terça-feira, 10 de janeiro de 2023


Água e saneamento

Respeitável público! 

The Tejo Ambiente Circus!

Era tradicional em cada feira haver pelo menos um circo. Lembro-me do Grande Circo Mariano e do Monumental Circo Luftman. Só bem mais tarde vim a saber que "luftman" quer dizer "homem voador" em alemão. Cada circo tinha a sua própria companhia, com equilibristas, contorcionistas, ciclistas, domadores, ilusionistas, pelo menos uma parelha de palhaços e um bom apresentador, vestido a preceito. Além disso, um veículo percorria as principais vias, anunciando alto e bom som que o circo chegara à cidade, com novos artistas, novos números e muita alegria.
Esses tempos acabaram. Como muitas outras coisas, o circo está em crise, apesar de haver cada vez mais palhaços, equilibristas, contorcionistas e ilusionistas. Nos últimos anos temos tido alguns circos de segunda categoria, mas durante o ano e não aquando da feira anual.
Ao abordar a problemática da Tejo Ambiente, com mais um aumento da água e taxas anexas, pensei imediatamente num circo. The Tejo Ambiente Circus, parte em inglês para ter mais impacto. Não vou fazer a afronta de identificar os componentes da vasta companhia em questão, pois iria arranjar ainda mais inimigos. Ninguém gosta de ser apelidado de palhaço, equilibrista, ilusionista, ou simplesmente artista de circo. A não ser os próprios profissionais.
Não posso contudo deixar de dizer que a nossa presidente e administradora da Tejo Ambiente, Senhora Dona Anabela Freitas, me parece uma excelente apresentadora de circo. Daqueles circos de grande categoria, já se vê. De cada vez que a Tejo Ambiente, sempre em crise devido à sua gestão errática, tem necessidade de mais verbas para se recauchutar até à próxima convulsão, a distinta presidente e administradora arranja um número novo. Ainda todos nos lembramos daquele extraordinário "Mesmo que a Assembleia vote contra, a Câmara tem de pagar", algo que nunca foi devidamente esclarecido, simplesmente porque estamos em Tomar, uma terra esquecida e a encolher de mês para mês. Não há piores cegos...
Desta vez, o número foi mais complexo. A própria senhora explicou, na sua usual oralidade muito eficaz, que o novo aumento devia ser de 10,1%, por causa da junção das três parcelas -água, saneamento e resíduos sólidos. Todavia, graças aos grandes esforços dos excelentes  administradores da TA, conseguiu-se uma redução para os 6,7%. O que significa que devem os tomarenses prepara-se para a próxima pancada, antes do fim do ano. Para compensar. Porque, como referiu a senhora, trata-se de um "aumento ordinário, que teria de existir sempre." O extraordinário virá mais tarde, após constatarem mais um dos habituais "buracos", nas contas e/ou nas condutas.
Perante isto, os eleitos municipais vão certamente fazer como sempre. Muita crítica, após o que uns votarão a favor, outros contra e outros ainda irão pela abstenção, porém de maneira a viabilizar o aumento, "porque Tomar tem de ser governada". Por conseguinte, tratando-se de um cancro congénito em fase avançada, vamos continuar a financiar os indispensáveis cuidados paliativos.
Alguns continuarão até a exigir que se volte aos antigos SMAS, abstendo-se contudo na hora da verdade, como na votação do Orçamento, para ajudar por tabela uma colectividade muito necessária. É a vida!
Longa vida ao The Tejo Ambiente Circus! E haja dinheiro, que eles tratam do resto. Dizem aqui os caipiras sertanejos que "quem nasceu pra lagartixa, nunca chega a jacaré". "Não desconcordo", para fechar em brasilês.

ADENDA às 16H20 de 10/01/2023

Não cuidem os consumidores da Tejo Ambiente, que o aumento é igual para todos. Em Ourém só vão pagar (???) o aumento das taxas anexas, pois a água não é fornecida pela Tejo Ambiente, mas pela multinacional BEWATER, até 2027, que naturalmente tem outro tarifário mais favorável. Mas é  uma empresa privada, e os socialistas não gostam. Se puder, compare uma factura da água de Ourém com uma de Tomar. Fica logo esclarecido.

 


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