domingo, 5 de setembro de 2021



 Política local/ Autarquia/Planos de pormenor/Parque de campismo

O povo é quem mais ordena, sr. vereador - 2

Foi grande o interesse demonstrado pela crónica sobre as declarações de Hugo Cristóvão, a respeito do eutanasiado Parque de campismo. Já vai a caminho das 400 visualizações, quando o normal é de menos de metade. Pouca coisa, apesar de tudo? É verdade. Mas para Tomar...
Volto portanto ao tema. A óbvia e inaceitável subserviência do vice-presidente perante alguns diplomas e organismos oficiais, não se entende de todo. No caso que agora nos ocupa, o encerrado parque de campismo, há antes de mais aquele velho problema da galinha e do ovo, mas que neste assunto pode ser esclarecido pelos intervenientes. Mandarem fazer um plano de pormenor para justificar a posteriori a eutanásia do parque de campismo? Ou, em ordem inversa, encerraram o parque obedecendo ao disposto no referido plano de pormenor?
Em qualquer caso, também aqui a ordem dos factores é arbitrária. Tudo resulta de um plano de pormenor, mandado fazer e aprovado pelos eleitos da câmara de Tomar. Falta apenas apurar, cá fora, como é que aconteceu. Foi o executivo que mandou elaborar, sabendo o que estava a fazer, e depois aprovou, antes de submeter às instâncias superiores? Ou foi o usual conclave de "moisés" que elaborou a coisa, e depois a apresentou com sendo inevitável, tipo as novas tábuas da lei?
Faltam respostas, mas o mal está feito. O parque de campismo está ao abandono e degrada-se a olhos vistos. A sorte dos tomarenses neste caso foi o imprevisto azar dos moisés. O executivo resolveu avançar com uma hasta pública para a concessão da Estalagem de Santa Iria, e foi um escândalo. Tornou-se evidente haver na autarquia a tendência executivo e a tendência moisés, fractura de que já se suspeitara em 2015, com a inesperada renúncia do arquitecto Serrano, um excelente profissional.
Veio então para a praça pública a contestação interna, alegando que a referida hasta pública era ilegal, ao não respeitar o disposto no Plano de pormenor do Açude de Pedra, do qual praticamente já ninguém se lembrava, fora dos Paços do concelho.
Abreviando, três anos mais tarde foi o próprio vice-presidente a esclarecer que o problema está ultrapassado quanto às obras da estalagem, faltando só "limar umas arestas". O que indica, salvo melhor informação, que terá sido suspensa a eficácia do dito plano de pormenor, posteriormente modificado para acomodar as necessárias, mas controversas, beneficiações na estalagem.
Nestas condições, deduz-se que tanto a CCDR como a APA terão consentido na dita alteração, por entenderem que vai beneficiar os concessionários, a autarquia e o turismo local. Impõe-se por isso a pergunta: Se foi possível para a Estalagem, porque não há-de ser para o renascimento do Parque de campismo, se o PP é o mesmo e os intervenientes também? Haverá outros interesses menos confessáveis em jogo?

2 comentários:

  1. Já em 2016 vereador H. Cristóvão dizia "O equipamento, que se localiza perto do centro da cidade, irá reabrir novamente, não como parque de campismo mas como equipamento turístico."
    https://www.mediotejo.net/tomar-parque-de-campismo-encerra-e-muda-de-finalidade/

    Sobre a novidade de a CCDR e a APA serem agora o bicho papão.. é preciso não esquecer que no novo PDM esse espaço está classificado como equipamento "UI1.1 Espaços de Uso Especial - Equipamentos Existentes", e que abrange imagine-se o estádio, o complexo da Levada, e o Mercado Municipal...
    Assim, aquele espaço não tem proteção especial (mais do que os da envolvente, pelo contrário, como rede ecológica e afins.
    E mesmo existindo um Plano de Pormenor em vigor, este poderá após entrada do novo PDM em vigor ser revisto..

    Onde há fumo, poderá haver fogo..

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  2. Quem se mete com miudos, leva!

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