terça-feira, 31 de janeiro de 2023



Escândalos políticos

Como estas coisas são...

https://observador.pt/2023/01/31/camaras-do-porto-e-lisboa-consideram-tap-uma-vergonha-e-um-desastre-total/

Vai por aí, ou ia por aí, uma onda de indignação, por causa do previsto altar papal de 4,5 milhões de euros, e outras despesas conexas, até aos 55 milhões de euros. É realmente muito dinheiro, mas pura hipocrisia socialista. Trata-se na verdade de seguir o conselho dos spin doctors das agências de comunicação e imagem, contratadas para o efeito.
Perante a acelerada degradação da imagem governamental, aconselharam que se encontrasse um tema polémico ligado à oposição, susceptível de desviar a atenção dos problemas governamentais que se vão sucedendo. Não foi difícil. Lembraram-se logo do encontro mundial de juventude católica, uma inciativa de "turismo de congressos" com retorno assegurado, mas liderada pela câmara de Lisboa, cujo presidente é do PSD. E foi o escândalo que se sabe. Toda a informação colaborou.
Acontece que Moedas tem muitos anos de Bruxelas, como eurocrata, gente que não costuma brincar em serviço, nem poderia. Perante o ataque, anunciou que dava o peito às balas, ordenou aos seus serviços revisão de preços e de empreendimentos, passando ao contra-ataque. (Ver link supra)
Reunido em Gaia com o seu homólogo do Porto, um independente, foi duro e certeiro. Afirmou que vergonha não são as despesas com o congresso mundial da juventude católica, com elevado retorno garantido, de acordo com experiências anteriores noutras capitais europeias. Vergonha é o descalabro dos mais de 3,5 mil milhões de euros já gastos na TAP, sem qualquer esperança de retorno ou utilidade para o país.
O presidente do Porto foi ainda mais severo, considerando que a TAP não passa afinal de um resquício de companhia colonial, que não serve o Porto nem o país. Momento logo aproveitado por Carlos Moedas para, à boa maneira das corridas de toiros à portuguesa, cravar mais um ferro. Disse que bom seria o governo resolver o problema do aeroporto de Lisboa, que já se arrasta há 50 anos, "para podermos ter mais e melhor turismo".
Reivindicou assim que se resolva uma das grandes carências em termos de estruturas de acolhimento. Exactamente o mesmo que se reclama desde há muito para Tomar, perante a indiferença geral. Estruturas de acolhimento adequadas, em quantidade e qualidade. Resta portanto perguntar: -Sem adequadas estruturas de acolhimento, em que se baseiam os senhores autarcas e respectivos spin doctors (???) para pensar que vamos ter desenvolvimento do turismo em Tomar? Por causa do Vila Galé? É realmente uma excelente empresa e pode ajudar muito, mas não é uma andorinha que faz a Primavera.
Indignar-se é fácil! Resolver, eis o desafio.

ADENDA às 22H20 de 31/01/2023


Conforme o link acima, o governo pretende desenvolver o turismo no interior do país e dispõe de meios para financiar empreendimentos nesse sentido, tanto no sector público como no privado. O problema de Tomar, e se calhar de outros concelhos com potencialidades na área, é que não dispõem de uma estratégia nem de projectos, ou sequer de grandes linhas, para o sector, e sem isso torna-se difícil o governo poder ajudar.  Quanto a Tomar, é no que dá a evidente falta de diálogo com quem sabe, e a incapacidade para pedir ajuda.


Arquitectura e comportamento

Tomar - Capital do manuelino

Vemos por aí "Tomar - Cidade templária", como ex-libris da cidade, mas também podia ser "Tomar - Capital do manuelino", com inteira propriedade. Há os Jerónimos, é certo, mas aquilo é manuelino renascença. Plateresco, portanto. Só o manuelino tomarense é mesmo português. De tal forma que até influencia o comportamento dos tomarenses e dos visitantes, e de que maneira. 
Reparem, por exemplo, em cada tabuleiro, óbvia reprodução em miniatura dos botaréus do Coro Alto, com os anjos ou o D. Manuel I substituídos pelos pães. (ver imagem). Ou no recente incidente  no Rio Bar, com contornos muito manuelinos. Pelo menos um cidadão visitante ocasional, resolveu agredir dois outros cidadãos, militares da GNR, igualmente de fora da terra. Dá que pensar, não dá? Comérico ilícito, ajustes de contas, marcação de território...
Normalmente, ocorridos os factos lamentáveis e chamada a autoridade, esta devia ter comparecido. Mas tal não aconteceu, devido a uma alegada falha de conexão. Um transponder que não terá funcionado bem. Ou terão sido os bombeiros, que  compareceram  mas se esqueceram, por terem ou não instruções nesse sentido? 
Seguiram-se dois dias, com a informação a garantir que os agressores estavam identificados, mas sem esclarecer se estavam ou não a ser procurados. Entende-se. Os fins de semana são para todos descansarem. Salvo ocorrência imprevista e grave, o que pelo jeito não era o caso.
Finalmente na segunda-feira, mais de 50 horas após as agressões, um dos suspeitos identificados entregou-se às autoridades. Não à PSP ou à GNR, porque essas estavam implicadas, de uma maneira ou de outra. A PSP porque não compareceu, ao não ter sido contactada; a GNR porque os agredidos são seus militares.
À priori fino conhecedor destas coisas, porque já com antecedentes na ficha respectiva, o delinquente entregou-se à terceira força -a Polícia Judiciária- que não estava implicada. Em Aveiro, a mais de cem quilómetros do local do crime porque, ao que foi escrito, tem residência em Cacia, a 6 quilómetros.
Foi depois transferido para a PJ de Leiria, e daí para o Ministério público do tribunal de Santarém. Tudo muito simples e linear, como se vê. E mesmo assim, houve manifesta boa vontade do prevaricador. Podia muito bem ter-se apresentado à Polícia Marítima da Aveiro, pois como escreveu o imortal Pessoa "A minha alma é só de Deus, o corpo dou eu ao mar." Somos todos cidadãos de estilo manuelino e não há nada a fazer, salvo aceitarmos essa condição, com o usual ar trágico no rosto. Mesmo se gostamos também de rir, para disfarçar...



-Toma lá estas flores dos tabuleiros, camarada Costa. Estás convidado para a próxima festa em Julho. Temos uma boa comezaina para os convidados, com chamuças e tudo, no salão nobre da Câmara.

Governo e autarquia

Nós aceitamos o sacrifício. Por favor levem-na.

