Turismo e economia local
Fazer o trabalho de casa
em vez de queimar dinheiro na promoção
Os tomarenses sabem bem que, sobretudo desde 2013, data de nascimento desta maioria PS que dirige os destinos do concelho, já foram gastos milhões de euros "para promover Tomar". Dos concertos e outros eventos, até à Festa dos Tabuleiros, passando pelo Bons Sons, ou a Festa Templária, é tudo promoção, segundo os eleitos locais. Nem sequer têm um esboço de plano local de turismo, mas insistem na promoção. De quê?
Surge agora um grande industrial hoteleiro, investidor em Tomar, Jorge Rebelo de Almeida, 73 anos, 5 filhos, responsável máximo da cadeia hoteleira Vila Galé, com negócios em Portugal e no Brasil, a mostrar que os responsáveis da actual maioria socialista estão equivocados, sem os mencionar, bem entendido. É um cavalheiro bem nascido e com mundo, que pretende inaugurar o Vila Galé Tomar lá para o final do ano, ou no primeiro trimestre de 2024.
Com obras em vários centros turísticos, designadamente no Cumbuco, nos arredores de Fortaleza, O POVO, jornal diário do Ceará, dedicou duas páginas às suas declarações. Trata-se afinal de alguém que arrisca o seu dinheiro, criando empregos e riqueza. Valor acrescentado, que tanta falta faz em Tomar, para ajudar a aumentar a população. A Vila Galé Brasil emprega neste momento 3 mil pessoas e cerca de 1.800 em Portugal. Deduz-se das suas declarações que uma parte do pessoal do futuro Vila Galé Tomar serão brasileiros, recrutados e formados no Brasil.
Abordando a questão das condições ideais para atrair investimento, e depois clientes, na área do turismo, Rebelo de Almeida foi claro. Primeiro os países, as regiões e as cidades têm de fazer o trabalho de casa. Criar condições, elaborar produtos, garantir segurança e qualidade. Num segundo tempo, melhorar as acessibilidades por ar. terra e mar, se possível, instalar estacionamentos, meios de ligação, sinalização, apoios vários entre os quais instalações sanitárias. Só depois será rentável fazer promoção. Gastar bastante em promoção, antes de fazer o indispensável trabalho de casa, designadamente na área das acessibilidades, é queimar dinheiro em vão, segundo Rebelo de Almeida. E com políticas manhosas, tipo armar aos cucos, não vamos sair do fosso.
No tempo da tracção animal, havia muitos asnos a puxar as carroças, os chamados burros, que afinal até são inteligentes. Apareceu então a expressão "teimoso que nem um burro", que naturalmente caiu em desuso com o desaparecimento dos burros...de quatro patas. Pode ser que estas declarações do grande empresário Rebelo de Almeida contribuam para uma mudança de mentalidade entre os autarcas tomarenses. Oxalá!
(A entrevista completa de Jorge Rebelo de Almeida, por Paloma Vargas paloma.vargas@opovo.com.br e com foto de Samuel Setúbal fotografia@opovo.com.br está nas páginas 4 e 5 da edição papel de 9 de Janeiro de 2023 www.opovo.com.br)
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