terça-feira, 19 de setembro de 2023

 




Eleições autárquicas 2025

Cuidado com o triunfalismo prematuro

Foi aqui escrito anteriormente que, a priori, o CHEGA é o partido político com melhores perspectivas para as próximas autárquicas em Tomar. Todas as outras formações perderam eleitores em 2021 e o chamado "desgaste do poder" é evidente no que concerne ao PS e ao PSD, para não mencionar os outros.
Análises e comentários entretanto lidos, levam a concluir que há unanimidade quanto à vantagem inicial do CHEGA, o que tende a gerar algum triunfalismo talvez prematuro. Parece-me óbvio que o partido de Ventura, que é de protesto, só conseguirá um bom resultado em 2025, em Tomar como no resto do país, com gente capaz, programa à altura, grande capacidade de trabalho, humildade, abnegação e recursos materiais suficientes. Caso contrário, sobretudo se vierem a imperar a basófia e a auto-suficiência, haverá desastre pela certa. Nada de triunfalismos precoces. Fica o aviso.
A derrota clamorosa do PSD em 2013, que permitiu a inesperada ascensão ao poder da maioria Anabela Freitas, manifestamente impreparada, foi tão surpreendente que eclipsou um outro fenómeno local -o génio da Asseiceira. Discretamente, mas com grande eficácia, um jovem da freguesia, que não conheço e cujo nome ignoro, apresentou uma candidatura patrocinada pelo MPT e veio a conseguir um resultado global extraordinário para a época, como adiante se pode ver.
Sem apoio a nível regional ou nacional, fez campanha sobretudo na internet e convenceu muitos eleitores. A tal ponto que conseguiu em 2013, num quadro mais dífícil, percentagens superiores às do CHEGA em 2021, oito anos mais tarde. E só não foi o terceiro partido mais votado no concelho, como agora o CHEGA, porque havia então os Independentes por Tomar, que averbaram 15,56% (3.096 votos) e a CDU, com 9,19% (1.827 votos), contra os 6,86% (1.300 votos) do tal génio da Asseiceira, a comparar com os 6,15% (1.308 votos) do CHEGA, em 2021, oito anos passados, já sem os independentes e com CDU reduzida a menos de mil votos. Ora veja com atenção o quadro seguinte, elaborado por TAD3 com os dados oficiais que podem ser conferidos em resultadosautarquicasmai.gov.pt

Autárquicas em Tomar

                             2013 - MPT 6,86% 1.300 votos.......2021 - CHEGA 6,15% 1.308 votos

ASSEICEIRA................16,84%.........252 votos.........................5,63% ........71 votos
PAIALVO........................6,25%...........80 votos.........................9,21%.......107 votos
MADALENA...................6,58%.........127 votos.........................5,57%.........99 votos
CARREGUEIROS..........5,62%...........35 votos.........................5,13%.........31 votos
SABACHEIRA...............2,61%...........17 votos.........................1,56%...........8 votos
ALÉM DA RIBEIRA.......6,54%..........58 votos..........................3,02%........20 votos
CASAIS..........................5,75%..........84 votos..........................6,04%........86 votos
OLALHAS......................6,06%..........44 votos..........................7,02%........48 votos
SERRA..........................4,06%..........46 votos..........................7,46%........71 votos
S. PEDRO.....................5,45%..........82 votos...........................4,53%.......61 votos
URBANA........................6,82%........544 votos..........................6,61%.....506 votos

Conclusão: Há coincidências curiosas. Apesar do bom resultado inicial, o MPT 
não voltou a concorrer. Porquê? Por onde andará o tal jovem de então? Também emigrou?

3 comentários:

  1. O MPT voltou a concorrer. Estava incluído na minha coligação de 2021.
    O jovem Flávio Nunes, com 18 anos em 2013, concluiu o seu curso de comunicação social e é atualmente editor do ECO, em Lisboa.
    https://eco.sapo.pt/perfil/flavio-nunes/
    https://www.linkedin.com/in/flavionunespt/
    Sabendo eu deste fenómeno de votação de 2013, quis saber como podia ser capitalizado na candidatura da coligação de 2021.
    Em primeiro lugar fui avisado que o Flávio tinha a posição pessoal de nunca mais se envolver politicamente. Admito que anteriormente já tenha sido desafiado e nunca aceitou.
    Depois o MPT, que participou ativamente nalgumas ações de campanha, tentou assumir a nossa candidatura na freguesia da Asseiceira, o que não conseguiu.
    Efetivamente, de tempos a tempos aparecem fenómenos eleitorais que não são replicáveis. O Micha do Volt, inspirou-se em parte no Flávio e não foi tão bem sucedido.
    Fica a curiosidade para a história.

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  2. Caro António Rebelo,

    Depois de ler a sua apreciação política em relação às próximas eleições autárquicas , e sabendo que está a promover a "fundação" do IL no concelho de Tomar, gostaria de expressar mais uma vez a minha opinião sobre o assunto.
    Concordo que a IL esteja presente em Tomar, até para poder expressar as suas ideias e apontar outros caminhos que não os existentes.
    No entanto , se o objetivo é afastar o PS do poder e dar um rumo ao concelho, se formos realistas e conhecendo um pouco os eleitores, na maioria envelhecidos, que votam sempre no mesmo emblema, verificamos que:
    Os do PCP vão desaparecendo por morte dos "adeptos".
    Os do BE mais jovens, vão emigrando e deixando de votar pois percebem que são ideias inaplicáveis.
    Os do PS , dos instalados, vão congregar os ex-independentes e provavelmente pouco diminuir a votação.
    Resta à direita a desgraça do PSD, que levará os votos dos velhos que votam no emblema, e alguns perdidos do CDS e agora do IL.
    Não chega, porque já se provou como aliás bem demonstrou com números ( verificar o somatório do MPT e do Chega que está errado)que há um eleitorado cada vez maior que vota em PROTESTO.
    Não interessa se o partido tem programa , se é um jovem desconhecido, esse voto é contra a máfia instalada.
    Por isso o Chega , que não tinha programa de jeito, nem pessoas à altura , como o jovem do MPT, recolheu esses votos.
    A direita se não concorrer com uma aliança pré-eleitoral PSD / IL / CDS não vai poder ganhar as eleições, mas vai sempre necessitar do CHEGA para a maioria , haja ou não linhas vermelhas.
    Vamos ver já este domingo nas eleições da Madeira.

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    Respostas
    1. Peço licença para duas pequenas correcções. Sobre a IL, não estou a promover rigorosamente nada, ao contrário do que escreve. Foi-me pedido para publicar o que publiquei. Só. Sou apenas um elo de transmissão.
      Quanto aos dados publicados, se há algum lapso, é irrelevante, uma vez que se trata apenas e só de uma demonstração comparativa, que o alegado erro não altera substancialmente.

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