Política local
"Olhar Tomar" e não ver a gaita do Gualdim
No seu habitual programa de debate "Olhar Tomar", a Rádio Hertz escolheu desta vez como tema a recente eleição "à rasquinha" do provedor municipal. É uma escolha que, no meu entender, só se pode justificar pela ausência de melhor assunto, por ser evidente a sua analogia com os desafios de futebol.
Em ambos os casos, o resultado está feito, sem possibilidade de alteração, e sem qualquer consequência notável para os espectadores/auditores. Com uma diferença importante, na escolha do provedor não houve árbitro, mas havia VAR, como esta crónica demonstra.
Com as coisas nestes termos, o antes referido programa apenas tinha dois eventuais pontos interessantes ainda por conhecer. A argumentação do vereador socialista, que durante a AM não teve ocasião de se pronunciar e a estranha discrepância na votação final, condicionada pela ausência forçada de debate prévio e pelo voto em urna, coisas muito raras num parlamento municipal.
Infelizmente, as posições do vereador PS agora assumidas são apenas mais do mesmo. A maioria socialista, que não tem governado bem, pensa e assume que tem feito o melhor possível e que o balanço é largamente positivo. É um ponto de vista como outro qualquer, que a seu tempo se verá, nas urnas, se corresponde ou não à realidade . Até lá ficam as posições rígidas do vereador Cristóvão, repetindo a cantilena usual, como de resto era de esperar.
O outro aspecto, a votação em urna sem debate prévio, que mostrou notável discrepância em relação à anterior, ficou sem resposta, como também já era de esperar. Como explicar, com efeito, que os mesmos deputados municipais que imediatamente antes chumbaram de braço no ar as contas camarárias de 2022, desta vez aprovaram na urna a nomeação de um nome fortemente contestado para um cargo municipal novo?
Graças a declarações anteriores das diversas bancadas, é possível determinar que os dois ou três deputados municipais que viraram a casaca e permitiram a vitória socialista à rasca, não vieram das bancadas do PSD nem da direita. É até possível, com mais algum esforço de investigação jornalística, determinar que colectividades locais receberam, antes ou depois, subsídios suplementares, que nunca ocorrem por acaso e permitem aferir o custo dos votos favoráveis em condições difíceis.
Mas destes detalhes ninguém falou no programa da Hertz, por razões tão evidentes que não carecem de explicação suplementar. A política tem destas coisas, legais, porém quanto mais graves quão complicada é a envolvência, e que só contribuem para o descrédito da democracia.
"Se verá nas urnas "
ResponderEliminarNão acredito com um povo destes ,que replicado muitas vezes dará o resultado das últimas eleições para o governo miserável ,que temos !!!
É possível. Muito vai depender das propostas da oposição, que me parece agora bastante mais aguerrida que ultimamente. E o PS tem de arranjar outro cabeça de lista. O Cristóvão? Logo veremos.
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