terça-feira, 21 de setembro de 2021

 

Imagem Tomar na rede. Obrigado Zé Gaio.

Política local/Autarquia

Gestão incoerente

É um facto do domínio público: As declarações da presidente Anabela Freitas, no exercício das suas funções, nem sempre respeitam totalmente a verdade. Estou a pensar no Prado, na Platex, na poluição do rio... Surge agora outra faceta, igualmente pouco abonatória. Trata-se de incoerência nas opções camarárias.
Foi a vereadora Célia Bonet, a única que ao longo do mandato, que agora termina, procurou exercer capazmente a sua função de opositora, que levantou a lebre, numa anterior reunião do executivo. Referiu ter uma informação, segundo a qual a autarquia perdera a acção judicial, que intentara para recuperar o direito de preferência, na compra do edifício onde funcionaram os SMAS, e está instalado o DOM-Departamento de obras municipais.
Apanhada de surpresa, Anabela Freitas reagiu de forma política. Alegou que ainda não tinha recebido qualquer informação sobre a decisão judicial em questão. Pairou então a dúvida sobre a vantagem de tal posição, que poderá ter sido um mero expediente, visando adiar a questão para depois das eleições. Porque era realmente uma posição conveniente, porém muito estranha: uma vereadora da oposição já conhecia uma decisão judicial que a presidente ainda ignorava.
Controversa ou não, tal situação acabou hoje. Segundo a Rádio Hertz, 
https://radiohertz.pt/tomar-tribunal-da-relacao-de-evora-ja-noticiou-municipio-sobre-o-processo-relativo-ao-ex-edificio-dos-smas-parte-da-acao-foi-julgada-improcedente/
a presidente declarou já ter recebido a citada notificação via mail. Uma vez que o Tribunal da relação competente tem sede em Évora, foi um mail alentejano, naturalmente lento, que acabou por chegar. Tudo tem a sua explicação.
Azar dos azares, a situação aponta agora no sentido de mais uma salada à moda de Tomar. Segundo a notícia da Hertz, afinal a câmara ainda não foi derrotada, ao contrário do afirmado pela vereadora laranja. Vamos ter portanto, ao que tudo indica, mais um ou vários e sucessivos recursos, com os inerentes custos. Tudo para quê? Para conseguir o restabelecimento do direito de preferência, que permita ao Município comprar o imóvel? Para, com ele comprado, fazer o quê? Instalar o sempre adiado e quimérico museu dos tabuleiros? Mas para isso há espaço de sobra no Complexo da Levada.
Além do mais, o Município é há longos anos locatário do imóvel. Tem os seus direitos. Não pode ser despejado, mesmo que não compre, desde que continue a pagar a renda. Há pois uma notória incoerência.
Este executivo já anunciou que tem um projecto para edificação de um grande edifício administrativo, nos terrenos anexos ao Convento de S. Francisco, no qual serão reunidos todos os serviços camarários. Assim sendo, para quê comprar o prédio dos SMAS? Só para irritar? Municipalização encapotada? Para mais tarde revender por menos de metade do preço de custo, como no caso do Convento de Santa Iria?
A autarquia já dispõe de amplas instalações devolutas, nomeadamente no Palácio Alvim (ex-PSP), no Convento de S. Francisco (ex-GAT), e na Levada. Para quê então semelhante incoerência? Os serviços administrativos camarários vão ou não ser alojados no futuro edifício a construir? Pretende-se um prédio para cada um dos departamentos municipais?
Por favor, deixem-se de brincadeiras com o dinheiro dos contribuintes. Tratem mas é da limpeza urbana. Há ruas que começam a estar tão porcas como a gestão municipal.

1 comentário:

  1. A Célia Bonet foi a melhorzinha entre os vereadores da oposição mas ainda assim longe daquilo que era preciso. Era ela, talvez por formação, que interpelava a presidente sobre os assuntos económicos, e nunca teve coragem para perguntar directamente : "Sra Presidente, quem são os investidores da Platex?" A sra presidente veio para a hertz dizer que existiam investidores para a Platex que estavam dispostos a manter os postos de trabalho e talvez até aumentar, disse que os pedregulhos no caminho para a empresa continuar já tinham sido retirados, que era uma empresa com uma carteira de clientes internacional, que era para começar a laborar rapidamente. Também disse que eram DOIS!!! que ao princípio nem se conheciam e depois já aceitaram ir em conjunto e que a bola estava do lado do gestor de insolvência, que era só se este não quisesse, etc... Enfim criou falsas expectativas nas pessoas que as vendo goradas entraram muito provavelmente em depressão. E reparem que tendo a sra presidente anunciado DOIS investidores (anónimos) aumentou as expectativas das pessoas que tinham a esperança que pelo menos um deles vingasse. Infelizmente tal não aconteceu. Para meu espanto a vereação PSD não teve habilidade para questionar a presidente da identidade destes investidores e analisar esta situação, eu alertei a vereadora Bonet para o facto de ser muitíssimo estranho um investidor sério vir anónimo a um negócio lícito, repare o que aconteceu com o grupo Galé e o convento Santa iria, mas para meu espanto esta nunca perguntou á sra presidente o nome desses investidores. A impressão com que fiquei é que eles têm medo dela, a presidente tem muito poder e como se diz: "quem tem cú tem medo". Os outros vereadores são uma vergonha, principalmente o Delgado que eu não me espantaria se fizesse parte da comissão de honra da Anabela Freitas.
    A câmara já tem tantos funcionários, já são mais de 600!!! que são precisos espaços para alojar toda a pesadíssima estrutura directiva. Nenhum candidato fala em racionalizar meios, em fazer mais com menos. E porquê? Porque isso lhes iria retirar votos. Só falam em fazer mais obra e gastar mais dinheiro porque isso é que dá votos, a malta quer ver novidades.

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