Autárquicas 2021/Campanha local
Em jeito de balanço
Começo com uma pequena corecção. Escrevi no texto anterior que o leitorado médio diário de Tomar a dianteira 3 subiu para 400/500 durante a campanha eleitoral. Manda a verdade mais recente emendar, a Google registou ontem 639 visualizações de páginas neste blogue.
Dirão os "sabões de serviço avençados", que são alguns em Tomar, que mesmo assim é pouca gente, para um blogue contestatário. Têm razão. Mas reparem que 500 leitores diários multiplicados por 7 dias da semana dá 3.500 leitores. Quantos semanários locais têm uma tiragem equivalente?
Feito o esclarecimento,vamos então agora a uma espécie de balanço destas autárquicas. A campanha só termina amanhã, mas les jeux sont faits, rien ne va plus, como se diz nos casinos. Tenciono escrever outra coisa no final da campanha, uma vez que no sábado sou forçado legalmente a mudar de música.
A primeira constatação melancólica é que não apareceu nenhum candidato maravilha nesta campanha. Nem nenhum programa à altura das circunstâncias. Há, é certo, o cabeça de lista do CDS, com bons apontamentos aqui e ali. Mas integrando uma pequena coligação, é pouco provável que possa ir além de um vereador. E se assim for, já será uma inesperada maravilha para os centristas tomarenses.
Por falar em bons apontamentos, não me saem da cabeça aquelas duas falhas no som da Hertz, quando falava o candidato do CDS, durante o "debate" com todos os candidatos. Foi naturalmente um acidente imprevisível, que ainda assim me leva a pensar que há acidentes desses muito oportunos. Ou inoportunos, depende do ponto de vista.
Em termos de expectativas, o CHEGA começou por tomar a dianteira, mas depois perdeu balanço, as pessoas e as propostas que apresentou não terão convencido muitos indecisos. Ainda assim, parece estar bem posicionado para averbar um, ou mesmo dois vereadores, caso a coligação CDS/MPT/PPM fique aquém do esperado.
O restantes três pequenos, (BE, CDU, VOLT) não conseguiram ultrapassar a mediania baixa, com o VOLT a desiludir muitos jovens eleitores. Numa terra de conservadores, conformados e devidamente formatados, o BE e a CDU vão ter representantes na AM, como de costume. Quanto ao VOLT é mais duvidoso.
Restam os "pais da gaja", da Democracia, bem entendido. Uma miséria confrangedora, tanto num caso como no outro. Os socialistas dizem-se "No caminho certo", que os eleitores em geral não conseguem vislumbrar qual seja. Espatifar dinheiro em obras inúteis? Contratar ainda mais funcionários públicos? Agravar a já asfixiante burocracia local? Aumentar o custo de vida, através das taxas municipais agregadas aos consumos obrigatórios, e das tarifas de estacionamento? Exagerar na animação musical? Degradar o Mouchão? Comprar votos? Tornar cada vez menos transparente a administração local? Retaliar contra quem não aplaude o PS?
Do lado do PSD, escolheram o mote eleitoral "É tempo de Tomar". O posterior desenrolar da campanha veio mostrar que para os laranjas "é tempo de Tomar" os eleitores tomarenses por parvos, ou mesmo burros chapados. Onde está o programa mobilizador? Onde estão as ideias novas e fecundas? Onde estão as pessoas capazes de fazer a diferença? Onde está a coragem para enfrentar a crise e os adversários? Julgam que o executivo municipal deve ser uma espécie de União local, como a União Nacional salazarista?
Uma das principais propostas do PSD primeiro deu-me vontade de rir; depois quase ia chorando. Vontade de rir, porque criar núcleos museológicos nas freguesias, numa terra que ainda não resolveu o problema do museu do brinquedo, do museu da latoaria, do museu dos tabuleiros e do antigo museu municipal João de Castilho, cujo espólio já ninguém sabe muito bem onde pára, só pode ser uma infantilidade.
Depois, meditando mais um bocadinho, quase ia chorando porque se até o PSD, teoricamente de centro-direita, apresenta propostas eleitorais tendentes a agravar o peso do funcionalismo público, uma vez que um museu supõe direcção, limpeza, pessoal técnico, pessoal administrativo, onde é que isto vai parar? Já se esqueceram porque colapsaram os regimes pró-soviéticos do leste europeu?
Face a tudo isto, que há-de uma pessoa fazer com o papelinho no próximo domingo?
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ResponderEliminarAutárquicas 2021/Campanha local
Em jeito de balanço
"Em termos de expectativas, o CHEGA começou por tomar a dianteira, mas depois perdeu balanço, as pessoas e as propostas que apresentou não terão convencido muitos indecisos. Ainda assim, parece estar bem posicionado para averbar um, ou mesmo dois vereadores, caso a coligação CDS/MPT/PPM fique aquém do esperado.
O restantes três pequenos, (BE, CDU, VOLT) não conseguiram ultrapassar a mediania baixa, com o VOLT a desiludir muitos jovens eleitores. Numa terra de conservadores, conformados e devidamente formatados, o BE e a CDU vão ter representantes na AM, como de costume. Quanto ao VOLT é mais duvidoso. termos de expectativas, o CHEGA começou por tomar a dianteira, mas depois perdeu balanço, as pessoas e as propostas que apresentou não terão convencido muitos indecisos. Ainda assim, parece estar bem posicionado para averbar um, ou mesmo dois vereadores, caso a coligação CDS/MPT/PPM fique aquém do esperado.
O restantes três pequenos, (BE, CDU, VOLT) não conseguiram ultrapassar a mediania baixa, com o VOLT a desiludir muitos jovens eleitores. Numa terra de conservadores, conformados e devidamente formatados, o BE e a CDU vão ter representantes na AM, como de costume. Quanto ao VOLT é mais duvidoso.".
Ilustre Amigo António Rebelo,
Decidi trancrever estes dois parágrafos, para memória futura, na convicção de não reflectirem o desfecho daquele que irá ser o resultado eleitoral em Tomar.
Com a mais elevada estima e consideração,
António José / Tozé.
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