quinta-feira, 18 de agosto de 2022






Sanitários públicos fechados e quiosques às moscas.

O dilema da Câmara de Tomar

Acontece nos países que mais tarde chegaram à modernidade europeia. Portugal ou Grécia, por exemplo. Há uma enorme apetência, em termos de emprego, pela função pública, mas é cada vez mais difícil recrutar para os empregos pouco qualificados (coveiro, varredor, guarda de retretes...). Por razões de enquadramento e imagem social, quanto mais pequena é a terra, maiores as dificuldades da autarquia nessa área.

Em Tomar, conquanto o não queira admitir publicamente, a maioria socialista enfrenta um cruel dilema. Tem dois sanitários públicos modernos (Junto à estação da CP e nas traseiras da igreja de Santa Maria) fechados há meses, por falta de quem os vigie e assegure a respectiva manutenção, mas não ousa recorrer a uma empresa privada para o efeito, uma vez que a prioridade do partido é proteger e expandir a Função pública, da qual depende para se manter nos poder.

Parece haver contudo algo que não bate certo em tudo isto. Ou a câmara de Tomar é demasiado condescendente, ou os tomarenses excessivamente exigentes em termos de imagem. Isto porque, em Coimbra, Alcobaça, Nazaré ou Vila Viçosa, por exemplo, as respectivas autarquias mantêm sentinas públicas vigiadas e limpas por empregados municipais. Em Tomar não é possível? Porquê? As velhas retretes remodeladas da Calçada de S. Tiago, sempre abertas e sempre limpas e com papel, são a excepção porquê? Por estarem perto dos Paços do concelho?

Os cidadãos eleitores não servem só para votar e para pagar impostos. Também têm direitos, entre os quais avulta o direito à informação. Em Tomar é cada vez mais evidente que tanto os eleitos PS, como os do PSD, se julgam mais donos hereditários da quinta tomarense, do que representantes dos seus eleitores, aos quais devem sempre prestar contas.

Pois digam-nos lá então: O que se passa de facto com as sentinas públicas fechadas? E já agora, com aquele quiosque da Várzea grande? Nunca mais abrem porquê? Porque são da família daquele quiosque do Mouchão, que está ali há anos, sempre fechado, e nunca ninguém explicou para que serve?

1 comentário:

  1. Gostava de escrever mais ,mas o António Rebelo "rouba-me o pensamento e as palavras " continue !
    Viva o estado da gamela !!!

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