sábado, 20 de maio de 2023

 



Mata Nacional dos 7 Montes

Apanham-se mais depressa 

os aldrabões que os coxos

As imagens supra são da Rádio Hertz, (a quem se agradece), e referem-se a um evento com nome exótico em inglês, cujos organizadores tiveram o bom senso e o bom gosto de vir para a Mata, em vez de sacrificar ainda mais o já martirizado Mouchão. Até admira como a vereadora do pelouro, uma viciada no Mouchão, foi na conversa desta vez.
Segue-se que agora o ponto é outro. Escreveu o Aleixo que "Prá mentira ser segura/E atingir profundidade/Deve trazer à mistura/Qualquer coisa de verdade". É o caso, bem documentado nas imagens acima. Como os poucos leitores que se interessam por estas coisas ainda se recordam certamente, após anos de denúncias nestas colunas, alertando para a morte lenta da cobertura verde da antiga horta do frades, devido à interrupção do fornecimento de água dos Pegões ao Convento e Castelo, que já data de há vinte anos, a Câmara acabou por acordar.
Não por causa dos danos em si. Apenas porque este ano há tabuleiros, que são expostos no jardim da Mata, convindo que esteja tudo verdinho, como habitualmente, quando desta vez está tudo seco, ou quase.
E foi a surpresa geral. Quando a presidência reclamou finalmente junto do organismo governamental responsável pela antiga Cerca conventual, veio uma resposta de todo inesperada: A culpa não é da falta de água dos Pegões, nem de rega, mas do ataque de um alegado fungo, que também se manifestou noutros locais do país, sem todavia indicarem quais, para simples confirmação.
Salva a honra do convento, que é como quem diz dos funcionários da manutenção que não há, a Câmara avançou logo. Gastou uns milhares de euros para espalhar um insecticida, se calhar daqueles proibidos por essa Europa fora, porque também matam os enxames, para matar o bicho, e ficou à espera.
As fotos acima são como o algodão do conhecido anúncio televisivo. Não enganam. Havendo ou não algum fungo, a maneira como os arbustos estão evoluindo mostra claramente a mentira com perna curta. Se a folhagem tivesse desaparecido devido ao alegado fungo, agora reapareceria toda por igual, uma vez eliminada a causa. Infelizmente não é isso que se vê. O buxo está mesmo seco na sua maior parte, apenas se salvando nalguns raros sítios, graças às chuvas do inverno e às abundantes regas com água da rede, feitas pela calada para evitar escândalo. (Há perdas de rede superiores a 45%, recordam-se? Ou serão também consumidores sem contadores, como parece ser o caso?)
Conhecida a origem do problema, -o desvio da água dos Pegões pelo caminho- o que leva a Câmara a gastar dinheiro com falsas soluções? Ainda não perceberam que, como quase sempre acontece, enganando as pessoas, estão-se a enganar a si próprios como eleitos?


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