António Costa: “O Governo pôs-se a jeito, cometeu erros” e “nem sempre [respondeu] às dúvidas que existiam” – Observador

Numa longa entrevista na RTP,  comentada no OBSERVADOR, (ver link supra), o primeiro-ministro António Costa admitiu que "o governo pôs-se a jeito, cometeu erros", garantindo contudo que é "uma maioria de diálogo", e que está bem de saúde para continuar. Ele. A maioria, depois se vê.
Parece portanto que António Costa pretende evitar mais erros e ampliar o diálogo, sentindo todavia algumas dificuldades na sua tarefa, o que se compreende porque num ano foram-se-lhe embora 13 membros do governo. Havendo por conseguinte fortes hipótese de novas saídas, bem como urgente necessidade de melhorar o desempenho geral, aconselha-se o primeiro ministro a olhar mais para a província, aquando dos novos recrutamentos governamentais com questionário.
Pode olhar  sobretudo para Tomar, que fica no fim da linha e onde uma maioria socialista está forçosamente em fim de ciclo, porque a sua lider não pode voltar a apresentar-se. Há assim necessidade de lhe encontrar outro poleiro, por se tratar de alguém que merece indiscutivelmente, por nunca se enganar e jamais ter dúvidas. Sobretudo em matéria  de diálogo, de informação, de obras ornamentais, de abertura de espírito e de estratégia para a cidade e o concelho, nunca houve melhor em Tomar, mesmo quando havia mais população.
Por isso, pensando já no final do 3º e derradeiro mandato, avoluma-se a tristeza em tantos rostos, que bem gostariam de mais festas, festarolas, eventos e comezainas, tudo à borla. Mas não sendo legalmente possível, nós,  os verdadeiros tomarenses, aceitamos o sacrifício. Por favor levem a senhora e oxalá sejam todos muito felizes. 
Se por acaso lhe vierem a atribuir a pasta das Obras públicas (com ou sem luvas), até às próximas legislativas vamos ter pistas cicláveis em todas as auto-estradas do país. Não servirão de nada, que as bicicletas não podem circular nessas vias rápidas,  mas o país fica com um aspecto muito mais típico.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Agressões no Rio Bar

Lamentável erro de conexão no 112

 https://radiohertz.pt/tomar-erro-de-comunicacao-via-112-impediu-psp-de-se-deslocar-ate-ao-rio-bar-e-intervir-nas-barbaras-agressoes-a-militares-da-gnr/

https://radiohertz.pt/tomar-suspeito-de-ter-agredido-militar-da-gnr-entregou-se-a-policia-judiciaria-de-aveiro/

Escreveu-se aqui anteriormente, relatando as recentes agressões no Rio Bar, em Tomar, que a PSP não comparecera, apesar de chamada, e que iria alegar eventualmente falta de recursos humanos ou de material circulante. Pois nem uma coisa nem outra. Informa agora o respectivo comando distrital (ver 1º link supra), após contactos com o homólogo da GNR, que se tratou de simples erro de conexão, via 112, que impediu a recepção da chamada de apelo por aquela força de segurança.
Deve ser mesmo a versão fiel da ocorrência. Basta atentar nas outras hipóteses e respectivas consequências:
Hipótese 1 - A PSP não veio, porque querem evitar problemas, pois sabem que os ciganos são protegidos pela maioria PS. A Câmara e a PSP não ficavam nada bem na fotografia.
Hipótese 2 - A PSP não veio, porque não havia homens e/ou viaturas disponíveis. O comando distrital e o governo não ficavam nada bem na fotografia.
Hipótese 3 - A PSP não veio, porque se tratava de GNR e portanto eles que as fazem que as resolvam. A PSP local e distrital não ficavam nada bem na fotografia.
Hipótese 4 - A PSP não veio, porque não recebeu o apelo, devido a um erro de conexão do 112. Dantes ainda havia as centrais telefónicas, mas agora com os telemóveis, são os transponders automáticos que ficam mal na fotografia. E quem vai chatear-se com um transponder? 
A completar a cena, a notícia da Hertz avança que os comandantes distritais das duas forças de segurança já se reuniram e acertaram posições, não havendo qualquer atrito entre elas. Segue-se que as agressões foram graves e de retaliação. A primeira por se tratar de uma militar da GNR, mesmo fora de serviço. A outra porque um militar, também fora de serviço, ousou ter a coragem de socorrer a sua camarada de armas, num território que parece ter dono.
Ao que consta, as agressões foram praticadas por pelo menos um cidadão de etnia cigana, já antes referenciado pelas autoridades, nomeadamente por estar envolvido numa trágica ocorrência anterior, em meio rural.
Factos convergentes, apontam no sentido de estarmos já na fase 2 do relacionamento com camadas sociais de integração problemática. À maneira das facções brasileiras, que marcam e exploram os seus territórios, matando quem se lhes opuser, também em Tomar uma autoridade pública fora de serviço foi agredida num local de diversão nocturna, logo que foi reconhecida. Não terá respeitado o território, o que constitui uma afronta para os delinquentes.
A partir de agora, ou há muita coragem e muito rigor da parte dos eleitos, do poder judicial, dos funcionários, das autoridades e dos cidadãos anónimos, ou vem aí a fase 3, que costuma ter mortos. Oxalá que não, posto que somos o país dos brandos costumes, mas negar a realidade nunca ajudou a solucionar problemas graves.

ADENDA, às 15H08 de segunda-feira

Entretanto, segundo uma outra notícia da Hertz (ver 2º link supra), um dos autores da agressão entregou-se à Polícia Judiciária em Aveiro. É feirante e reside em Cacia. Faz sentido. O mercado semanal de Tomar é às sextas. O cidadão feirante veio e ficou até à noite, aproveitando para agredir dois militares da GNR que estavam fora de serviço.
A notícia mostra que a discoteca Rio Bar é muito conhecida por esse país fora, uma vez que agora até vêm de Aveiro para ali se divertirem. E quanto a violência ou negócios da noite, nem pó! 
Como é lógico, o agressor nunca viveu nem vive em Tomar, não tendo nada a ver com o Flecheiro, mesmo que, por mera coincidência, o seu apelido possa ser Pascoal.

Actualização, às 18H00 de segunda-feira




 


Economia e turismo

"O modelo de desenvolvimento 
de Marcelo, Costa e Medina"

"Marcelo e Costa apostaram num modelo de desenvolvimento assente em eventos que chamam pessoas que gastam dinheiro em restaurantes. Não gera riqueza, mas foi o que quiseram, aprovaram e festejaram."
(André Abrantes Amaral, OBSERVADOR, 29/01/2023)
Esta análise de André Abrantes Amaral, (ver link supra), da qual se copiou o título e o cabeçalho, tem pano para mangas, como é uso dizer-se. Desde logo porque há um lapso evidente. Os turistas, porque é deles que se trata, não gastam dinheiro só em restaurantes. Convém acrescentar cafés, hotéis, alojamento local, entradas em monumentos, museus e espetáculos, compra de recordações, ou aluguer de automóveis.
Vem depois a questão de gerar riqueza, mais-valia ou valor acrescentado. O autor afirma que "não gera riqueza", mas no meu entender trata-se de uma interpretação menos conseguida.. Em geral, podem não criar valor acrescentado para os "encomendantes", mas criam para os "encomendados" e para o largo leque dos "beneficiados". O tal retorno ou "retombée". Tudo bem, portanto? Nem tanto. Pode bem dar-se o caso do valor acrescentado conseguido não compensar as "nuisances" inerentes. Só após análise mais detalhada será possível uma resposta mais fundamentada.
Decidiu-se copiar a introdução analítica de AAA, não para criticar o lapso ou o ponto vista, mas para mostrar aos leitores nabantinos que afinal a política da vereadora Filipinha, "festas, festarolas, eventos e comezainas", tem bons exemplos em Lisboa. Segundo o autor citado, é mesmo o modelo económico escolhido por Marcelo, Costa e Medina. Por conseguinte, política da Filipinha? Ou política socialista vinda "de cima"?
Seja ou não, em Tomar tem sido sobretudo compra de votos, (é essa a intenção, como mostram os concertos à borla), e uma asneira de todo o tamanho. Porque, ao contrário de Lisboa e arredores, Tomar não dispõe das indispensáveis estruturas de acolhimento para os visitantes que atrai, sem as quais grande parte do potencial valor acrescentado se perde, indo para outras paragens. Que valor acrescentado cria uma família que vem assistir a um concerto à borla, por exemplo,  estaciona num parque gratuito, usa sanitários gratuitos e regressa a casa depois do concerto?
Mas levar os nossos queridos eleitos a compreenderem isto e agir em conformidade, é como tentar pôr um burro a roer ferro, uma vez que consideram qualquer opinião diferente das deles uma agressão. Temos de ir tendo paciência. Outros tempos virão, mais tarde ou mais cedo. Espera-se que melhores.




