Política local/ Autarquia/Planos de pormenor/Parque de campismo
O povo é quem mais ordena, sr. vereador - 2
Foi grande o interesse demonstrado pela crónica sobre as declarações de Hugo Cristóvão, a respeito do eutanasiado Parque de campismo. Já vai a caminho das 400 visualizações, quando o normal é de menos de metade. Pouca coisa, apesar de tudo? É verdade. Mas para Tomar...
Volto portanto ao tema. A óbvia e inaceitável subserviência do vice-presidente perante alguns diplomas e organismos oficiais, não se entende de todo. No caso que agora nos ocupa, o encerrado parque de campismo, há antes de mais aquele velho problema da galinha e do ovo, mas que neste assunto pode ser esclarecido pelos intervenientes. Mandarem fazer um plano de pormenor para justificar a posteriori a eutanásia do parque de campismo? Ou, em ordem inversa, encerraram o parque obedecendo ao disposto no referido plano de pormenor?
Em qualquer caso, também aqui a ordem dos factores é arbitrária. Tudo resulta de um plano de pormenor, mandado fazer e aprovado pelos eleitos da câmara de Tomar. Falta apenas apurar, cá fora, como é que aconteceu. Foi o executivo que mandou elaborar, sabendo o que estava a fazer, e depois aprovou, antes de submeter às instâncias superiores? Ou foi o usual conclave de "moisés" que elaborou a coisa, e depois a apresentou com sendo inevitável, tipo as novas tábuas da lei?
Faltam respostas, mas o mal está feito. O parque de campismo está ao abandono e degrada-se a olhos vistos. A sorte dos tomarenses neste caso foi o imprevisto azar dos moisés. O executivo resolveu avançar com uma hasta pública para a concessão da Estalagem de Santa Iria, e foi um escândalo. Tornou-se evidente haver na autarquia a tendência executivo e a tendência moisés, fractura de que já se suspeitara em 2015, com a inesperada renúncia do arquitecto Serrano, um excelente profissional.
Veio então para a praça pública a contestação interna, alegando que a referida hasta pública era ilegal, ao não respeitar o disposto no Plano de pormenor do Açude de Pedra, do qual praticamente já ninguém se lembrava, fora dos Paços do concelho.
Abreviando, três anos mais tarde foi o próprio vice-presidente a esclarecer que o problema está ultrapassado quanto às obras da estalagem, faltando só "limar umas arestas". O que indica, salvo melhor informação, que terá sido suspensa a eficácia do dito plano de pormenor, posteriormente modificado para acomodar as necessárias, mas controversas, beneficiações na estalagem.
Nestas condições, deduz-se que tanto a CCDR como a APA terão consentido na dita alteração, por entenderem que vai beneficiar os concessionários, a autarquia e o turismo local. Impõe-se por isso a pergunta: Se foi possível para a Estalagem, porque não há-de ser para o renascimento do Parque de campismo, se o PP é o mesmo e os intervenientes também? Haverá outros interesses menos confessáveis em jogo?
Já em 2016 vereador H. Cristóvão dizia "O equipamento, que se localiza perto do centro da cidade, irá reabrir novamente, não como parque de campismo mas como equipamento turístico."
ResponderEliminarhttps://www.mediotejo.net/tomar-parque-de-campismo-encerra-e-muda-de-finalidade/
Sobre a novidade de a CCDR e a APA serem agora o bicho papão.. é preciso não esquecer que no novo PDM esse espaço está classificado como equipamento "UI1.1 Espaços de Uso Especial - Equipamentos Existentes", e que abrange imagine-se o estádio, o complexo da Levada, e o Mercado Municipal...
Assim, aquele espaço não tem proteção especial (mais do que os da envolvente, pelo contrário, como rede ecológica e afins.
E mesmo existindo um Plano de Pormenor em vigor, este poderá após entrada do novo PDM em vigor ser revisto..
Onde há fumo, poderá haver fogo..
Quem se mete com miudos, leva!
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