segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Autarquia

Concursos folclóricos 

para admissão de funcionários

https://omirante.pt/opiniao/2022-12-30-A-Municipalizacao-da-Educacao-5fd7cf76  
https://radiohertz.pt/tomar-concurso-para-a-divisao-de-turismo-e-cultura-cria-duvidas-por-ter-geografia-humana-como-condicao-essencial-hugo-cristovao-admite-estranheza-mas-garante-que-tem-tudo-a-ve/

Não tencionava abordar o tema, mas alertaram-me que, tratando-se de turismo e cultura, se nada escrevesse, iam pensar que estou doente. Assim sendo, para evitar preocupações escusadas aos queridos conterrâneos, aí vai.
Para perfeito entendimento da matéria, façam favor de ler antes com atenção as crónicas acima identificadas. É capaz de ser um pouco fastidioso para os menos habituados, mas não posso fazer nada. Em resumo, conforme se pode ler no 2º link acima, há alguma polémica em relação ao concurso para chefe da divisão de turismo e cultura, por se exigir como habilitação prévia a licenciatura em Geografia humana.
Devo dizer que não me parece haver nada de anormal, para além do usual. Ou seja, o vereador Cristóvão tem razão, e explicou cabalmente a situação. Desde há mais de 20 anos que para aquele lugar, desempenhado em comissão de serviço, se exige aquela licenciatura. O que não é incomum por esse país e até por essa Europa fora. Os mestrados e doutoramentos em turismo têm quase todos como base licenciaturas em economia, em geografia, em antropologia ou em sociologia.
A situação tomarense é mais complexa, porque há no Politécnico uma licenciatura em gestão de Turismo cultural. E se mesmo "em casa" lhe preferem Geografia humana, então a licenciatura do IPT serve para quê? Tema para uma futura conversa entre a srª presidente da Câmara e o sr. presidente do Politécnico
Quanto a essa escolha específica do canudo em Geografia humana, tem a ver com a habilitação académica de quem já desempenha o cargo desde há anos, em regime de substituição. O que não implica aptidão para o mesmo. Quanto à honestidade do concurso, Tomar a dianteira 3 limita-se a reproduzir a opinião de Santana-Maia Leonardo, no 1º link supra:
"Sendo do conhecimento público que a contratação de pessoal nas autarquias, mesmo por concurso público, é totalmente viciada, ao ponto de se saber sempre quem ganha o concurso antes dele se realizar...", percebe-se a exigência da Geografia. Os geógrafos raramente desnorteiam. Era só o que faltava!
Poderão alegar os apaniguados da maioria socialista local que em Tomar é diferente. É tudo muito honesto, uma vez que estamos próximos de Fátima, o que pode levar as pessoas a acreditar em milagres, lá está, por causa da geografia.
Acontece que, prevendo reacções assim, o mesmo Santana-Maia Leonardo insistiu e completou antecipadamente:
"E não me venham com o exemplo dos países do norte da Europa porque, nesses países, as provas de acesso não são facultadas antecipadamente aos favoritos do senhor presidente, quando não são mesmo os vencedores antecipados a elaborar os próprios enunciados das provas, nem tão-pouco estes têm acesso às provas depois das mesmas se realizarem, com vista a complementar algumas respostas.
E não vale a pena os hipócritas fingirem-se escandalizados com o que acabo de afirmar, porque toda a gente sabe que é assim que as coisas funcionam. E não só nos concursos. É em tudo."
Boa sorte para os concursistas municipais todos, e tenham pelo menos a humildade de manter o silêncio. Quanto mais insistem em acusar quem vos critica, menos credibilidade vos resta. Sejam desonestos, mas discretos e educados. É o mínimo!

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