terça-feira, 23 de agosto de 2022


Problemas locais - visões divergentes

Erros de enfoque de parte a parte

"1- Mais uma consequência da opção económica pelo turismo.
2-Em centros históricos nem circulam nem estacionam à superfície veículos particulares pela simples razão que as ruas não foram dimensionadas para tal.

3- Pior é a falta de estacionamento por toda a cidade até porque os terrenos são privados. Veja-se o caso da rotunda na saída da nova ponte que não se faz por causa dum quintal de alguém importante."

Este comentário, copiado do nosso estimado colega Tomar na rede, com a devida vénia e os agradecimento de Tomar a dianteira 3, é na prática um mostruário da problemática situação nabantina atual. Começa logo com o nome do autor, que se julga não ser nem António nem PIna, mas antes Fernando, terminado em árvore do azeite. Trata-se contudo de mera questão lateral, e pode-se estar enganado, que não muda nada de substantivo

Segue-se a questão central, que estava em debate no já citado blogue. Desde há muito que o comentador agora comentado afirma ter havido, ou existir ainda, uma opção municipal pelo turismo,  que estaria na origem de vários problemas locais, entre eles a falta de estacionamento.

Tem todo o direito de assim pensar e de o escrever em termos cordatos, sujeitando-se assim ao contraditório. Que se passa a exercer do seguinte modo: Se o comentador em causa pensar um bocadinho, de forma serena e aberta, achará certamente que a indústria turística, tal como agora existe, integra vários componentes. Além da hotelaria, da alimentação e bebidas, da informação e da animação específica, a primeira delas todas é a mobilidade, com as suas duas vertentes -transporte e estacionamento.

Um exame mesmo rápido da situação tomarense, levará inevitavelmente à conclusão que não houve nem há em Tomar qualquer opção pelo turismo, ou outro setor, uma vez que nem a maioria nem a oposição dispõem de qualquer programa digno do nome. E sem isso, vão ao que calha e vai aparecendo.

Poderá dizer-se, é claro, que não senhor, que não é nada assim. Todavia, para além da iniciativa privada, que avançou com hotéis, restaurantes, alojamento local, informação especializada e transportes turísticos, que fez a autarquia? Onde estão as estruturas de acolhimento, indispensáveis em qualquer cidade com recursos e que se preze?

Que estruturas? Sinalização adequada, instalações sanitárias à altura, estacionamento suficiente para a época alta, ligação rápida e não poluente entre o núcleo histórico e o convento. Sem tudo isto, falar dos inconvenientes da opção turística, como vem fazendo o sr. Pina, além de manifesto erro de enfoque, torna-se ridículo, ao revelar evidente falta de informação factual actualizada.

Estou pronto para o eventual debate sereno, assim como para "dar o braço a torcer", desde que me demonstrem que não tenho razão. É isto, por agora.


Nota posterior

Sobre a questão da rotunda da ARAL, de que o sr. Pina fala no final do comentário, nem vale a pena gastar muita tinta. Há apenas falta de coragem dos eleitos e eventual ignorância fingida de duas figuras jurídicas muito úteis. São a "expropriação por utilidade pública", quando não haja maneira de conseguir outro acordo, ou a "municipalização de solos", nas mesmas circunstâncias.

A atual situação parece configurar um caso ao arrepio da normalidade na indústria. Nesta, quando se lubrificam as engrenagens das máquinas, elas passam a trabalhar melhor e eventualmente numa cadência mais rápida. Neste caso de Tomar, pelo contrário, uma vez "untadas" algumas engrenagens da máquina municipal, esta emperra. É da crise...

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