quinta-feira, 23 de setembro de 2021

 


Hotelaria/Património camarário

Eu bem avisei...

Escrevi aqui, em tempo oportuno, aquando da recente votação camarária favorável à venda do ex-Convento de Santa Iria ao grupo hoteleiro Vila Galé, por 703 mil euros, que era só fogo de vista, com fins eleitoralistas. Acrescentei até que faltava saber muita coisa e que estávamos apenas "no início do princípio".
Bem dito e bem feito. Ainda não passou nem um mês e aí está a confirmação do que escrevi. A empresa hoteleira proprietária do Hotel Thomar Boutique, confinante com as ruínas do Convento de Santa Iria e por isso com direito de preferência, acaba de apresentar no tribunal administrativo de Leiria uma providência cautelar, que foi admitida, visando a protecção dos seus direitos, alegando ter sido preterida ilegalmente no concurso de arrematação, noticia o Tomar na rede aqui:
https://tomarnarede.pt/economia/thomar-boutique-hotel-contesta-venda-do-convento-de-santa-iria-a-vila-gale/
Inicia-se assim o usual calvário dos concursos camarários, com a arrematação da concessão da Estalagem de Santa Iria (de que os proprietários do Thomar Boutique Hotel são agora co-titulares) como exemplo, que não se sabe quando terá uma conclusão digna.
É afinal aquilo  que o saudoso cronista Vasco Pulido Valente apelidou de "república das tranquibérnias", a delícia dos funcionários superiores autárquicos, especialistas em planos de pormenor e respectivas alterações maleáveis. Que neste caso do ex-Convento de Santa Iria se anunciam muito sumarentas, para que o projecto do anunciado hotel possa ser aprovado em tempo útil.

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