domingo, 29 de janeiro de 2023

 

Imagens copiadas de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Instabilidade social e criminalidade

Imagens fortes e situação preocupante

https://tomarnarede.pt/sociedade/militar-da-gnr-agredido-com-violencia-em-tomar-imagens-fortes/

Segundo o Tomar na rede (ver link supra), um militar da GNR, fora de serviço e que está colocado em Alcanena, acudiu a uma colega,  vítima de tentativa de estrangulamento no exterior da discoteca Rio Bar, nas proximidades do Flecheiro, e foi agredido com muita violência. Chamada a PSP, não compareceram, o que está a gerar alguma tensão entre as duas forças de segurança, tendo sido decidido apresentar queixa, para posterior acção judicial. Aquela força policial vai certamente alegar que não compareceu por falta de material, ou de recursos humanos disponíveis na altura do incidente.
A notícia não refere quem foi ou foram os agressores. Mas o local da agressão, a intervenção de um GNR fora de serviço e colocado em Alcanena, não conhecendo portanto o meio tomarense, bem como a não comparência da PSP, apesar de solicitada, são factos convergentes que deixam poucas dúvidas. Tal como a recente absolvição de três cidadãs acusadas de roubo com reincidência, tudo tende a configurar  uma situação preocupante, cujo epicentro são os ciganos originários do Flecheiro, agora espalhados pela cidade.
A experiência, tanto a nível nacional como internacional, mostra que o fingido alheamento das autoridades locais é a pior política, porquanto os incidentes tendem a aumentar exponencialmente, em vez de desaparecerem. E a política municipal do "coitadinhos, precisam é de ajuda e compreensão", sem dúvida generosa e de louvar, não deve nem pode obstaculizar o rigoroso cumprimento da lei, que é igual para todos, sejam ciganos ou não. Antes que seja demasiado tarde, como está a acontecer nalguns casos.
A inacção em nome da solidariedade, em vez de ajudar, contribui para instaurar um ambiente de impunidade, que não é bom para ninguém. Depois não venham dizer que não sabiam, como está agora muito na moda.

ADENDA,  às 16H00 de Tomar

Numa segunda notícia sobre o mesmo assunto, Tomar na Rede destaca a difusão na imprensa de âmbito nacional, nomeadamente CMTV e Correio da Manhã. Mostrando o ambiente de medo que já se vive em Tomar, termina com a frase "Os agressores estão identificados", sem todavia publicar os respectivos nomes, idades e profissões. Compreendo. Se eu estivesse a viver em Tomar, era bem capaz de agir da mesma forma, apesar de até ter feito a guerra em Angola, nos idos de 63-65 do século passado.



Rotunda da ARAL

AFINAL HÁ MAROSCA

Diz o povo que se apanha mais depressa um mentiroso que um coxo. É capaz de ser verdade, mas mesmo assim dá trabalho. Neste imbróglio da indispensável rotunda da ARAL, que apesar disso, e de forma estranha, ninguém parece interessado em fazer, já consultei não sei quantas vezes o googlemaps.pt, tanto na versão desenhada como na vista de satélite, e nunca tinha notado qualquer anomalia, quanto mais agora uma marosca. Ora faça favor de rever com atenção as duas imagens supra.
Notou alguma anomalia? Alguma discrepância? Algo que não coincide entre as duas versões? Pois é. Na versão cartográfica, desenhada a computador e muito usada em planeamento urbano, há dois ângulos agudos, nas extremidades nordeste e sudoeste, e dois ângulos obtusos, nas extremidades noroeste e sudeste, considerando que a EN110 está na direcção Norte-Sul.
Vendo agora a versão imagem de satélite, verifica-se que os tais ângulos agudos e obtusos não existem na realidade. O que vemos, em cada uma das antes referidas extremidades, são segmentos de círculo, mais ou menos abertos. Há portanto uma enorme diferença entre as duas versões, tudo indica que deliberada. Com que intenção? Conviria apurar, até porque, segundo técnicos consultados por Tomar a  dianteira 3, uma rotunda caberia perfeitamente na vista de satélite, sem sequer necessitar de mais terreno, enquanto na versão desenhada, aquele ângulo obtuso noroeste -"o muro da Marchanta"- incomoda mesmo. Terá sido com essa intenção que fizeram a marosca, alterando a realidade geográfica?
Não se ignora que a Google é uma companhia responsável, acima de qualquer suspeita, mas também é verdade que nos USA tudo se vende e tudo se compra, sendo muitos os colaboradores da empresa. Pode muito bem acontecer que haja em Tomar sacanas com o braço muito longo, e sabendo inglês com sotaque americano...
Agora, descoberta e denunciada a manigância, mãos à obra quanto antes, e venha a almejada rotunda. Dos sacanas em geral, com ou sem luvas, não reza a história. Mas há casos particulares.


Imagem alegórica. O anjo da guarda tentando proteger as crianças, uma delas de olhos vendados, tal como a maioria PS tenta proteger os tomarenses, ocultando documentos e informações que só iriam provocar insónias.

Direito à ironia

Abençoados sejam os nossos anjos protectores

Graças a um elemento infiltrado, assim à moda da CIA, do FBI, do MI6 ou do SIED, Tomar a dianteira 3 conseguiu apurar que a Comissão municipal de educação e cultura vai reunir amanhã, dia 30, para abordar questões como a Carta educativa do concelho e a situação na Escola profissional. Segundo a nossa fonte,  os convocados sabem ao que vão e pouco mais. Não receberam qualquer material de apoio, não por má vontade da maioria PS, mas exactamente pela razão inversa.
Embora não queiram que se saiba na urbe, tem sido e é política da Câmara poupar os eleitores e os outros eleitos, fornecendo-lhes unicamente a informação estritamente necessária e ocultando a restante, para evitar preocupações, ansiedades e angústias inúteis. Quanto menos souberam, melhor dormem e menos problemas arranjam.
No caso específico da Escola profissional, é até bem possível que, além da explicação anterior, a preocupação com o bem-estar dos cidadãos, e sobretudo dos outros eleitos, haja uma outra de igual importância, contudo mais simples. Dado não querer controlar de modo muito rigoroso alguns sectores da administração municipal, digamos assim, para não gerar preocupações inúteis nos funcionários superiores, a própria maioria autárquica nem sequer saberá, com um mínimo de fiabilidade, qual é a situação financeira e geral da escola profissional, sendo esta reunião da Comissão municipal de educação e cultura uma maneira diplomática de obter finalmente elementos precisos daquele estabelecimento de ensino, no qual a Câmara detém 50% do capital, fornecendo ainda a respectiva sede, actualmente com isenção de pagamento de renda, não se sabe por quanto tempo.
Sendo assim, cumpre agradecer à maioria socialista as preocupações e os trambolhos que consegue retirar-nos de cima dos ombros, ao esconder dos eleitores e eleitos da oposição o máximo de informação possível. Um povo mal informado é um povo tranquilo, que dorme bem. Sempre assim foi.
Alguns eleitos rosas, e respectivos apaniguados, acusam Tomar a dianteira 3 de criticar tudo e todos, só sabendo dizer mal. Usando a técnica costista, eis a resposta pronta: É falso! Eles é que estão a faltar à verdade e a exagerar. Querem uma prova? No caso presente, esse da Comissão municipal de educação e cultura, está-se mesmo a ver que temos uma Câmara excelente, que até se preocupa com o nosso bem-estar emocional, escondendo-nos informação sensível, para evitar crises de nervoso miudinho. 
Que Deus os proteja! Amém!

sábado, 28 de janeiro de 2023


Capturas de ecrã da googlemaps.pt, em 28/01/2023

Rotunda da ARAL

Deixem-se de balelas!

