quinta-feira, 12 de dezembro de 2024


O PSD local é mesmo oposição?

Não havia necessidade...

O problema é velho e cada vez mais evidente. Em Tomar não há oposição, apesar dos três vereadores que integram o executivo liderado pelo PS, com quatro eleitos. Parece simples e consensual escrever isto, para quem conhece razoavelmente o microcosmo político local, mas desenganem-se. Os social democratas não aceitam de forma alguma semelhante crítica. Passam logo de acusados a acusadores. E assim vamos estando. Não mudar para não se arrepender depois. Casmurros.
Os (raros) analistas locais, coincidindo neste ponto, concordam que os eleitores tomarenses não têm praticamente alternativa na altura de votar. Tanto faz Pedro como Paulo. Os programas são todos parecidos e o comportamento dos eleitos idem idem.
Surpresa e das grandes, a recente sessão da AM sobre o 25 de Novembro veio revelar inesperadamente a grande fractura partidária no concelho. O PS tendência esquerda unida, que é por agora maioria local, resolveu alinhar com a extrema esquerda, e não compareceu, assim boicotando a cerimónia prevista, em total contradição com a tradicional política socialista.
Enganou-se porém quem pensou que, após tal mostra de intolerância, os social-democratas nabantinos iam finalmente começar a fazer oposição a sério, assim contribuindo para o esclarecimento do eleitorado e a adopção de melhores políticas locais. Tudo como dantes, chuva em Tomar, sol em Abrantes.
Há muito com graves dificuldades financeiras, que apontam mesmo para a inviabilidade da instituição, a Canto Firme pediu à Câmara mais uma ajuda extraordinária, desta vez de 11 mil euros. Tanto quanto se sabe, não apresentou qualquer plano de recuperação, ou outro. É apenas mais uma ajuda municipal para desenrascar, não se sabe até quando.
Sem surpresa, o subsídio foi concedido, mas a votação por unanimidade parece-me algo inesperada, sendo em todo o caso uma asneira política do PSD. Porque não havia necessidade alguma de votar a favor. O PS tem maioria absoluta, pelo que bastariam os seus quatro votos para aprovar mais um pagamento extraordinário, cuja pertinência ainda não foi demonstrada. Apenas mais uma esmola para um pedinte habitual? Mais um passo para a municipalização de facto da Canto Firme?
Ainda por cima, na sua declaração de voto, a vereadora social-democrata lastimou que a Canto Firme nunca tenha respondido aos pedidos de reunião do PSD. Situação comum, pois o blogue Tomar na rede também já se queixou do mesmo. Pediu informações detalhadas e não obteve resposta. Nestas condições pouco usuais, o que terá levado os social-democratas a votar favoravelmente o subsídio? É do conhecimento geral que os dirigentes, os membros e os amigos da referida instituição não votam PSD. 
Assim, em vez de aproveitar o ensejo para dizer aquilo que pensam  em relação à política camarária de subsídios e de festas, e à inaceitável atitude fechada da Canto firme, os eleitos PSD contribuíram mais uma vez para baralhar o eleitorado, que assim pode confirmar a conhecida frase do anterior dirigente máximo do PCP: "É tudo farinha do mesmo saco." E não havia necessidade!


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