terça-feira, 28 de setembro de 2021

 


Política local

Intrujaram os eleitores, e agora?

A noite de contagem dos votos foi um belo maná para quem pretendia recolher opiniões espontâneas de dirigentes políticos locais. Assim, numa das rádios locais, um ex-dirigente socialista, ainda membro do partido, cujo nome omito para não embaraçar, afirmou que ninguém lê programas eleitorais e que quando ele foi candidato chegaram a fazer e distribuir propaganda política que ele nem sequer chegou a ler.
Esqueceu-se de acrescentar que perdeu essa eleição, se calhar porque não havia programa e o candidato nem sequer lia a propaganda distribuída. O que isto revela é gravíssimo. A actual maioria PS, que domina a autarquia há oito anos, continua a não acreditar em programas, limitando-se a intrujar os cidadãos com sucessivas golpadas, legais naturalmente, mas improvisadas consoante as necessidades do momento.
Nunca portanto se deram sequer conta de que venceram nas urnas, não pela bondade dos seus planos, ou a eficácia das campanhas eleitorais, mas unicamente devido à evidente inépcia do principal adversário. Essa evidente incapacidade da oposição, já amplamente denunciada em páginas anteriores, agravou-se singularmente nestas eleições, de tal forma que permitiu obter resultados comparáveis aos de há quatro anos, embora  com menos votos.
Os problemas vão começar após a posse. Para o PSD porque, ou muda de vida, ou dilui-se na paisagem. É forte o ressentimento entre os eleitores social-democratas do vale do Nabão, que se sentem abusados. Para o PS, também, sobretudo porque vão ter de apresentar trabalho, mas se deparam com duas fortes incertezas.
No próprio executivo, os 3 eleitos  laranja vão ser tão bananas como os anteriores, com a notável excepção de Célia Bonet? E na Assembleia Municipal, onde não têm maioria, vai continuar a ser possível comprar votos com arranjinhos de circunstância?
Têm a palavra os pequenos partidos, até agora quase sempre arredados da tomada de decisão, aquando das grandes questões concelhias. Vamos continuar na mesma? Ou vamos ter vida nova, que já ´vai sendo tarde para certas opções?
Resta aguardar.

4 comentários:

  1. Eu acho que o António Rebelo está a ser muito injusto com este executivo camarário. Eu dei uma vista de olhos pelo Facebook da vereadora Filipa Fernandes, que esteve muito ativa na campanha, e li um posto intitulado no Rumo Certo e com as contas certas ou no caminho certo e com as contas certas, qualquer coisa do género.O
    Para meu espanto todos os indicadores contabilísticos da autarquia são fantásticos. A dívida tem vindo a reduzir de forma significativa, apesar de 500 mil euros de prejuízo nos TUT e mais de 800 mil na Tejo ambiente, e apesar ainda do fortíssimo investimento em infraestruturas e em cultura que a câmara tem feito. Houve festivais de música durante todo o verão. Além da dívida ter descido a capacidade de endividamento aumentou, os prazos de pagamento desceram, etc..., Fantástico, a Anabela Freitas é uma excelente gestora e nos temos sido muito injustos com ela!!!!

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    1. Se bem entendo, esta sua mensagem é irónica.
      Mas ainda que não fosse, trata-se de opinião que merece todo o respeito.
      Quanto às contas, às várias iniciativas e ao aumento da capacidade de endividamento, não ficaria surpreendido se um dia destes se viesse a verificar algo parecido com todas as sondagens que davam a vitória a Medina em Lisboa.

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  2. Claro que é irónica, mas é verdadeira. Estes gráficos estão mesmo na página da Filipa Fernandes, são públicos toda a gente pode consultar. Apenas queria alertar algo que escapou ás pessoas, inclusive a si, António Rebelo. Dá ideia que este executivo é brilhante a gerir e depois é o que se vê com as empresas municipais de transportes e água \saneamento. E com o impacto da pandemia imagino que a situação se deteriore.

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    1. Admito que me escapa muita coisa. Nem podia ser de outra maneira. Estes tomarenses de agora já não são a minha gente, com tudo o que isso implica.
      Além disso, a maioria PS tem-se mostrado excelente na área da comunicação, em geral tão ornamental como as onerosas obras que tem apresentado a concurso.
      A questão do saneamento, por exemplo, no que concerne à recolha do lixo doméstico, foi entregue pela Tejo Ambiente à SUMA, pela bagatela de 20 milhões de euros. A SUMA é uma empresa do grupo Mota-Engil, que foi dirigida durante anos pelo falecido socialista Jorge Coelho, o homem do "quem se mete com o PS leva". É preciso dizer mais?

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