Política local
Só reparam nas consequências
Desde a reconquista do poder, em 2013, os socialistas tomarenses têm governado mal, mas agradado ao seu eleitorado tradicional, e silenciado de facto toda a informação local. Têm sido anos de falso unanimismo, com quase todos calados, como no tempo do Salazar, porém desta vez devidamente subsidiados pelo poder instalado. É uma vergonha, mas só para quem ainda sabe o que isso é. Quem se arrisca, ainda assim, a escrever o que lhe vai na alma, é acusado de tudo e mais alguma coisa, pelos fanáticos de serviço. Até de loucura, devido à idade.
No que toca a quem escreve estas linhas, foi hilariante constatar, durante a recente estada nas margens nabantinas, a atitude de pessoas educadas, muito admiradas por o imaginado louco afinal falar e comportar-se como qualquer outro cidadão na plena posse das suas faculdades. Olhavam-me com aquela atitude de quem está a ver algo exótico, tipo extraterreste Mas mesmo assim, à boa maneira tomarense, alguns foram teimosamente alimentando a dúvida. Houve até quem se esquecesse das boas maneiras, se alguma vez as tiveram, interrogando a minha companheira: -E a cabeça? Como é que ele está da cabeça?
Naturalmente, ficariam essas criaturas muito chocadas se cá o escriba resolvesse esquecer a educação elementar, perguntando por sua vez a um familiar deles: -E as trafulhices? Têm conseguido intrujar alguns, ou está cada vez mais difícil? Ou simplesmente devolvido as perguntas: -E a cabeça? Como é que estão da cabeça?
Neste ambiente cívico desgraçado, em que mesmo cidadãos bem formados se recusam a entender as razões que levam outros a criticar ou a emigrar, as carências citadinas, cada vez mais numerosas e evidentes, acabam por se impôr. É agora comum ouvir ou ler cidadãos queixando-se da falta de limpeza, dos médicos de família que não há, da água que nem sempre sai da torneira, ao contrário do que era costume, do lixo que se acumula, da falta de estacionamento e de habitação, da arrogância dos funcionários municipais, ou de canteiros mortos à sede. (ver imagem)
Continua porém a falhar o essencial -a ligação efeito-causa. Porque é que estamos assim, com tendência para piorar? Quem são os responsáveis? Ninguém responde. Não convém. Votaram neles, nos causadores do actual estado de coisas, mas recusam-se a admiti-lo. Em Tomar e não só, a culpa é sempre dos outros. E morre solteira. Ninguém admite a união de facto com incapazes.
"Só se lembram de Santa Bárbara quando ouvem trovejar", dizia o povo antigamente. Agora, em Tomar, só se lembram do PS quando estão a ouvir música nos concertos gratuitos. Ou reunidos à mesa para partilhar comida, subsídios e tachos. E na altura do voto, como pretendido pelos benfeitores com o dinheiro dos contribuintes todos.
É a vida, dizia o Guterres. Que também acabou por emigrar, após ter-se demitido "para evitar o pântano", quando percebeu o que a casa gasta. Conseguiu depois ir longe, até à chefia da ONU, em Nova Iorque. Mas o temido pântano instalou-se e aí o temos.
Hoje já começam as condecorações.
ResponderEliminarA Belinha vai receber a mais alta condecoração da associação de bombeiros e protecção civil, o colar de mérito, com ministra e quejandos presentes
Claro que os vereadores do PSD lá vão estar a aplaudir.
Ainda não saiu e já começa.
Foge cão que te fazem barão, mas para onde que me fazem conde
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" É praga dos tempos ,quando os loucos guiam os cegos " ,da obra "Rei Lear ",de William Shakespeare .
ResponderEliminarNos últimos anos afastei-me bastante dessa linda cidade. Vivia em Marianaia (que lindo nome!), onde se deu o primeiro sinal, já na década de 50, de decadência no tecido industrial do concelho. Tinha 12 anos e fomos obrigados a migrar para a Vila. A Fábrica de papel de Marianaia fechou portas. Uma desgraça. Depois..., mais tarde, na última metade da década de 60/início década de 70, os sinais de crise começam a ser evidentes. O grupo MGodinho já tremelica; a indústria de Artes Gráficas (iniciais em caixa alta porque foi a minha primeira profissão - 8 anos) começa a ir-se abaixo por não acompanhar as modernas tecnologias. Seque-se o que é sabido de todos. A atividade industrial... Uma hecatombe. Tomar (1) perde contato com os centros industriais em desenvolvimento. O Capital - o capitalismo... - segundo os teus posts, parece não estar para aí virado.
ResponderEliminarÉ nesta realidade conhecida por quase toda a gente que os teus posts diários deviam entroncar. Penso que é muito difícil dar a volta. Este fim de semana estive numa almoçarada em Setúbal com familiares, alguns vivem em Tomar, e a opinião deles é positiva sobre a maneira como o concelho se tem segurado nas canetas. E não é por sermos de uma família de bem-nascidos, como tu muito bem sabes. E até disseram bem da senhora Anabela - e até do senhor Hugo Cristóvão. Gosto dele. Vai ser o próximo presidente da CMT.
(1) nos teus posts falas muito de Tomar/cidade e pouco do concelho como um todo.
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Já agora.... Só sabes cascar no PS. Ó António Rebelo, controla-te. Isso está a afetar-te.
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(Vá... Publica lá isto. Tu sabes quem sou. Não te ponhas com tretas)
Eu bem digo, nomeadamente nesta crónica: esquecem as boas maneiras e acham que os outros é que estão afectados. O fanatismo cego tem destas coisas. E tratando-se de esquerdistas que ainda não aprenderam nem esqueceram nada, pior um pouco. Se ao menos assinassem por baixo, já era alguma coisa.
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