sexta-feira, 19 de maio de 2023

 


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Já temos uma/um "galambita" tomarista

Que é como quem diz, uma ou um galamba dos pequenitos. Os leitores sabem de certeza que o dito original começou na Internet, ao serviço desse monumento de honestidade chamado Sócrates, e olhem onde ele já está, não sei se muito mais tempo, mas ministro é ministro!
Os mesmos leitores recordarão igualmente a crónica "No rumo certo: Mais pobres, Menos população, Viva a Festa!", aqui publicada em 16 do corrente. Estava-se mesmo a ver que semelhante título ia causar azia e convulsões estomacais em certos políticos da nossa praça, e foi mesmo isso que aconteceu.
Ficaram a ruminar, a congeminar, a arquitectar eventuais respostas, mas está quieto! É a verdade factual e contra isso batatas. Até que, três dias depois, lateralmente, como convém a gente que nunca soube o que é a franqueza, nem o respeito pela verdade, apareceu esta beleza de comentário, no Tomar na rede, com um nome a encabeçar, que se omite deliberadamente para não lhe dar palco, até porque se ignora se é verdadeiro ou pseudo, macho ou fêmea, ou assim assim: "Não esquecendo que por norma mais de 50% dos beneficiários são crianças, não adultos. Antes que venham para aqui Velhos do Restelo com demagogia." Com demagogia, não é?!
Está bem esgalhado sim senhor, (salvo aquele "são crianças, não adultos", porque sendo crianças está tudo dito). Recorrer às crianças para conseguir a compaixão para com as coitadinhas, é dos livros, mas neste caso é também uma redonda mentira, sem ponta por onde se lhe pegue, destinada a tentar aligeirar a gravidade da situação tomarense. Com efeito, de acordo com o normativo oficial, só pode pedir o RSI quem residir em Portugal e tiver mais de 18 anos, entre outras condições. Logo, as eventuais crianças não contam como beneficiários para fins estatísticos, uma vez que integram a prestação familiar, e recebem abono de família, isso sim. E nem podia ser de outra maneira, posto  que, sendo menores, carecem de personalidade jurídica, pelo que não podem candidatar-se ou receber quaisquer prestações, a não ser por intermédio dos pais ou outros responsáveis familiares.
Por conseguinte e em conclusão, há em Tomar 820 beneficiários do RSI, o segundo maior contingente do Médio Tejo, aos quais convirá somar os filhos, consoante os casos. Pretender o contrário é informação falsa, vinda de gente que já demonstrou anteriormente e agora confirma, não olhar a meios para se manter no poder. É lamentável, mas é assim.
Cabe lá na cabeça de alguém, com sensatez mínima, que em 820 pobres, 410 (50%) sejam crianças, como pretende o vergonhoso comentário? Admitamos, porém, como hipótese remota de trabalho, que assim seria. Teríamos então 205 casais incapazes de angariar meios de subsistência, mas cada um com pelo menos dois filhos menores, em média. Conhecendo o fraco índice de natalidade em Portugal, uma tal fecundidade média dos indigentes crónicos, só poderia assustar quem não pertença à etnia...
Tem a palavra a/o "galambita", para se defender, se assim o entender. E para mostrar onde está a demagogia.


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