O desastre do Flecheiro
Mais duas desgraças à beira Nabão
É voz corrente que "uma desgraça nunca vem só". O evidente desastre do Flecheiro parece confirmar esse dito popular. Por um lado, a complexa operação de realojamento dos acampados, sabe-se agora que foi mal preparada e deficientemente executada, conforme provam as nefastas consequências cada vez mais evidentes e numerosas.
Por outro lado, incapaz de controlar a pesada máquina camarária, sobretudo a sua estrutura de quadros superiores, a maioria socialista acabou aprovando o arranjo paisagístico do Flecheiro, cuja utilidade de facto é quase nula, exceptuando a possibilidade de servir para ir dar banho aos cães. Basta ter em conta que o Mouchão, a Várzea pequena e a Mata, são mais centrais, têm sombras, e mesmo assim quase ninguém por lá passeia, a não ser quando há qualquer actividade ocasional.
Quando a cidade carece de estacionamento, sobretudo para autocarros de turismo e outros pesados, bem como de um campo da feira que não envergonhe, a classe dos quadros técnicos superiores da autarquia soube ser astuta, como de resto é usual. Aliou-se previamente a um gabinete de arquitectura amigo de ambas as partes, e depois impingiu a melhor solução para eles. Um arranjo paisagístico supérfluo, mas que permitiu arrecadar bom dinheiro, tanto no concurso público como depois "por baixo da mesa".
Julga-se não ser segredo para ninguém, uma vez que os intervenientes da Câmara e do referido gabinete são vistos com frequência a almoçar à mesma mesa nos restaurantes da cidade. E depois há até outro infeliz exemplo anterior, com outro gabinete de arquitectura.
O tão propalado museu do "fórum de Sellium", atrás do quartel dos bombeiros municipais, já custou mais de setecentos mil euros e as obras estão paradas há vários meses, aguardando tempos mais propícios, que dificilmente vão aparecer. As coisas são o que são, e ao contrário do que disse em tempos um conhecido nazi, uma mentira repetida muitas vezes nunca se transforma numa verdade nos meios pequenos, onde toda e gente se conhece.
Caso os tomarenses venham a ter a sorte de conseguir eleger uma câmara de adultos credenciados em Outubro próximo, o Flecheiro terá de ser terraplanado e construída uma ponte pedonal, para transformar aquele amplo terreno de ambos os lados do rio no campo da feira em cada Outubro, e em parque de estacionamenro para autocarros de turismo e outros pesados durante todo o ano.
Quanto ao propalado mas nunca provado "fórum de Sellium", resta pavimentar o terreno, eventualmente enterrando um cilindro de latão com o histórico das escavações e dos alegados achados, para depois entregar aquilo aos bombeiros, como garagem e outras dependências. A não ser que prefiram vender o lote em hasta pública, mas com vista para o cemitério quem é que vai querer morar ali. Só se for a tal habitação social, porque aí, que remédio...
Sem comentários:
Enviar um comentário