terça-feira, 28 de setembro de 2021

 


Política local - Rescaldo eleitoral

Moedas diferentes

Em Lisboa, onde se fala a mesma língua, mas se pensa e vive de outra forma em relação a Tomar, comentadores e jornalistas ficaram abismados com a vitória de Carlos Moedas. O que ninguém previra, nem mesmo as sondagens ou os especialistas das mesmas, aconteceu. E vai ter consequências importantes no país, designadamente no modo de fazer política, nas sondagens e no jornalismo.
Inversamente, em Tomar, a pouco mais de cem quilómetros em termos geográficos, mas a anos e anos de distância em termos de mentalidade dominante, houve quem garantisse a vitória do PSD. E também houve, na noite da contagem, responsáveis socialistas locais a prever uma folgada vitória rosa, com 5 eleitos contra apenas 2 social-democratas no executivo.
Vai-se a ver, os triunfalistas laranjas perderam em toda a linha. Não ganharam nada. Apenas mantiveram os 3 vereadores. E perderam mais de 600 votos em relação a 2017. Quanto aos pensadores socialistas, após tão brilhante vitória, verifica-se que afinal conseguiram apenas mais 900 e poucos votos que os laranjas, contra mil e tantos em 2017. Ou seja: só não perderam porque a outra lista foi mesmo uma desgraça.
Tudo isto num concelho manifestamente desligado do país circundante. Deixando a análise detalhada do caso PS nabantino, sem quadros à altura, sem ideias nem projectos consistentes, para melhor  ocasião, vamos ao mau momento do PSD nabantino.
É fora de dúvidas que os laranjas tomarenses fizeram tudo às avessas. Moedas diferentes. Começaram por votar maioritariamente uma candidata sem mundo nem projecto, que posteriormente se veio a revelar um erro crasso. Recusaram qualquer ajuda exterior, nem sequer respondendo às ofertas surgidas. Não aceitaram coligações. Apresentaram um programa de fraco nível. Recusaram um debate frente a frente. Fizeram uma campanha eleitoral medíocre. Tiveram uma candidata com tantas carências, que fora do partido ninguém consegue perceber porque a escolheram. Foi portanto uma vitória pírrica do aparelhismo laranja.
Após tanta asneira, resta agora aos do PSD local uma última oportunidade para se redimirem, mostrando ao seu eleitorado potencial que aprenderam a lição e prometem mudar: Se Lurdes Ferromau pretende sair em beleza da política, assim prestigiando o seu partido, deve renunciar já ao lugar de vereadora e convocar eleições internas para uma nova liderança laranja. Conforme soube fazer em tempo oportuno, e com toda a dignidade, Carlos Carrão. 
Menos do que isto equivale a estar-se nas tintas para os eleitores tomarenses. E corresponde já às primeiras achegas para a derrota laranja em 2025.
Fica dito, para que depois não haja dúvidas.

2 comentários:

  1. Escrevi no post anterior algo que vai neste sentido.. o PSD local das duas uma: ou sentir-se-á legitimado pela votação que teve (....) e entenderá que está no caminho certo ))) ou arrepia caminho e concretiza as (in)ações da campanha, e dá lugar a outra equipa (isto partindo do principio que têm capacidade e pessoas fora do seu proprio status quo..).
    Aposto na primeira hipótese, mais uma vez é o que nos diz a tradição..

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  2. O PSD nabantino só têm uma saida,correr com toda aquela escumalha,não se aproveita um, tentar junto da sociedade civil encontrar pessoas fora dos jotas, outra merda, que honestamente gostem da cidade e estejam dispostos a fazer alguma coisa por Tomar sem interferência de partidos.

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