forte de Caxias, ou no Campo de concentração do Tarrafal (Cabo Verde), ao constar que iam desviar a água do Nabão para abastecer Fátima, o povo tomarense veio para a rua, liderado por Nini Ferreira e outros, exigindo a anulação da medida governamental. E nunca mais se ouviu falar no desvio das águas do Nabão.
Sessenta anos mais tarde, convém ir votar no próximo dia 26, de forma a mudarmos de autarcas, porque os que temos demonstram assim, uma vez mais, que não estão à altura do mandato que lhes foi confiado, e que juraram "cumprir com lealdade".
Quem manda em Tomar, cidade e concelho, é o povo tomarense. Directamente, ou através de representantes livremente eleitos e mandatados para o efeito. O ramo lisboeta do burocrático "império dos sentados" não tem qualquer legitimidade democrática, que lhe permita tomar decisões contrárias à vontade maioritária livremente expressa dos eleitores implicados.
Se alguém não percebe isto, como parece ser o caso, o melhor que tem a fazer é deixar de se candidatar, para não prejudicar os legítimos anseios dos tomarenses. Que como cidadãos da antiga capital templária, têm perto de novecentos anos de experiência acumulada. Não é pouca coisa! Haja respeito portanto!

8 comentários:

  1. .

    Estimado Amigo António Rebelo,

    Serei breve: "Muito bem, subscrevo na íntegra".

    Nunca concordei com o encerramento e, neste mandato enquanto deputado, defendi a sua reabilitação e reabertura.

    Deixo-lhe um grande abraço e espero que se decida pela aquisição dos tais dois bilhetes 810 euro/passageiro.
    Cordialmente,
    Tozé.

    .

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    1. Prezado amigo:
      Só não lhe agradeço o seu apoio em nome dos tomarenses, porque não fui eleito, e portanto não tenho mandato para tanto. Mas parece-me, apesar disso, urgentíssimo desencadear um movimento local no sentido de acabar com a vergonhosa subserviência para com o império dos sentados, cujos líderes confundem tudo, e não só por ignorância. Também e sobretudo por ganância.
      Sobre a minha viagem, os bilhetes estão comprados desde Outubro 2020. O problema era a quarentena obrigatória de 14 dias, mesmo para vacinados e com PCR negativo. Felizmente o governo desta vez agiu a tempo. Desde ontem que a quarentena deixou de ser obrigatória para os passageiros autorizados (nacionais da UE e outros estrangeiros residentes) com origem no Brasil.
      Por conseguinte, até breve, se não for antes.
      Um ABRAÇO

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  2. Esta posição do exmo Vereador não é de hoje! Afigura-se-me que os Srs técnicos superiores do Município não querem avançar com a alteração do Plano de Pormenor e conseguiram aguçar a pouca vontade do edil em mandar desenvolver o processo. Realmente o encerramento do Parque foi uma decisão vergonhosa do executivo camarário (sob proposta do então vice-presidente Corvelo de Sousa na ausência no Comité das Regiões do chefe!) em vésperas da Festa dos Tabuleiros e a pretexto das obras do parque de estacionamento subterrâneo e pavilhão. Foi-se essa maioria e a nova maioria nunca teve vontade política para reverter a situação.!Infelizmente!

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  3. Este moço distingue-se pela pertinência de seus julgamentos, pela justeza de suas decisões, e pelo equilibrio de suas reflexõs.

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  4. Caro António Revelo, era muito bom ser como o senhor diz, mas estou muito desconfiado que temos no local do parque algum interesse instalado.
    Zona muito bonita sossegada com dimensão.
    Quando funcionou frequentava o restaurante e bar existente era ótimo incluindo ambientalmente uma autentica terapia da mente.
    Parabéns pela sua posição subscrevo, como já tenho muitos cabelos brancos digo-lhe que essa do povo é quem mais ordena serve para enganar o mesmo povo o voto é igual, digamos que este tipo de democracia está falida, mas o povo gosta, vota fica satisfeito e pronto.

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  5. E assim será, caro Ildebrando, se os eleitores quiserem. Falo dos eleitores que são tomarenses por dentro e por fora. A próxima oportunidade é já no próximo dia 26. Não convém é ficarmos todos a ver passar o cortejo, como infelizmente tem acontecido até agora. Que cada um faça a parte que lhe compete, com eficácia e com alegria. O resto virá por acréscimo. Juntos podemos ir longe, como cidade e como concelho. Temos é de sacrificar alguns interesses pessoais.
    No próximo dia 26, para mudar a triste situação actual, basta não votar PS.

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  6. Um idiota armado em Hugo Chávez!
    Se o PS não tiver a maioria nas próximas eleições não tem onde cair morto. Este vive mesmo à pála da Câmara.

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  7. ...nem td o que parece é. No Sec XX
    aceitavel ali...hj olhem à volta.
    Invente-se outro fait divers ...tão facil ehhh

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