Façam!

O processo é sempre o mesmo, e de tão batido até já fede. Frente a qualquer crítica, as sumidades socialistas que nos pastoreiam, tanto locais como nacionais, recorrem a todos os meios e artimanhas para tentar sacudir a água do capote. O mais corriqueiro consiste em atribuir a culpa a outros, ainda que a alegada ignorância também seja bastante usada. "Não sabia de nada, não me foi comunicado, a pergunta é facciosa, os jornalistas não gostam do meu modo de governar, não é de todo verdade, a oposição só sabe atacar, mas não apresenta soluções, esse senhor só sabe dizer mal...", o rol das tretas é infindável. A tal ponto que até um indiscutível artista na arte de endrominar, como o primeiro-ministro Costa, está totalmente desacreditado, perante uma situação política tão degradada que até o presidente começa a ter dúvidas...
A nível local, uns toscos aprendizes que não chegam nem aos calcanhares do Costa, tendem para as afigurações. Perante a evidente escandaleira da falta que faz a rotunda da ARAL, e respectivos anexos, tentam desdobrar-se em argumentos pouco convincentes. Resumindo, segundo eles, o que foi escrito é tudo mentira, e nunca houve luvas. Ou vice-versa. Com luvas, que este frio não se aguenta.
Sendo assim, pouco adianta esfalfar-se a encontrar mais balelas, ainda com alguma eficácia. Obtenham o terreno e façam a rotunda, porra! É para isso que vos escolheram e vos pagam. Para servir a população e não para se servirem. Tanta treta já irrita, chiça!




Cultura e património

TOMAR A PATRIMÓNIO MUNDIAL? 

PARA QUÊ?

O conceituado economista e mestre em estratégia Sérgio Martins, além de cidadão de fino trato e muita cultura, tem o extraordinário mérito de andar há décadas a malhar no ferro frio nabantino, o que denota um ânimo fora do comum, que aqui se saúda.
Desta vez resolveu dissertar sobre TOMAR  A PATRIMÓNIO MUNDIAL. Está n'O TEMPLÁRIO de 26 /1/2023, página 6. Os seus argumentos são sólidos, conquanto demasiado optimistas, e alguns até excessivamente entusiásticos. Esquecem no entanto o que está para trás, e que aqui se relembra. Em 1983, seguindo as indicações recebidas, elaborou-se e apresentou-se uma candidatura geminada Tomar / Convento de Cristo.
O ICOMOS, e depois a própria UNESCO, acabaram por aprovar unicamente a do Convento de Cristo, alegando que era quanto bastava para promover Tomar. E realmente a nossa imagem turística poderia bem ser "CONVENTO DE TOMAR - PORTUGAL - PATRIMÓNIO DA HUMANIDADDE", ou ainda "Convento de Cristo - Tomar - Portugal -Património da Humanidade". Mas quê?! Sabichões locais na matéria optaram por "Tomar cidade templária" Eles lá saberão porquê e com que intenções.
Não me oponho, mas tão pouco apoio a proposta de Sérgio Martins, simplesmente porque me parece anacrónica e supérflua. Anacrónica porque esse tempo das candidaturas já lá vai. Sei do que falo, porque perdi umas noites a fazer a candidatura aprovada em 1983, que até hoje ninguém me agradeceu, nem é preciso que o venham a fazer, pois não trabalhei com essa intenção. Basta-me estar bem com a minha consciência.
Supérflua também porque, uma vez aprovada, teríamos o quê como imagem? Tomar- Património da Humanidade e Convento de Cristo - Tomar - Património da Humanidade? Um bocado confuso, ou não?
O que faz falta a Tomar nesta altura, digo eu, não é mais um título internacional, por muito prestígio que tenha, mas uma estratégia desenvolvimentista, nomeadamente na área do turismo.
Infelizmente, 40 anos após a autorga pela UNESCO do título de Património da Humanidade, o Convento de Cristo no seu todo está bastante melhor na área da conservação e restauro, mas uma desgraça na área da gestão turística, quando até existe no IPT uma licenciatura nessa área. 
Antes de 1983, todas as visitas eram gratuitas e guiadas. Agora, custam 6 euros por pessoa e para ter um guia de competência muito variável,  só requerendo com dias de antecedência. Isto para não falar da falta de sinalética, de acessos capazes, de estacionamento e de instalações sanitárias. Ou de horários de função pública, inadequados para o turismo. E falta uma ligação rápida não poluente Convento-cidade-Convento. Tudo isto perante o alheamento total da Câmara. Até parece que o Convento não faz parte da cidade e do concelho.
Em conclusão, obrigado Sérgio Martins por continuar a batalhar, mas desta vez parece-me que visou um alvo já ultrapassado.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Junta da Freguesia Urbana

É no campo 

que se distinguem os bons jogadores...

TOMAR – Festa dos Tabuleiros. Todos os que esperavam na rua tentando a sua sorte para levar tabuleiro, podem dormir tranquilamente em casa | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

https://tomarnarede.pt/sociedade/sistema-de-senhas-evita-que-candidatos-aos-tabuleiros-passem-a-noite-ao-relento/

Ora aí está! É no campo que se distinguem os bons jogadores. Ou, se preferirem, é no palco que se revelam os verdadeiros artistas. Num movimento que me abstenho de qualificar, porque prometi anteriormente não me intrometer nas questões da Festa dos Tabuleiros, até 11 de Julho próximo, dezenas de pessoas começaram a aglomerar-se junto à porta da sede da ex-Junta de Freguesia de Santa Maria, para marcar vez e depois ter direito a levar um dos 145 tabuleiros ainda disponíveis, a armar pela Junta urbana.
Franco como sempre, o presidente Augusto Barros manifestou publicamente a sua insatisfação perante a inesperada aglomeração, e a perspectiva de ali terem de passar a noite ao relento, com temperaturas negativas. 
Ignoro se houve ou não concertação prévia, e de quem partiu a ideia. Certo é que o inesperado problema já foi ultrapassado, e está resolvido da melhor forma. Foram distribuídos a todos cartões numerados, que garantem a respectiva prioridade relativa, em função da ordem de chegada, pelo que puderam regressar descansados a suas casas, voltando amanhã para a inscrição definitiva, após uma boa noite de sono.
A hábil política assim manifestada pela junta, mostrou "jogo de cintura" e muita capacidade de adaptação perante imprevistos, como se espera dos políticos em geral, contrariando designadamente um comentador, que já previa "batatada" para a manhã de sábado, à porta da Junta. 
Ultrapassado com êxito o problema imprevisto, resta fazer votos para que futuramente o executivo municipal demonstre igual habilidade para se adaptar à complexa situação tomarense. O tal "jogo de cintura" que caracteriza no palco da vida os verdadeiros artistas, e os distingue dos vigaristas que recorrem sistematicamente a truques entre o rasca e o reles.
Aplausos sinceros para a Junta Urbana! Assim é que deve ser sempre. Resolver da melhor forma os problemas das pessoas. É para isso que são eleitos.

