terça-feira, 31 de janeiro de 2023



Escândalos políticos

Como estas coisas são...

https://observador.pt/2023/01/31/camaras-do-porto-e-lisboa-consideram-tap-uma-vergonha-e-um-desastre-total/

Vai por aí, ou ia por aí, uma onda de indignação, por causa do previsto altar papal de 4,5 milhões de euros, e outras despesas conexas, até aos 55 milhões de euros. É realmente muito dinheiro, mas pura hipocrisia socialista. Trata-se na verdade de seguir o conselho dos spin doctors das agências de comunicação e imagem, contratadas para o efeito.
Perante a acelerada degradação da imagem governamental, aconselharam que se encontrasse um tema polémico ligado à oposição, susceptível de desviar a atenção dos problemas governamentais que se vão sucedendo. Não foi difícil. Lembraram-se logo do encontro mundial de juventude católica, uma inciativa de "turismo de congressos" com retorno assegurado, mas liderada pela câmara de Lisboa, cujo presidente é do PSD. E foi o escândalo que se sabe. Toda a informação colaborou.
Acontece que Moedas tem muitos anos de Bruxelas, como eurocrata, gente que não costuma brincar em serviço, nem poderia. Perante o ataque, anunciou que dava o peito às balas, ordenou aos seus serviços revisão de preços e de empreendimentos, passando ao contra-ataque. (Ver link supra)
Reunido em Gaia com o seu homólogo do Porto, um independente, foi duro e certeiro. Afirmou que vergonha não são as despesas com o congresso mundial da juventude católica, com elevado retorno garantido, de acordo com experiências anteriores noutras capitais europeias. Vergonha é o descalabro dos mais de 3,5 mil milhões de euros já gastos na TAP, sem qualquer esperança de retorno ou utilidade para o país.
O presidente do Porto foi ainda mais severo, considerando que a TAP não passa afinal de um resquício de companhia colonial, que não serve o Porto nem o país. Momento logo aproveitado por Carlos Moedas para, à boa maneira das corridas de toiros à portuguesa, cravar mais um ferro. Disse que bom seria o governo resolver o problema do aeroporto de Lisboa, que já se arrasta há 50 anos, "para podermos ter mais e melhor turismo".
Reivindicou assim que se resolva uma das grandes carências em termos de estruturas de acolhimento. Exactamente o mesmo que se reclama desde há muito para Tomar, perante a indiferença geral. Estruturas de acolhimento adequadas, em quantidade e qualidade. Resta portanto perguntar: -Sem adequadas estruturas de acolhimento, em que se baseiam os senhores autarcas e respectivos spin doctors (???) para pensar que vamos ter desenvolvimento do turismo em Tomar? Por causa do Vila Galé? É realmente uma excelente empresa e pode ajudar muito, mas não é uma andorinha que faz a Primavera.
Indignar-se é fácil! Resolver, eis o desafio.

ADENDA às 22H20 de 31/01/2023


Conforme o link acima, o governo pretende desenvolver o turismo no interior do país e dispõe de meios para financiar empreendimentos nesse sentido, tanto no sector público como no privado. O problema de Tomar, e se calhar de outros concelhos com potencialidades na área, é que não dispõem de uma estratégia nem de projectos, ou sequer de grandes linhas, para o sector, e sem isso torna-se difícil o governo poder ajudar.  Quanto a Tomar, é no que dá a evidente falta de diálogo com quem sabe, e a incapacidade para pedir ajuda.

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