Maioria socialista local
O equívoco da senhora & Companhia
Há um muito ligeira melhoria. A custo, a senhora acabou por admitir que tinha de pressionar os Registos e notariado, sobre o escândalo da falta de pessoal na conservatória de Tomar, logo acrescentando porém que a autarquia tinha pouca margem de manobra para o efeito, tal é a falta de hábito e de jeito. No mesmo sentido, o seu vice reconheceu que, no caso do imóvel ilegal de Cardelas, houve falta de cuidado da autarquia, e que em último caso terá de haver demolição.
São ligeiro avanços no bom sentido, a mostrar que sentem o vento contrário. Antes, a maioria estava sempre cheia de razão, nunca dava o braço a torcer e usava um tom soberano e sobranceiro para reprovar qualquer reparo, como se fosse uma blasfémia. Situação resultante de um equívoco assaz comum na política autárquica portuguesa. Apesar de cometerem erros atrás de erros, os eleitos maioritários sentem-se apoiados por aquela parte da população que os elegeu.
Julgam eles, pois na verdade trata-se de um equívoco. A senhora e os seus acólitos não são realmente apoiados pela população em geral. Apenas conseguem, de forma perene, os apoios que foram comprando ao longo dos mandatos. Estão na mesma situação dos turistas que compram pacotes de férias tudo incluído. Só beneficiam no destino daquilo que pagaram antes da partida.
Naturalmente, a senhora e o seu séquito não vão acreditar, preferindo insistir na velha e gasta desculpa de que se trata de má-língua. Fazem mal, porque é fácil tirar dúvidas a tal respeito. Havendo na imprensa local quem critique a autarquia, apesar de terem comprado o silêncio da maior parte dos órgãos informativos, não há um único caso de apoiante activo do PS, que escreva louvando a maioria. À excepção de um pretenso "Manuel", cujo estilo é mais de fugir, e denota que o seu autor está de papo cheio. Quanto aos outros, até mesmo alguns conhecidos militantes socialistas, colaboradores regulares na imprensa nabantina, vão avançando reparos críticos nos seus escritos. Querem melhor prova de que só apoia quem foi pago para isso, e mesmo assim, mesmo assim?
É por isso que se considera a recente votação do provedor como uma vitória pírrica, que só não tem grande importância porque se aproxima o final do mandato e do reinado da senhora, quer ela queira quer não.
Para o caso de se ignorar o que possa ser uma vitória pírrica, apesar de estarmos numa terra de gente de elevada craveira geral, esclarece-se o tópico. A expressão tem origem no rei Pirrus I, de Épiro, que após mais uma batalha ganha contra os romanos, mas com elevadas perdas humanas, quando o felicitavam pelo triunfo, declarou que "mais uma vitória assim, e estou derrotado". Assim acontcce agora em Tomar.
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