Vista aérea parcial de Santarém

Tomarenses a nascerem em Santarém 

Manter a tradição...

Começando de modo clássico, ainda sou do tempo em que havia uma grande rivalidade entre Tomar e Santarém. Vinha do século XIX, quando Santarém foi elevada à categoria de cidade , em 1868, para ser capital de distrito, roubando a primazia a Tomar, cidade desde 1844. Lembro-me da organização da Feira do Ribatejo, mais tarde Feira nacional da agricultura, ter vindo a Tomar solicitar um subsídio para colocar a bandeira nabantina entre todas as bandeiras ribatejanas, no pórtico da feira.
O então presidente da Câmara, major Fernando de Oliveira, indagou qual era o montante do subsídio pretendido e já informado exclamou: "-Com esse dinheiro ponho os cegos do concelho todos a tocar pífaro, e ainda me sobram uns tostões." E nesse ano não houve bandeira nabantina à entrada da Feira do Ribatejo. Bons tempos! 
Pensava-se que, mais ano menos ano,  a capital do distrito seria em Tomar, a tal ponto que o engenheiro Vilas Boas e outros, congeminaram nas mesas do café Paraíso a criação de uma nova provínc -a Beira Central- com capital em Tomar, e o Templário, então semanário da oposição possível, feito por Nini Ferreira (Papa-Figo)e Alfredo Maia Pereira (Zé Bumba), até chegou a publicar uma ampla notícia sobre a nova província, com mapa e tudo. Foi o oposto que acabou por acontecer.
Nas sessões de teatro de revista, que então tinham lugar em Tomar, aparecia sempre uma cena em que uma personagem perguntava "O que é que Santarém tem?" e outra figura respondia "Inveja como ninguém!" Mudaram-se os tempos, acabaram-se essas sessões (a última, celebrada na Nabantina já depois do 25 de Abril, está na origem do Fatias de Cá que agora conhecemos), foram-se os anéis e foram-nos cortando as unhas. E sem unhas ninguém  toca viola como deve ser.
Santarém não está bem. Vai mesmo de mal a pior. Como Tomar, que entretanto perdeu quantidade de serviços públicos, com destaque para a comarca, que foi para Santarém, e a maternidade, que foi para Abrantes. 
Agora, com a crise crescente no SNS, descobriram mais uma maravilha à portuguesa: o encerramento escalonado das maternidades e serviços de ginecologia e obtetrícia. Um ultrage para os tomarenses que insistem em manter a tradição, designadamente gastando milhões com festas para promover a cidade. Agora, quando acontece virem a ser pais, com algum azar, se a maternidade de Abrantes estiver encerrada, ainda acabam por ver os filhos nascer na de Santarém. A suprema ofensa a um nabantino à antiga. Ter descendência nascida na outrora inimiga de Tomar. Agora também cidade do bispado, quando antes o bispo nabantino era o próprio Papa.
Ninguém pára o progresso. Mas será isto progresso?

Vista parcial de Porto Velho, capital do estado brasileiro de Rondónia. Ao fundo, à direita, o rio Madeira, afluente do Amazonas.

Visita do Papa a Lisboa

Indignação clubística

Chegam aqui a Fortaleza, a sete horas de avião de Lisboa, os ecos da indignação contra o exagerado custo de um altar onde o Papa Francisco vai celebrar missa. Quatro milhões e meio de euros, é realmente um escândalo no país que somos, mas os meus amados conterrâneos, eventualmente indignados, não perderiam nada se pensassem um bocadinho antes de continuarem com a sua atitude de reprovação.
Como é sabido, as obras da Várzea grande custaram mais de três milhões de euros, nunca esteve prevista a vinda do Papa para celebrar missa em S. Francisco, nem muito menos umas jornadas mundiais da juventude católica, excelente promoção para Lisboa, com elevado retorno previsto, segundo o presidente Moedas.
Apesar disso, alguém protestou em Tomar contra as obras falhadas da Várzea Grande? Houve sequer indignação geral? Então porquê tanta celeuma em Tomar, por causa do altar em Lisboa? Porque o Moedas é do PSD, o clube adversário? Certas atitudes clubísticas nem na área do desporto ficam bem, quanto mais agora na política. 
Em vez de tanta indignação clubística, os amáveis (quando calha) conterrâneos, poderiam ter a amabilidade de pensar um bocadinho no seguinte: Porto Velho, no estado brasileiro de Rondónia, a quatro mil quilómetros da costa Atlântica, em plena floresta amazónica, foi fundada há cem anos e tem agora 500 mil habitantes. Em teoria, cresceu à média de 5 mil habitantes/ano. Tomar tem 863 anos e cerca de 40 mil habitantes, praticamente a mesma população de há cem anos. Porque será que os tomarenses se reproduzem tão pouco? Se calhar porque gostam mais de se indignar, só para fecundar os adeptos do clube adversário. Feitios!

 


Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos

Cruzamento-ratoeira da ARAL

UM REMEDEIO MAL ENJORCADO

https://tomarnarede.pt/sociedade/cruzamento-da-aral-depois-dos-acidentes-camara-aplica-sinalizacao-horizontal/

Acossada pelas críticas, cada vez mais frequentes e ácidas, na sequência de vários acidentes, a maioria PS viu-se constrangida a encontrar uma solução, susceptível de acabar com os ditos no cruzamento da ARAL, que as obras ornamentais transformaram numa ratoeira. Basta ir ao googlemaps.pt para ver a asneira. (Ver imagem supra). A ligação entre a Nun'Álvares e a Torres Pinheiro, ou vice-versa, deixou ser directa e intuitiva, como era antes das obras, e foi transformada numa espécie de S às avessas e muito aberto, um perigo grave para os condutores mais distraídos, ou que não conheçam aquela via.
De tal forma que obriga um veículo, vindo de sul para norte, a mudar para a faixa da esquerda, como se fosse virar nessa direcção, quando afinal pretende apenas seguir em frente, mas deixa de ter faixa disponível mais adiante. Donde resulta que um veículo em sentido inverso, norte>sul, tem de fazer o mesmo. Mudar para a faixa da esquerda, quando queira seguir em frente. O que significa que, com semáforos avariados, faltando sinalização horizontal bem visível, ou em caso de desatenção de um dos condutores, haverá colisão inevitável no eixo da avenida Luís Bonet. Conforme tem vindo a acontecer.
A solução definitiva do problema está à vista de todos. Uma rotunda acabaria com tais incongruências. Acontece contudo que, para a fazer, outros valores mais altos se levantam, porque estamos em Tomar, uma terra em acentuada decadência, tanto a nível material como ético. Factores convergentes indicam que quem quem manda de facto na Câmara, quando se trata de urbanismo, obras municipais e assim, são determinados dirigentes com muitos anos de casa e os vícios inerentes.
No caso, alega a autarquia que não se pode fazer a rotunda alí, porque a família proprietária do terreno do ângulo noroeste se recusa  a ceder uma nesga indispensável. É duvidoso que assim seja, até porque, segundo engenheiros contactados por Tomar a dianteira 3, até seria perfeitamente possível fazer a rotunda, mesmo sem a tal nesga de terreno. Bastaria deslocar um pouco para sudeste, aproveitando o terreno ainda livre de construção.. Mas pensar cansa muito a cabeça. Sobretudo quando há outros interesses em jogo. 
Aprofundando a questão, chegou-se à conclusão que a família proprietária da tal nesga de terreno, possui no local dois estabelecimentos de alojamento turístico, o Central Family Palace e o Granmy's Flat. Cujos projectos de requalificação, les choses étant ce qu'elles sont, devem ter sido apresentados com luvas de alto preço, tipo Louis Vuitton, como forma de assegurar a respectiva aprovação. O que explica a posterior atitude da Câmara, em relação à nesga de terreno. 
Porque afinal, a legislação em vigor até prevê a expropriação por utilidade pública, quando não haja outra via de acordo. A maioria PS está à espera de quê? Teme perder demasiados votos? Os votos da tal família valem mais que os dos condutores prejudicados? Ou estará a autarquia manietada pelos tais técnicos das luvas Louis Vuitton e  Chanel?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A secretária de Estado da cultura, a presidente da Câmara e a directora do Convento, ouvindo um técnico, no claustro de Santa Bárbara.

