REPORTAGEM

As ervas, a limpeza e o perigo de incêndio 

lá para os lados do "Bairro calé"

Reportagem é uma palavra muito querida dos nossos meios informativos. A tal ponto que os pópós de alguns deles ostentam orgulhosamente, a vermelho e letra grande, REPORTAGEM. Tomando-os como exemplo, quem faz Tomar a dianteira, que nunca foi, não é, nem aspira a ser jornalista, resolveu armar-se em repórter a pé, e lá foi. Eis o resultado, em oito imagens obtidas ontem, sábado 12/08/2022, ao fim da tarde:

As três imagens acima, tiradas no início da Avenida Nun'Álvares, do lado esquerdo, logo a seguir à rotunda, para quem vem de Carvalhos de Figueiredo, mostram uma situação terceiro-mundista, que se arrasta há anos, e que nem as recentes obras milionárias resolveram. A vedação com os prumos, marca a divisão entre o terreno privado,  à esquerda, cuja erva foi limpa,  e o terreno camarário, à direita, que continua a aguardar melhores dias. Pelo que se vê, a autarquia parece  estar dispensada de limpar os seus terrenos, mesmo quando são parte de um passeio público entre prédios urbanos.

Do outro lado da avenida, a situação não é melhor. Agora que acabou o acampamento cigano naquele sítio, não se percebe o que impede a autarquia de mandar limpar, nomeadamente o passeio novo, com banco moderno e tudo, ao fundo, do lado direito.

Foram-se os ciganos, e agora o aspecto geral dos terrenos que ocupavam é este. Uma lástima. A câmara poderá até alegar que, como vai haver obras em breve, não vale a pena estar a limpar. O problema são as duas imagens seguintes, que desmentem essa eventual alegação:

Aqui, nos terrenos circundantes do novo "bairro calé", onde as obras já estão concluídas há meses e meses, tudo indica que ainda não terá havido tempo para proceder à limpeza dos terrenos camarários restantes, como manda a lei. Verdade seja que o hipódromo da GNR, logo ao lado, não está melhor. mas uma mazela não desculpa a outra. Ainda que seja difícil imaginar a Guarda a multar o Zé rural porque não limpou o terreno, quando afinal também não limpam o hipódromo anexo ao quartel.

Confirma-se assim, mais uma vez, o que por aí consta sobre os eleitos. Que a câmara PS é boa para festarolas, subsídios e obras ornamentais milionárias, mas quanto ao indispensável, nomeadamente a limpeza, é o que está à vista de quem ainda não seja obrigado a usar os antolhos da conveniência, porque tem de comer todos os dias.