Tomar na rede
Desenvolvimento local/ Economia/Turismo
Visitar o Convento sem vir a Tomar
Terá passado algo despercebida a recente crónica deste blogue, sobre uma lista de essenciais a visitar em Portugal, publicada pelo conceituado guia francófono ROUTARD-Portugal. Aí se pode ver que aparece pela primeira vez a recomendação implícita para visitar o Convento, sem qualquer referência a Tomar:
https://tomaradianteira3.blogspot.com/2021/09/convento-de-cristo-sala-dos-cavaleiros.html
Essa condenável indiferença dos leitores de Tomar a dianteira parece ter origem em dois grupos. O primeiro e mais numeroso é o dos acomodados, para os quais o turismo é uma matéria algo exótica, mais para os técnicos e outros conhecedores. O outro grupo é o das raposas velhas. Sabem que podem estar na origem do novo fenómeno de marginalização da cidade, pelo que, à cautela, seguem o esquema habitual. Silêncio e fingida indiferença.
Quanto menos se fala nas desgraças, melhor para os instalados seus causadores, mas muito pior para os interesses da comunidade tomarense.
Sucede que a actual situação é transitória, como tudo na vida, menos os impostos e a morte. O que mostra o guia do ROUTARD é que os profissionais de turismo já sabem como ir ao Convento e regressar, sem sequer passar pela cidade. Qualquer que seja a origem, basta seguir pela A13 até à saída para Tomar norte e aí continuar até à bifurcação do Casal de Santo António. O Convento é logo mais abaixo. No regresso é até mais fácil efectuar o caminho inverso, uma vez que a sinalização existente não permite que os autocarros de turismo desçam do Convento para a cidade. Parece anedota, mas é a triste realidade, que a actual maioria PS mantém há oito anos. A principal via de acesso a um monumento Património da Humanidade, é de sentido único para autocarros, devido a um erro técnico e subsequente falta de coragem da maioria autárquica.
Temos assim uma bem triste realidade. Nos anos 80 do século passado, o então presidente da edilidade, Amândio Murta, recusou o sector poente (Carregueiros - Moinho Novo) do projectado periférico tomarense (IC3 - IC9), justamente para evitar o que agora está a acontecer: que os visitantes pudessem aceder ao Convento sem passar pela cidade.
Décadas mais tarde, um erro de projecto ou de execução do mesmo, tornou a Estrada do Convento impraticável para autocarros que tenham de se cruzar nalguns sítios. Aconteceu no tempo do Paiva, coisa que a actual maioria não se cansa de lembrar. Esquecem-se, todavia, que em dois mandatos ainda não conseguiram maneira de reparar o erro de forma satisfatória.
Levados pelo discurso aparentemente ingénuo e desinteressado dos "moisés" da casa, limitaram-se a um remendo miserável. Mandaram colocar sinalização, proibindo os autocarros de descerem à cidade pela via mais curta.
Uma vez que, à ida, o estacionamento não abunda e os profissionais ignoram ainda quanto tempo vai demorar a visita ao Convento, por causa das filas para comprar os bilhetes, dos estrangulamentos junto à Janela do capítulo e da falta de lugares para estacionar lá em cima, não param na cidade. Finda a visita é demasiado tarde. Tinham de utilizar a via mais longa e procurar estacionamento que nem sempre há. Mais vale prolongar a visita a Fátima.
Temos assim que duas "cagadas" camarárias, um erro técnico e uma carência de solução adequada, vão comprometendo cada vez mais o desenvolvimento do turismo local. Ao mesmo tempo que a srª presidente vai apregoando que tem um plano local de turismo, para o desenvolvimento em rede, e mais não sei quantos. Falar é fácil, mas palavras leva-as os vento. E o concelho precisa é de soluções. Já no tempo dos romanos se proclamava RES NON VERBA. Obras! Chega de palavras.
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