Tomar 2020/2030

O Convento de Cristo fica em que concelho?

 Secretária de Estado da Cultura anuncia obras profundas de restauro no Convento de Cristo (c/vídeo) | Médio Tejo (mediotejo.net)

A recente sessão da Assembleia Municipal continua a provocar celeuma, e o caso não é para menos. Sucedem-se as acusações de "armadilha política", "esperteza saloia", "pesca de ideias", "propaganda reles", e assim sucessivamente, após se ter verificado que a presidente se limitou a apresentar uma lista de hipóteses de obras financiáveis, sem qualquer enquadramento estratégico que permitisse aferir da sua maior ou menor pertinência.
Mais grave ainda, a lista apresentada à Assembleia Municipal não era exaustiva, longe disso. No link supra pode ler-se que "O Convento de Cristo, classificado como Património Mundial pela UNESCO, em 1983, vai ainda beneficiar de um investimento de 4,4 milhões de euros, no âmbito do PRR, a executar até 2025, que permitirá reabilitar o Paço henriquino e Alcáçova/Castelo, o jardim, os claustros, a Torre da Condessa e o corpo das Necessárias."
Donde se conclui que os tomarenses nada terão a dizer, directamente ou através dos seus representantes, uma vez que a Câmara nem sequer julga útil pronunciar-se, ou apresentar o assunto para debate na Assembleia Municipal. Apesar dos projectos governamentais anunciados ignorarem a obra de longe  mais urgente -a recuperação dos Pegões- pondo de novo a água a correr até à Torre Dª Catarina. Porquê? Porque foram os reis espanhóis que os mandaram fazer? É um argumento bacoco, mas em Tomar nunca se sabe...
Obras no valor de 4,4 milhões de euros de fundos europeus, não merecem debate público prévio, assim contrariando as directivas de Bruxelas? Em que concelho está situado o Convento de Cristo? Conviria talvez que a oposição questionasse a maioria PS sobre tão estranho comportamento, que faz lembrar os tempos anteriores a 1974, em que Lisboa decidia e estava decidido. 
Meio século mais tarde, há melhorias, mas não em tudo, como se pode ver. E a srª presidente não poderá alegar, respeitando a verdade, que não sabe de nada. A imagem acima mostra que "estava lá" e ouviu tudo. Agora só falta informar o executivo e a Assembleia Municipal. Ou nem vale a pena, porque regressámos ao manda quem pode e obedece quem deve do sr. de Santa Comba?




Natal na Guarda. Mais modesto e mais barato.

Centro mágico de Natal na Praça da República

Enfim no rumo certo

https://radiohertz.pt/tomar-centro-magico-do-natal-nao-convenceu-psd-organizacao-garante-que-nao-ouviu-comentarios-negativos/

Parece que a evidente mudança de modus operandi da oposição PSD local começa a dar frutos. Como se pode ler e ouvir accionando o link supra, na recente reunião do executivo a maioria PS apresentou um relatório do evento de Natal,  da autoria da empresa que forneceu o serviço. Tendo em conta a origem do documento, não era expectável que fosse desfavorável. Foi isso mesmo que o vereador Luís Francisco reprovou, dizendo tratar-se de um testemunho laudatório, pro domus, designadamente para encobrir os elevados preços praticados.
Tomar a dianteira 3 não tem ideia de que, em mandatos anteriores, tenham sido apresentados relatórios sobre iniciativas camarárias, da autoria dos próprios fornecedores. Mas pode ter havido, o que não sendo incorrecto, tão pouco é suficiente. Normalmente, em termos de boa gestão pública, é a própria autarquia que deve ordenar aos seus funcionários a elaboração desses documentos, para eventual comparação com os dos empresários privados.
Certo é que, desta vez, respondendo às críticas da oposição em tom agastado, a presidente mencionou um retorno, um input, para o comércio local da ordem dos 108 mil euros. Faltando saber como foi obtido tal dado contabilístico, é indubitável que estamos enfim no rumo certo. Prestar contas com números verificáveis, e não com balelas de circunstância.
Louvando o que parece ser a nova maneira de agir da maioria PS, que já devia ter acontecido há muito, cumpre esclarecer que os apregoados 108 mil euros de caixa são apenas isso mesmo: uma receita bruta. Admitindo que o lucro, o tal valor acrescentado, corresponda a 40%, o que é bem generoso, temos um lucro bruto antes de impostos de 43.200 euros. O que, convenhamos, não é lá muito encorajador, comparado com os 180 mil euros + energia + alcavalas, gastos pela autarquia.
Mas é mesmo assim bem melhor que os gastos com os vários concertos, cujos retornos em termos de caixa continuam por apurar. E às cegas, só falecido hipnotista professor Amba é que conseguia conduzir o seu automóvel com os olhos vendados. Espectacular, como se diria agora. Mas muito arriscado.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A Câmara, as obras e a estratégia

30 pães não bastam para armar um tabuleiro

https://tomarnarede.pt/destaque/os-projetos-de-tomar-ate-2030-c-powerpoint/

Zunzuns aqui chegados, a Fortaleza - Brasil, informam que tem aumentado muito, nestes últimos meses, o consumo de benzodiazepinas em Tomar. Para os menos informados, são fármacos psicotrópicos, usados para debelar sintomas de natureza psíquica, como por exemplo a falta de sono ou a depressão. A confirmar-se o rumor, será apenas mais um elemento na complexa situação política local, onde uma maioria PS está praticamente a transformar-se em PSO, um PS de Obstinados, teimosos em linguagem popular. Contra todas as evidências, insistem em posições insustentáveis. E desalentam os apoiantes, que assim desamparados...
População pouco culta e pouco tolerante, devido à idade, à interioridade e à tradição local, em geral os tomarenses não distinguem de facto entre a política e o futebol, o que os leva a confundir militantes e eleitores com membros de claques desportivas, ou adversários com inimigos, votando e agindo em conformidade. Nesta situação, imagina-se facilmente o desconforto dos sócios que votaram no clube socialista local nas últimas três eleições autárquicas, e agora não gostam mesmo nada daquilo que vão vendo todos os dias: fuga da população, arrogância do poder, teimosia, obras falhadas, intolerância, mentiras, limpeza urbana com muitas queixas, Tejo ambiente muito pior que os SMAS, gastos excessivos com promoção não se sabe bem de quê, e por aí adiante. A que acresce, para os mais artilhados cabeçalmente, a clara noção de que estamos pior que há dez anos, e apesar disso a câmara não tem a menor ideia em termos de estratégia, para além das obras subsidiadas, se calhar porque nem sabem distinguir entre táctica e estratégia, mesmo havendo um oficial superior entre a vereação, que estudou tais matérias na academia.
Coisa rara, desta vez a informação local publicou sobre a recente Assembleia Municipal, no estilo característico do jornalismo português, que me abstenho de caracterizar, por não ser o local nem a hora. Tomar na rede titulou "Os projectos da Câmara para Tomar até 2030", publicou a respectiva lista e resumiu muito bem a situação: "Para além dos projectos elencados, ficou sem se saber qual a estratégia do Município para os próximos dez anos."
Uma vez que, dizem os pedagogos, o mais eficaz ainda são os exemplos, eles aí vão: trinta pães não chegam para armar um tabuleiro, nem bastam 600 tabuleiros para fazer a Festa. De forma que, uma simples listagem de obras, por enquanto eventuais, é demasiado poucochinho. E o descontentamento vai aumentando.


