quarta-feira, 25 de janeiro de 2023



A natureza a funcionar, no centro histórico, mesmo ao lado da Câmara, nas Escadinhas do Alto da Piçarra, aqui há tempos.

Política local 

A natureza a funcionar

https://radiohertz.pt/tomar-hugo-cristovao-apela-a-um-maior-civismo-da-populacao-em-torno-das-questoes-relacionadas-com-o-lixo/

Já se desconfiava, porém nada como ouvi-lo da boca dos responsáveis. Ervas nas ruas? Mau cheiro? Ratos e ratazanas? Lixo pelo chão? Papeleiras cheias? "É a natureza a funcionar", respondeu o vice-presidente Cristóvão a uma interpelação do vereador social-democrata Luís Francisco, que transmitia os lamentos dos munícipes, quanto a limpeza urbana e recolha do lixo.
"É a natureza a funcionar", eis um novo argumento político que pode levar bem longe. A poluição do Nabão quando chove, por exemplo, "é a natureza a funcionar", que não se compadece com a falta de separativos e de capacidade da ETAR de Seiça. Outro tanto se diga das costumeiras inundações na rotunda da Ponte nova, ou nas valetas de Carvalhos de Figueiredo.
Felizmente, desta vez o eleito Cristóvão, após apelar a um maior civismo dos cidadãos, lá se terá lembrado que é também a natureza humana a funcionar, pelo que acrescentou que a autarquia vai contratar pessoal para melhorar o sector da limpeza. Ou será só para criar empregos, numa terra em decadência, que bem precisa? Seria a natureza política da maioria socialista a funcionar. Tal como acontece na Tejo Ambiente, cujo mau ambiente interno é conhecido, e não prenuncia nada de bom.
Sobre o apelo ao civismo, será apenas uma nova forma de pregação no deserto. Pelo que se lê, o comportamento dos cidadãos, com as papeleiras, os bancos e os contentores em geral, é apenas uma forma de contestação política. Protestam contra o aumento da água, o mau serviço da Tejo Ambiente, a falta de limpeza urbana, o skatódromo destruído que nunca mais foi susbstituído, as obras falhadas, a arrogância, a teimosia... O sr. vereador acha que a evidente falta de respeito dos grafitos na casa da água dos Pegões, no Dia das bruxas,  é um simples acaso? E aquele banco arrancado e deixado no local, na rua dos táxis?
Compreende-se que lhe convenha simular ignorância, para melhor empurrar a culpa para outros, como é habitual. Mas não lhe fica bem. Lá diz o povo, "o pior cego é aquele que não quer ver". De resto, até melhor prova, a situação da maioria socialista tomarense é bastante curiosa. Há três mandatos no poder, insistem em considerar-se os maiores e sem adversários à altura, quando na verdade o balanço da década é muito fraquito, e parece haver cada vez mais tomarenses a querer mudança. A contestação inconveniente é apenas um sintoma desse descontentamento geral.

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