Turismo - Festa dos tabuleiros
O QUE TEM DE SER TEM MUITA FORÇA...
É uma velha discordância nabantina, entre várias outras. Há anos que Tomar a dianteira 3 vem propondo a reformulação da Festa dos tabuleiros, respeitando o passado, mas mudando o que deve ser mudado, para a tornar rentável, ou menos onerosa e anual. Condição básica para conseguir em Tomar uma massa crítica inicial que permita alavancar investimentos variados, imprescindíveis para acabar com o triste afundamento em curso. No ensino profissional, por exemplo...
No modelo proposto, o cortejo desfilaria numa parte da cidade, previamente fechada ao público e com cobrança de entradas. Ideia tão estranha para os tomarenses metidos nestas coisas, que nunca ninguém veio a público apoiar ou condenar. Fecham-se em copas e vão repetindo entre si "Para cumprir a tradição", "Para promover Tomar", como quem faz uma reza, assim se gastando somas que depois fazem falta para atrair médicos, criar empregos produtivos, edificar habitação, ou melhorar a limpeza urbana e as vias de acesso, por exemplo.
Como quase sempre acontece, a inovação aparece no estrangeiro e só muito mais tarde virá a ser adoptada no vale nabantino, se for. Desta vez é Veneza, a sereníssima, que avança a título experimental. Cinco euros para entrar na cidade, como forma de garantir o bem estar da população local e assegurar a protecção do ambiente urbano. Um canal com demasiadas gôndolas, não é aceitável.
Acossados pelas Cassandras do costume, que também as há por lá, os autarcas venezianos vão garantindo que não se trata de ganhar dinheiro, mas apenas de controlar o fluxo turístico, operação já antes tentada, mediante a proibição de acesso consoante a densidade de visitantes nos locais mais visitados, até agora sem grande êxito. Também alusão implícita ao velho problema da tradição religiosa católica, que condena o lucro, como se ganhar dinheiro de forma honrada pudesse ser uma prática condenável, em sintonia com os axiomas marxistas.
Resta esperar para ver. O resultado desta experiência e até quando Tomar se vai afundar, com os tomarenses todos contentes, assistindo a concertos gratuitos, mas sem médicos de família, sem empregos de qualidade e com o lixo por recolher atempadamente, por exemplo. Para não falar no fornecimento de água...
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