domingo, 15 de janeiro de 2023

Lancis na Estrada da Serra-Imagem TNR, com os agradecimento de TAD3

Requalificação da Av. Nun'Álvares, com uma pista ciclável em paralelopípedes, que  por isso ninguém usa.

Em Tomar o mau tempo veio para ficar

Ao que me dizem, andam tristes os tomarenses quase todos. Há mau tempo meteorológico e mau tempo político. Faz frio, há vento e cai neve, mas também trovoadas, tempestades e aguaceiros, em ambos os sectores. Deixando o mau tempo propriamente dito ao cuidado do IPMA, vamos ao mau tempo político. Porque, pouco a pouco, as temperaturas vão subir, a chuva vai afastar-se e vem aí o céu azul, mas na política local o tempo cinzento e tempestuoso veio para ficar. Até 2025, vai haver temporal no vale nabantino.
Para o tomarense comum, vai sempre tudo bem. Mantém-se afastado das coisas. Quase metade não votam. Uma reportagem da TV perguntou aqui há tempos a um passante se era a favor ou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A resposta foi sucinta e muito tomarense: -"Quero lá saber disso!" Não me comprometam!
Não espanta portanto que o cidadão comum não veja qualquer ligação entre as asneiras da Estrada da Serra, o realojamento dos ciganos, o cartaz da Festa dos tabuleiros ou o arranjo do Flecheiro. Mas essa ligação existe e há até quem dela viva, e viva bem, graças à ignorância do eleitorado. Querem ver?
Em relação a qualquer das matérias antes elencadas, façam-se as perguntas básicas em qualquer democracia:
1 - Quem decidiu e porquê?
2 - Quem projectou e como foi contratado?
3 - Quem aprovou?
Em qualquer dos casos, as respostas conduzirão inevitavelmente à mesma conclusão. Vivemos em compadrio e não em democracia. Há uns indivíduos, muito respeitados na urbe e cheios de experiência, que habilmente vão encaminhando as coisas em função dos seus interesses, os quais consistem em encher os bolsos sem olhar a meios. E a maior parte nem eleitos são.
Contratados a olho, ou em concursos viciados, depressa procederam no sentido de alargar o processo a todo o sector camarário. Pegue-se em qualquer obra recente da autarquia. Quem decidiu fazer a obra? Quem fez o projecto respectivo? Porquê? Quem o aprovou? Houve algum concurso público aberto, excepto para entregar a obra, porque é mesmo obrigatório e inultrapassável?
O caso do cartaz dos tabuleiros, feito sem concurso prévio, é pouca coisa, quando comparado com as obras faraónicas da Câmara, mas o processo é o mesmo. Escolhem-se uns compadre, que desenrascam e se desenrascam. O resto é música. Se preciso for, até vão jurar por alma dos avós que não receberam um tostão. E terão razão, porque já não há tostões desde o século passado.
Fortemente incomodados ante tanta vigarice, e face às evidentes asneiras, aqueles tomarenses mais conscientes, ao princípio ainda foram na conversa da treta e do poder, segundo a qual ia tudo muito bem, os críticos invejosos é que não estavam bons da cabeça. Agora, com tanta asneira da grossa, os enganados eleitores devem dirigir-se aos confessores habituais, perguntando-lhes a que santos rezar no futuro, pois estes estão a cair do altar, por causa das obras falhadas. 
Tem sido sempre assim.



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