sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Vista parcial de Porto Velho, capital do estado brasileiro de Rondónia. Ao fundo, à direita, o rio Madeira, afluente do Amazonas.

Visita do Papa a Lisboa

Indignação clubística

Chegam aqui a Fortaleza, a sete horas de avião de Lisboa, os ecos da indignação contra o exagerado custo de um altar onde o Papa Francisco vai celebrar missa. Quatro milhões e meio de euros, é realmente um escândalo no país que somos, mas os meus amados conterrâneos, eventualmente indignados, não perderiam nada se pensassem um bocadinho antes de continuarem com a sua atitude de reprovação.
Como é sabido, as obras da Várzea grande custaram mais de três milhões de euros, nunca esteve prevista a vinda do Papa para celebrar missa em S. Francisco, nem muito menos umas jornadas mundiais da juventude católica, excelente promoção para Lisboa, com elevado retorno previsto, segundo o presidente Moedas.
Apesar disso, alguém protestou em Tomar contra as obras falhadas da Várzea Grande? Houve sequer indignação geral? Então porquê tanta celeuma em Tomar, por causa do altar em Lisboa? Porque o Moedas é do PSD, o clube adversário? Certas atitudes clubísticas nem na área do desporto ficam bem, quanto mais agora na política. 
Em vez de tanta indignação clubística, os amáveis (quando calha) conterrâneos, poderiam ter a amabilidade de pensar um bocadinho no seguinte: Porto Velho, no estado brasileiro de Rondónia, a quatro mil quilómetros da costa Atlântica, em plena floresta amazónica, foi fundada há cem anos e tem agora 500 mil habitantes. Em teoria, cresceu à média de 5 mil habitantes/ano. Tomar tem 863 anos e cerca de 40 mil habitantes, praticamente a mesma população de há cem anos. Porque será que os tomarenses se reproduzem tão pouco? Se calhar porque gostam mais de se indignar, só para fecundar os adeptos do clube adversário. Feitios!

 

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