sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Um documento sempre útil, que devia ter sido distribuído em Tomar...

 Autárquicas 2021/ Encerramento da campanha


Acabou e não deixa saudades a ninguém

Acabou a campanha eleitoral para as autárquicas do próximo domingo e parece-me que não deixa saudades a ninguém. Nem às várias candidaturas, que se lastimam da manifesta falta de adesão e de entusiasmo da população. Nem aos eleitores, entre os quais reina um sentimento de frustração e de desilusão.
Sobre as candidaturas, já estamos conversados, tal como a respeito dos programas. Foi o que se conseguiu arranjar, e convenhamos que não é brilhante. Há um ou outro pequeno êxito, mas a regra geral é a manifesta pouca qualidade das pessoas e dos programas. Ideias novas e fecundas? Que é delas?! Donde resulta a tal frustração dos eleitores. Se antes se consideravam desmotivados, porque mal informados, a campanha eleitoral, em vez de melhorar, veio antes piorar a situação.
O que poderia ter sido um dos momentos altos para o esclarecimento da população, o frente a frente entre as duas candidaturas dos partidos tradicionalmente maioritários,  foi rejeitado pela candidata do PSD, com posteriores justificações nada credíveis. A partir daí, a situação que já era incerta, passou a ser de marasmo e até algo ridícula. Candidatos que não querem debater, que evitam o confronto sereno de ideias, andam a fazer o quê na política local? A treinar para lacaios em S. Bento?
Noutros termos, se a participação eleitoral depender da campanha eleitoral, temo que a abstenção possa ser bem superior ao habitual. Uma percentagem acima de 55% não me surpreenderia. E com tantos abstencionistas, o conjunto de votos válidos pode vir a surpreender  de forma negativa muito boa gente. 
A título de exemplo, que autoridade poderão ter os eleitos do executivo, caso tenham obtido votações inferiores a 2017 e até a 2013? Porque é isso, se não erro, que se perfila no horizonte.
Uma nota a fechar, para assinalar o nosso evidente definhamento a nível regional e nacional. Com a notável excepção do CDS, quantos outros dirigentes nacionais pisaram as ruas nabantinas? Nenhum.
Com a sua habitual arrogância, o PS poderá argumentar que não veio ninguém porque não havia necessidade, uma vez que a vitória está garantida. Pois seja. Então e os outros? Porque não apareceu nenhum?
Quando, lá por onde ando durante o ano, me perguntam de onde sou natural, e respondo que sou de Tomar, ficam a olhar para mim, com ar interrogativo. Acrescento então "uma cidade pequena, próxima de Fátima", e oiço logo a seguir algo do género "ah, já estou a ver! próximo de Coimbra, não é?"
No domingo, tomarenses por dentro e por fora, por favor pensem bem, antes de fazer ou não fazer a cruzinha no boletim de voto. Estamos a precisar de mudar como de pão para boca e de ar para respirar, caso queiramos que os nossos descendentes possam continuar a viver em Tomar, uma vez que já cá não podem nascer.
A governação  destes últimos oito anos só nos tem prejudicado, porque agravou a situação herdada e, ao contrário do que proclamam, não estão no "caminho certo". Vão-nos  arrastando na direcção errada, sem disso se darem conta.

1 comentário:

  1. Ligeiro ajustamento na prosa, necessario provavelmente pela ausencia de A. Rebelo por longo perido: houve varios membros do Governo que visitaram Tomar, e despejaram milhoes e prometeram obras. Certo que a campanha eleitoral ainda não estava aberta. Mas estava a pre campanha.

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