Fazem o mal e a caramunha

Pessoas apoiantes da maioria PS tomarense, a qual não tem nada a ver com isso, como sempre, afirmam com aquele ar sério, típico de pessoas com educação requintada, como é norma em Tomar, que quem escreve estas linhas "se passou para o PSD". Haja paciência e tolerância!
Tomar a dianteira 3 publicou realmente dois comunicados social-democratas. E só não publicou outros tantos, do PS ou de qualquer outro partido, porque não os recebeu. Ou seja, quem anda a difundir essa calúnia do "passou-se para o PSD", faz o mal e a caramunha, uma ciganice muito comum em Tomar, talvez influenciados pela Universidade do Flecheiro..
Não mandam nada para publicar, de forma a poderem depois acusar que não se publica.
É óbvio que não concordo com a gestão socialista em Tomar desde o primeiro mandato, tal como também não concordava antes com a gestão PSD. E daí? É ilegal? Há alguma obrigação de concordar com a gestão camarária, só porque se nasceu em Tomar? Era só o que faltava!
Ganhem mas é vergonha e passem a comportar-se como cidadãos civicamente apresentáveis, se não se está a pedir demasiado.


Assembleia Municipal para propaganda: 
Gestão socialista sem rumo

1. Decorreu no passado dia 20 de janeiro uma sessão extraordinária da Assembleia
Municipal, a pedido da Câmara Municipal, subordinada ao tema “Estratégia 2030”.
2. A Câmara Municipal deveria ter apresentado a sua Estratégia para o concelho, tendo em consideração o Programa Operacional 20/30, que pode corporizar uma oportunidade decisiva para melhorar o futuro de Tomar.
3. Todavia, a governação socialista foi incapaz de apresentar um projeto, um pensamento, uma ideia para Tomar, e demonstrou mais uma vez a sua incapacidade para retirar Tomar da situação negativa em que estamos. Foi, por isso, mais uma sessão improdutiva, porque o executivo socialista apenas quis forçar a falsa imagem de que está a governar e preocupado com o futuro. Não está! A sessão foi mais uma encenação e um ato de propaganda, e dela podemos concluir: esta gestão socialista não tem competência, “navega à vista” e ao sabor das festas, e não é capaz de formular uma estratégia, pelo que afasta o nosso concelho do desenvolvimento e do progresso.
4. Ficaram perguntas por responder por parte da Presidente da Câmara Municipal, Anabela Freitas, nomeadamente:
a. Qual a “visão” que tem para o concelho de Tomar em 2030? Como é que essa “visão” valoriza as especificidades de Tomar, e é diferente das que são defendidas pelos outros Municípios do Médio Tejo?
b. Que objetivos, a atingir até 2030, a Câmara Municipal propõe para o concelho?
c. Como é que a Câmara Municipal se propõe acompanhar e informar da concretização desses objetivos nos próximos anos?
5. Podemos concluir que Presidente da Câmara Municipal não respondeu, ou porque não sabe, ou porque não tem capacidade; mas não tem, certamente, um rumo para inverter a rota de declínio em que deixou cair Tomar!
6. Constatamos que a gestão socialista está a empurrar Tomar para o abismo, embora ainda balbucie que Tomar está no caminho certo.

Tomar, 23 de janeiro de 2023

PSD de Tomar



A natureza a funcionar, no centro histórico, mesmo ao lado da Câmara, nas Escadinhas do Alto da Piçarra, aqui há tempos.

Política local 

A natureza a funcionar

https://radiohertz.pt/tomar-hugo-cristovao-apela-a-um-maior-civismo-da-populacao-em-torno-das-questoes-relacionadas-com-o-lixo/

Já se desconfiava, porém nada como ouvi-lo da boca dos responsáveis. Ervas nas ruas? Mau cheiro? Ratos e ratazanas? Lixo pelo chão? Papeleiras cheias? "É a natureza a funcionar", respondeu o vice-presidente Cristóvão a uma interpelação do vereador social-democrata Luís Francisco, que transmitia os lamentos dos munícipes, quanto a limpeza urbana e recolha do lixo.
"É a natureza a funcionar", eis um novo argumento político que pode levar bem longe. A poluição do Nabão quando chove, por exemplo, "é a natureza a funcionar", que não se compadece com a falta de separativos e de capacidade da ETAR de Seiça. Outro tanto se diga das costumeiras inundações na rotunda da Ponte nova, ou nas valetas de Carvalhos de Figueiredo.
Felizmente, desta vez o eleito Cristóvão, após apelar a um maior civismo dos cidadãos, lá se terá lembrado que é também a natureza humana a funcionar, pelo que acrescentou que a autarquia vai contratar pessoal para melhorar o sector da limpeza. Ou será só para criar empregos, numa terra em decadência, que bem precisa? Seria a natureza política da maioria socialista a funcionar. Tal como acontece na Tejo Ambiente, cujo mau ambiente interno é conhecido, e não prenuncia nada de bom.
Sobre o apelo ao civismo, será apenas uma nova forma de pregação no deserto. Pelo que se lê, o comportamento dos cidadãos, com as papeleiras, os bancos e os contentores em geral, é apenas uma forma de contestação política. Protestam contra o aumento da água, o mau serviço da Tejo Ambiente, a falta de limpeza urbana, o skatódromo destruído que nunca mais foi susbstituído, as obras falhadas, a arrogância, a teimosia... O sr. vereador acha que a evidente falta de respeito dos grafitos na casa da água dos Pegões, no Dia das bruxas,  é um simples acaso? E aquele banco arrancado e deixado no local, na rua dos táxis?
Compreende-se que lhe convenha simular ignorância, para melhor empurrar a culpa para outros, como é habitual. Mas não lhe fica bem. Lá diz o povo, "o pior cego é aquele que não quer ver". De resto, até melhor prova, a situação da maioria socialista tomarense é bastante curiosa. Há três mandatos no poder, insistem em considerar-se os maiores e sem adversários à altura, quando na verdade o balanço da década é muito fraquito, e parece haver cada vez mais tomarenses a querer mudança. A contestação inconveniente é apenas um sintoma desse descontentamento geral.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023


