OPINIÃO
NEM COM MAIORIA ABSOLUTA
Tiago Carrão - PSD
A gestão do Município de
Tomar, responsabilidade da maioria socialista, evidencia cada vez mais a falta
de ambição, a desmotivação, o cansaço e, acima de tudo, a incapacidade de
desenhar e implementar as soluções para romper com a estagnação que o concelho
tem vivido nos últimos anos.
Uma governação socialista
que, ao fim de 10 anos, está em fim de ciclo, está esgotada! Nem com maioria
absoluta, se vislumbra o tal “caminho certo” proposto aos eleitores tomarenses
nas eleições autárquicas de 2021. As opções, as prioridades e as preocupações
não vão ao encontro daquelas que são verdadeiramente as necessidades do
concelho e dos tomarenses.
O documento da Prestação
de Contas do Município de Tomar relativo ao ano de 2022, apresentado pela
governação socialista, não deixa margens para dúvidas. Vejamos apenas alguns
exemplos:
·
Taxas
de execução das Receitas e Despesas na casa dos 70%: os objetivos ficaram por concretizar
ou o Orçamento estava inflacionado;
·
Taxas
de execução das Despesas de Capital e das GOP/PPI na casa dos 50%: quase metade
dos investimentos previstos para 2022 ficaram por cumprir – seriam apenas
meras intenções e promessas para constar no Orçamento?
·
As
Despesas ultrapassaram as Receitas: a Câmara Municipal, governada pela maioria
socialista, gastou mais 2.223 milhões de euros do que recebeu;
·
O
sector do Turismo teve uma execução de 70%, contrastando com a Economia
Local que executou apenas 30%: os investimentos adiados no Parque
Empresarial/Zona Industrial são um reflexo desta opção;
·
As
Despesas Correntes aumentaram mais de 2.8 milhões de euros (13,4%) em apenas
um ano;
·
As
Despesas com Pessoal, que representam 51,6% das Despesas Correntes, aumentaram
40% em 4 anos: em 2018 eram de 8.740 milhões de euros e em 2022 atingiram
os 12.391 milhões de euros; em 2023, podem chegar perto dos 15 milhões. Este
desgoverno não só condiciona a gestão municipal no presente como hipoteca o
futuro da governação autárquica;
·
Os
Fornecimentos e Serviços de Terceiros quase duplicaram em 2 anos: em 2022
eram 8.295 milhões de euros quando em 2020 eram de 4.398 milhões de euros;
·
Os
“Estudos, pareceres, projetos e consultadoria” subiram 582 mil euros
face a 2021 (quando os investimentos ficaram muito longe do que foi anunciado);
·
Os
“Ajustes Diretos” são a regra nas aquisições: os simplificados
representam 91,3% dos procedimentos das aquisições, para além de 60 ajustes
diretos do regime geral;
·
Derrapagens
nas obras públicas
que levam a custos excessivos: os trabalhos a mais e os trabalhos
complementares, praticamente em todas as obras, representam centenas de
milhares de euros que saem dos cofres municipais, ou seja, dinheiro dos
contribuintes desperdiçado pela má gestão de obra. Para não falar dos
constrangimentos e das dificuldades criadas aos tomarenses pelos enormes
atrasos nos prazos de execução das obras.
Em artigo de opinião,
aquando da apresentação das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para
2022, após análise da falta de motivação, estratégia e ambição do documento,
referi que: “Exige-se mais!”. E, mesmo assim, a governação socialista nem um
plano “poucochinho” foi capaz de executar em condições.
Este não é,
garantidamente, o rumo que o PSD ambiciona para Tomar. É por isso que votámos
contra o Orçamento e, também por isso, que votámos contra a Prestação de
Contas. Esta é a única forma de honrar o nosso compromisso com os tomarenses:
votar contra esta gestão municipal socialista, é votar a favor de Tomar!
Acredito que, cada um de
nós tomarenses, tem ao longo dos últimos anos constatado que o descalabro do
“caminho cada vez mais incerto” da gestão municipal da maioria socialista vai
muito além do impacto nas “contas” que vimos nestes documentos. O impacto é
visível no dia-a-dia, na incapacidade em projetar o futuro, na falha em reter e
atrair investimento e talento, na falta de atenção para com os tomarenses e as
suas necessidades reais.
Os tempos que vivemos
exigiam mais da governação municipal e a maioria socialista já deixou bem claro
que não é capaz de mais. Tomar precisa e merece melhor!
Tiago Carrão
Vereador da Câmara
Municipal de Tomar, eleito pelo PSD
Presidente do PSD de Tomar
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