sexta-feira, 26 de maio de 2023

Manifestações culturais

A MEGALOMANIA NABANTINA

Enviaram-nos a imagem abaixo, com este pequeno texto: "33 mordomos e 300 pessoas na Comissão central, isto é mesmo a sério. Afinal Tomar tem mais gente competente do que se pensava." 
Tomar  a dianteira 3 julga útil acrescentar o seguinte: 300 pessoas na Comissão central dos tabuleiros, quando na Assembleia da República há 250 deputados para todo o país, há qualquer coisa que não bate certo algures. Nas diversas outras comissões, há no total quantas pessoas?
Olhe-se para estes dados:"150 mil espectadores no cortejo dos rapazes, 500 mil no grande cortejo", alguém acredita nestes números, a não ser os bacocos, obnubilados pela idolatria tabuleiral? Em que dados concretos se basearam para chegar a tal conclusão? Bilhetes vendidos? Consumo de cerveja e vinho? Contagem à entrada na cidade? Imagens de satélite? Alguém, minimamente preparado, acredita que 5,5% da população portuguesa se concentra em Tomar, no dia do grande cortejo? 
Não é proibido exagerar, porém sem abusar, sob pena de descrédito total. É aí que estamos. Tanto mais que nem conseguiram saber quantas entradas venderam para o recente Congresso da sopa, com muito menos afluência. Ficaram-se pelo habitual "apontamos para cerca de..." Ou não lhes convém que se saiba? 
Quantos convidados para o banquete, no Salão nobre dos Paços do concelho, fornecido pelo Hotel dos templários, pelo preço muito convidativo de 20 mil euros? Esqueceram-se desse detalhe? Dos mais de 18 mil pães dos 618 tabuleiros, em princípio destinados à distribuição pelo povo durante a "peza",  quantos irão parar ao lixo,  ou acabarão como alimentação animal, porque incomestíveis ao fim de alguns dias?
Um módico de modéstia e de realismo, eis o que vai faltando cada vez mais em Tomar.




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