Imagem Rádio Hertz, com os nosso agradecimentos.
Política local

Mais um erro camarário 

que custa caro e acaba mal


A notícia está na informação local. Basta ir aos links supra. Não adiantaria portanto insistir, não fora a indiscutível actualidade de explicar o porquê das coisas. É o que se passa a tentar. Não é primeira vez que a Câmara perde acções judiciais, com custos assaz desconfortáveis,  resultado da particular idiossincrasia da sua presidente, a eleita Anabela Freitas.
Em todas as circunstâncias políticas (que é o que aqui nos interessa), o seu comportamento é sempre o mesmo. Padrão uniforme. Tenacidade e persistência, que são sinónimos de obstinação, o que significa, segundo os dicionários, "apego forte e excessivo às próprias ideias". Donde resulta que a oposição, os críticos, ou quem dela ouse discordar, só pode ser um inimigo e, por conseguinte, nunca tem razão.
São conhecidas as várias circunstâncias, algumas até caricatas, em que a senhora se obstinou contra terceiros, seja por questões laborais, políticas ou até pessoais. E quando recorre aos tribunais, perde quase sempre, porque a pretensão é insustentável em termos de simples senso comum, que faz sempre falta, sobretudo na política. Pagam os contribuintes, através dos cofres camarários, as birras da senhora, uma vez que também são sinónimo de tenacidade ou obstinação.
Na mais recente sessão da Assembleia Municipal, um deputado municipal do PSD fez uma pergunta muito interessante: -Porque é que a srª presidente, depois de solicitar a colaboração de todos, recusa de facto a nossa ajuda?" Exactamente porque, não se dando conta da evidente contradição, considera que têm ideias diferentes e por isso inaceitáveis. Quem padece de obstinação e está no poder, tende a pensar que querem é roubar-lhe o lugar. Paranoia difusa, diriam os clínicos especializados, se consultados.
Obstinação, tenacidade, persistência ou teimosia, tanto podem ser consideradas qualidades como defeitos. Depende do contexto e do posicionamento de cada qual. Em Portugal temos um exemplo, velho de mais de cinco séculos, quando um poeta luso,  recém chegado de Itália, onde vivera durante cinco anos,  não conseguiu readaptar-se à vida na corte, e resolveu retirar-se para uma quinta no Minho, em Amares, terra natal de Gualdim Pais,  que entretanto comprara. Ao abandonar o paço real lisboeta, deixou uma quintilha, hoje bastante conhecida, dirigida ao rei D. João III:

Homem d'um só parecer
D'um só rosto, uma só fé
D'antes quebrar que torcer
Ele tudo pode ser
Mas da corte homem não é

(Francisco Sá de Miranda)

Trocando homem por mulher e corte por política, temos a espinhosa situação actual de Anabela Freitas, num tempo que já não é há muito o do século XVI, com tudo o que isso implica, nomeadamente para os cofres municipais:
 
Mulher d'um só parecer
D'um só rosto, uma só fé
D'antes quebrar que torcer
Ela tudo pode ser
Mas boa política não é

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Política local

Os ladrões, as notícias, a política, os hotéis e o turismo

 https://tomarnarede.pt/sociedade/tentativa-de-assalto-a-loja-de-bicicletas-dropzone/#comment-9416

https://radiohertz.pt/tomar-discussao-entre-casal-tera-resultado-numa-montra-partida-na-dropzone/

A notícia supra é paradigmática (1º link). O exemplo de como funcionam as coisas em Tomar. O modus operandi nabantino. "Um grupo de jovens" partiu o vidro de uma montra, para roubar uma bicicleta de 2 mil euros. Como a bicicleta caiu para o interior, e havia gente do outro lado da rua, fugiram.
Formalmente correcta, de acordo com o estado da arte em Tomar e no país, a notícia mostra-se aleijada, quando comparada com normas internacionais. Noticia-se que partiram a montra para roubar uma bicicleta. Indica-se até o preço da bicicleta e porque não a levaram afinal. Mas quanto ao resto, bem importante, nicles. Quantos eram? Como partiram a montra? Seriam ciganos originários do Flecheiro?
Falta de adequada preparação e redacção da notícia. Falta de preparação do roubo frustrado, que originou a fuga precipitada, com as mãos a abanar. Estamos em Tomar.
 O improviso permanente, o desenrasca, o faz de conta, há muito que são as traves mestras da vida tomarense. De tal forma que as pessoas, mesmo quando ocupam lugares de grande responsabilidade, procedem de igual forma: meia bola e força, com muita fé. Quem duvidar que faça o favor de ouvir a gravação da recente Assembleia municipal, realizada na Linhaceira, com a oposição a queixar-se da falta de preparação adequada, da ausência de um plano estratégico, e a srª presidente a tentar demonstrar o contrário, sem todavia o conseguir, se calhar por não saber bem o que é um plano estratégico, por ser tomarense, formada em Tomar.
Enredada em quase dez anos de poder absoluto, Anabela Freitas parece já nem se dar conta das condições deploráveis em que trabalha. De tal forma que, na sessão da AM antes citada, referiu em tom de chacota os novos empreendimentos hoteleiros, como outras tantas vitórias dos seus mandatos. Está equivocada, como tem  acontecido com frequência.
Os novos equipamentos hoteleiros que referiu, são todos unidades familiares, de pouco peso no mercado turístico, com a notável excepção do Vila Galé, um operador de turismo de gabarito internacional. Quanto a este, conviria antes de mais, assimilar as condições em que aceitou vir para Tomar. Subsidiado de facto. Basta referir, abreviando, que o conjunto em ruínas, inicialmente avaliado em 3,5 milhões de euros, acabou por ser cedido por apenas 700 mil euros. O que permite até especular: Se o então potencial investidor tem insistido, a Câmara teria ido até à cedência por um euro simbólico?
Não se trata de criticar. Apenas de levar a entidade vendedora a ver as coisas como elas são. Uma vitória do realismo e do bom senso, e não um triunfo da política socialista. Uma vitória do bom senso, porque Tomar tem finalmente um operador de peso na área do turismo, com tudo o que isso representa para o futuro desenvolvimento da cidade e do concelho.
O primeiro sinal de que a futura relação entre a empresa Vila Galé e a Câmara pode não vir a ser tão confortável como agora pensam os eleitos, é o próprio projecto em execução, que integra um auditório de congressos com 240 lugares.
Tendo constatado a excelência de Tomar, localizada no centro do país, para o desenvolvimento do turísmo de congressos, mas também a ausência de infraestruturas adequadas, Vila Galé avançou, na parte que lhe toca: alojamento e local para as reuniões. Não tardará depois a exigir que a Câmara faça a sua parte: estacionamento, sanitários, sinalética, estádio com bancadas, ligação rápida e não poluente cidade-convento-cidade, parque de campismo, etc. etc. Animação já há, por vezes até em excesso.
Confrontada com tais exigências, e não dispondo de um plano estratégico que as integre, a Câmara vai ter dias atormentados. Tentará então desenrascar, tal como tentaram os ladrões falhados da bicicleta, e o  autor da notícia. É o modus operandi tomarense, que já fez o seu tempo, mas vai ser muito doloroso de substituir por algo mais conforme com a modernidade. O progresso é uma máquina trituradora.

ADENDA ÀS 14H15 de TOMAR

Devido à diferença horária de 3 horas entre Fortaleza e Tomar, (menos 3 horas em Fortaleza), quando a crónica de Tomar a dianteira 3 foi redigida, a notícia da Rádio Hertz ainda não tinha sido publicada. O respectivo link foi adicionado posteriormente, para que os leitores possam constatar o irrealismo da situação relatada. "Um grupo de jovens"? (Tomar na rede). Ou "um casal"? (Rádio Hertz)
"Testemunhas já apontaram a respectiva identidade", escreve a Hertz. E mesmo assim não noticiam quem são, porquê? Têm algum estatuto de excepção?