sábado, 7 de janeiro de 2023

Água e saneamento

SACRIFICAR OS MANSOS DO COSTUME

https://radiohertz.pt/tomar-esta-em-vista-novo-aumento-na-fatura-da-agua-tudo-aponta-para-uma-subida-na-ordem-dos-67/

Conforme se pode ler no link supra, vem aí mais um aumento do preço da água, na ordem dos 6,7 %, o que corresponde mais ou menos a 10% , tendo em conta que o novo aumento foi calculado sobre o novo tarifário, que aumentou em Agosto passado a bagatela de 22%. Temos assim, no curto espaço de seis meses, um magnífico presente da actual maioria socialista. Água cerca de 30% mais cara que há um ano, com as taxas agregadas (saneamento, resíduos sólidos, etc.), aumentadas na mesma proporção. Vivó progresso!
Porque o segredo mal guardado da autarquia é esse. Interessam-lhe, e de que maneira, estes aumentos, porque representam novas verbas disponíveis para eventos, festas e festarolas. Tudo à borla, para todos, pois então. É claro que os protegidos da autarquia, os desgraçadinhos de serviço, esses ou estão isentos, ou praticamente não pagam grande coisa, devido às tarifas reduzidas. Compra de votos, a quanto obrigas!
E alombam os do costume. Incluindo os apoiantes enganados da actual maioria, que certamente não estarão de acordo com tão estranha situação. Fornecemos a água para Lisboa, que os alfacinhas e vizinhos pagam bastante mais barata que nós. Ou seja, caso que julgo único no mundo, o preço da água diminui com a distância, apesar dos custos do transporte. Um morador da Asseiceira, onde está a estação de tratamento da EPAL, paga mais caro que um residente na Lapa, em Lisboa, cem quilómetros mais longe. E ainda dizem que a vida é mais cara nas grandes cidades. Olha se não fosse!
Esta foi uma problemática que me levou a  pensar bastante. Como é possível tal ofensa à lógica comercial, na Europa, em pleno século XXI? E de repente, fez-se luz na minha cabeça. A EPAL, que fornece à Tejo Ambiente, e em Lisboa, a mesma água extraída do Castelo do Bode, tem uma longa experiência, anterior ao 25 de Abril e à nossa barragem.
Os seus dirigentes sabem portanto que não podem causticar demasiado os lisboetas, porque eles são bem capazes de vir para rua manifestar  o seu descontentamento, e aí nunca ninguém sabe como pode terminar. Limitam portanto os aumentos ao estrito mínimo na capital. Nada de aventuras perigosas.
Já a Tejo Ambiente, que é jovem, mas cujos dirigentes aprenderam depressa, e que integra na sua direcção alguém que se julga um génio da política nabantina, com o resultado que está à vista, percebeu que pode sacrificar livremente os consumidores, porque são mansos e nunca protestam na rua, quais cordeirinhos da Páscoa. Dão, por assim dizer, o pau e as costas.
E pronto. Os eleitos que temos,  vão aprovar por maioria, após algumas intervenções mais acaloradas,  por vezes só para disfarçar, ou justificar futuros subsídios. Resta assim aos tomarenses, mais uma vez,  irmos curtindo os eventos, as festas, as jantaradas, os passeios e os subsídios, este ano com o extraordinário presente da Festa dos Tabuleiros. Tudo à borla como manda a doutrina esquerdista, porque alguém há-de pagar. No caso pagamos nós, os mansos sacrificados. Errar é humano. Insistir no erro é burrice. Entenderam finalmente? 
É pouco provável, penso eu.

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