Vida local
A festa de todos os tomarenses?
Esta imagem, copiada do Facebook, onde foi publicada por Rita Boavida, se vista com olhos de ver, e não só para ilustrar, mostra uma situação que convém ponderar, parece-me que no interesse de todos os tomarenses.
Mercê da excessiva generosidade camarária, originada na necessidade de conseguir votos e evitar críticas, é de euforia e exaltação o clima que já se vive em Tomar, a dois meses da Festa Grande. Nada contra. Apenas um apelo à moderação e ao bom senso. O cortejo só vai sair da Cerca daqui a dois meses menos cinco dias. É demasiado cedo para alardear orgulho tomarense, bafiento porque baseado no passado. Não há para tanto!
Ainda hoje li no Face vários escritos de proveniência diversa, garantindo que "já cheira a festa" e "viva a festa!". É igualmente conhecida a posição dominante e triunfalista, encabeçada pela vereadora da cultura e turismo, segundo a qual a festa é obra de todos os tomarenses. Será mesmo assim?
Olhem bem para a fotografia. Na Rua Carlos Campeão, uma das 32 ruas ditas populares a ornamentar, com o papel ao preço que está, mais de metade das janelas não colocaram colchas para a passagem das coroas. Porquê? Discordâncias? Ou serão apenas apartamentos vazios, numa altura em que há alegadamente uma grande falta de alojamento em Tomar?
Em qualquer dos casos, conviria apurar, quanto mais não seja para afinar o discurso oficial e evitar cair no ridículo, ao afirmar uma coisa, quando as pessoas estão claramente a ver outra bem diferente.
Como naquela anedota da ida de António Costa a uma aldeia alentejana quase deserta. Quando um dos habitantes restantes pediu médicos ao primeiro ministro, este pegou no telemóvel, falou um bocadinho e sentenciou: -Pronto. Amanhã já chegam dois médicos. Como o alentejano desatou às gargalhadas, Costa perguntou-lhe -Está rir de quê? -É que aqui na aldeia há muito tempo que não há rede móvel...
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