Refiro apenas a situação tomarense. É geral o descontentamento em relação aos políticos, de resto bem documentado nos 55% de abstenção bruta (abstenção + votos brancos + votos nulos) registados nas autárquicas de 2013. Temos portanto que, para a maioria da população inscrita nos cadernos eleitorais, os candidatos de 2013 não prestavam. Só assim se explica que não tenham escolhido nenhum deles.
E os eleitores, são bons? A pergunta impõe-se, pois os candidatos são também eles habitantes e eleitores no burgo e no concelho. Vários indícios mostram que também o eleitorado está longe de ser de primeira água. Um desses indícios é a sondagem anónima em curso aqui no Tomar a dianteira. Ainda ontem a Google, que é imparcial nestas coisas, registou 721 visualizações de páginas nas últimas 24 horas. Em contrapartida, a antes referida sondagem anónima, que já dura há 6 dias, conseguiu até agora apenas 51 votos. Ou seja, tratando-se de coscuvilhices, tipo malversões e estragos no Convento, chovem leitores de todos os lados. Sendo questão de participar na vida política local, ajudando a melhor perceber o panorama local, que se lixe! O gajo que vá pregar para outra freguesia que eu não o posso nem ver!
Resta-me assim agradecer mais esta prova de carinho e da elevada qualidade social dos tomarenses inscritos nos cadernos eleitorais. Entretanto continuarei a escrever, por duas razões. Por um lado, porque o faço sobretudo para cumprir o que julgo ser o meu dever de cidadania. Por outro lado, porque tenho sempre presente a resposta de Beresford, um brilhante militar inglês, enviado pelo governo britânico para nos ajudar a repelir os invasores franceses.
Quando procuraram desmotivá-lo, dizendo-lhe que as tropas portuguesas eram uma cambada de analfabetos, sujos, alcoólicos, ignorantes, velhacos, falsos, e assim, foi rápido na resposta: -É capaz de ser verdade o que me dizem. Mas é com esses que vamos ter de ganhar a guerra. Porque não há outros. E conseguiu mesmo ganhar a guerra.
Assim estamos com os tomarenses inscritos nos cadernos eleitorais. Muitos não serão de grande qualidade. Mas é com eles que vamos ter de viver. Porque não há outros.
Dito isto, deixem-se de criancices, de quezílias mesquinhas e tratem mas é de votar. Tanto aqui, no ângulo superior direito do blogue, como em Outubro.
E bem hajam todos por me aturarem.
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