Liberdade de informação
Esclarecimento para os "sempre em festa"
Começo com um ponto prévio. Sei bem que pouco adianta explicar as coisas. Os meus amigos não precisam, porque já percebem desde há muito, e os meus adversários simplesmente não acreditam, uma vez que se trata para eles de uma questão de fé, de simples fanatismo. Nestas condições apenas escrevo o que segue para memória futura. Para que, daqui a alguns bons anos, quando acontecer o inevitável desastre, caso se continue por este caminho, os investigadores sociais possam concluir que afinal havia quem soubesse e alertasse, infelizmente sem resultado. Porque de resto, quer leiam ou não, me dá igual. Ganho o mesmo. A satisfação do dever (de cidadania) cumprido.
Como previsto, a crónica anterior conseguiu um terço dos leitores habituais. O costume. Porque está mal escrita? Porque não mostra a realidade local? Nâo. Apenas porque desagrada às mentes algo infantis de alguns dos nossos conterrâneos. Consideram que não lendo, é como se a crónica não existisse. Maneira subtil de a anular de facto, por não haver capacidade para mais. Se pudessem censuravam, proibiam até a publicação, assim pela calada. Como não podem, ficam-se pelo boicote pessoal.
Pensam esses coitados que se trata de inveja, ou de estar contra festanças e outras andanças. Nada mais falso. Não se trata de ser contra a animação cultural, mas sim contra a maneira como está sendo feita, que a crónica anterior exemplifica.
Em Coimbra conseguem excelente animação cultural, no caso dos Coldplay sem onerar o orçamento municipal e aproveitando até para arrecadar uma confortável mais valia, superior ao milhão de euros. Porque maldição havemos nós em Tomar de pagar, via orçamento camarário, e nunca encaixar valor acrescentado, para além do secundário, embolsado por privados? O lucro é vergonhoso? É pecado? Há algum obstáculo intransponível, que impeça a Festa dos tabuleiros, ou os respectivos concertos de animação cultural, de dar bons lucros, tal como já acontece nos Bons Sons?
A meu ver, apenas algumas cabeças mal formatadas, que sem se darem conta dos respectivos malefícios a médio-longo prazo, estão a reproduzir em Tomar modos de actuar na área económica e cultural que já falharam redondamente nos países comunistas no século passado, com os resultado que se conhecem. Ainda não aprenderam?
Tudo porque a maioria socialista que nos calhou na rifa, em vez de se preocupar com o futuro da colectividade tomarense e as indispensáveis mudanças estruturais, procura apenas a melhor maneira de se manter no poder a todo o custo, para o que se limita a fazer aquilo que os tomarenses mais afoitos dizem que gostam. Assim como quem distribui cocaína a viciados, enquanto vai apregoando que é contra as drogas.
Não se dão conta, por exemplo que já vai longa a lista de novas curiosidades locais, que além das festas só dão despesa: Museus da Levada, alegado fórum romano, Museu templário, Tabuleiros património imaterial, Museu do brinquedo, Museu dos tabuleiros... Tudo coisas que os contribuintes terão de pagar. Não à entrada, como seria normal, mas por exemplo no talão de caixa do supermercado. Ou no recibo da água. Mesmo as mentalidades infantis que se recusam a ler estes escritos, como forma de censura auto-imposta, não vão conseguir escapar.
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