segunda-feira, 29 de maio de 2023

 

Festas do Espírito Santo

Cabotinismo, bazófia e megalomania

Feira das vaidades, queixam-se cada vez mais tomarenses, quando se fala da Festa dos tabuleiros, ou do Espírito Santo. A recente 5ª saída das coroas e pendões, prejudicada pela chuva, veio demonstrar a inutilidade prática de muitas manifestações ligadas à nossa Festa grande. Assistiu-se então ao desfile de algumas dezenas de damas e cavalheiros, todos trajando "para ver a Deus", mas sem coroas nem pendões, nem música. Com que objectivo? Mostrarem-se e serem vistos. A tal feira das vaidades. Mais nada.
Quando os raros cidadãos que ainda se interessam pelos problemas da urbe interrogam os eleitos sobre o custo exagerado da Festa dos tabuleiros, querendo saber para que serve realmente e porquê só de quatro em quatro anos, a resposta vem pronta e peremptória: "para cumprir a tradição e promover Tomar, não sendo possível realizá-la todos os anos, dada a sua complexidade."
Quanto à alegada complexidade e periodicidade da festa, Carregueiros acaba de responder mais uma vez de forma prática: -São apenas desculpas de incapazes. Porque se uma aldeia de pouco mais de mil almas, realiza anualmente a sua festa de tabuleiros, com 30/40 pares, o que impede um concelho com 40 mil habitantes de fazer outro tanto, com 300/400 tabuleiros? Incompetência. Indolência. Casmurrice.
E falta de verba no orçamento municipal. Porque enquanto em Carregueiros é tudo feito com compromisso cidadão e muita parcimónia, na Festa dos tabuleiros é um fartar vilanagem. Gasta-se quanto seja preciso, que o orçamento municipal paga tudo. Aparecem assim actividades anexas, como se integrassem a própria festa, mas cuja utilidade é nula, ou poderiam proporcionar bons lucros. Refiro-me à ruas populares ornamentadas pelos moradores, que agora nem uma coisa nem outra. Nem populares, nem enfeitadas pelos moradores e onde o cortejo nem sequer passa. Refiro-me também aos jogos populares, às saídas das coroas, ao cortejo do mordomo e aos concertos gratuitos.
Deixando de lado o "cortejo dos rapazes", que não tarda a ser objecto de acusações de machismo (porquê "dos rapazes", se é de crianças?) e de trabalho infantil encapotado, fica a pergunta: Sendo alegadamente "para cumprir a tradição e promover Tomar", quantos visitantes vêm à cidade para ver os jogos populares, as saídas das coroas ou o cortejo do mordomo?  E qual a relação do banquete municipal, no dia do cortejo, com a Festa grande? De onde vem essa tradição, que não existia no tempo do "eles comem tudo e não deixam nada", cantado pelo Zeca Afonso? É a versão nabantina das sopas do Espírito santo? Caras sopas!
Tudo isto, não para atacar, mas apenas para mostrar, uma vez mais, que é urgente uma reformulação profunda da nossa querida Festa Grande, feita por quem saiba. Para que não desapareça, quando acabarem os fundos de Bruxelas. A fartura socialista é passageira. Só pode.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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    1. Publicarei com todo o gosto o comentário anterior, com o pseudónimo "Encantos", assim que quem o escreveu tenha a amabilidade de se identificar cabalmente, assinando com o seu nome. Como fazem as pessoas sérias.

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