terça-feira, 25 de abril de 2023

 


OPINIÃO

NEM COM MAIORIA ABSOLUTA

Tiago Carrão - PSD

A gestão do Município de Tomar, responsabilidade da maioria socialista, evidencia cada vez mais a falta de ambição, a desmotivação, o cansaço e, acima de tudo, a incapacidade de desenhar e implementar as soluções para romper com a estagnação que o concelho tem vivido nos últimos anos.

Uma governação socialista que, ao fim de 10 anos, está em fim de ciclo, está esgotada! Nem com maioria absoluta, se vislumbra o tal “caminho certo” proposto aos eleitores tomarenses nas eleições autárquicas de 2021. As opções, as prioridades e as preocupações não vão ao encontro daquelas que são verdadeiramente as necessidades do concelho e dos tomarenses.

O documento da Prestação de Contas do Município de Tomar relativo ao ano de 2022, apresentado pela governação socialista, não deixa margens para dúvidas. Vejamos apenas alguns exemplos:

·        Taxas de execução das Receitas e Despesas na casa dos 70%: os objetivos ficaram por concretizar ou o Orçamento estava inflacionado;

·        Taxas de execução das Despesas de Capital e das GOP/PPI na casa dos 50%: quase metade dos investimentos previstos para 2022 ficaram por cumprir – seriam apenas meras intenções e promessas para constar no Orçamento?

·        As Despesas ultrapassaram as Receitas: a Câmara Municipal, governada pela maioria socialista, gastou mais 2.223 milhões de euros do que recebeu;

·        O sector do Turismo teve uma execução de 70%, contrastando com a Economia Local que executou apenas 30%: os investimentos adiados no Parque Empresarial/Zona Industrial são um reflexo desta opção;

·        As Despesas Correntes aumentaram mais de 2.8 milhões de euros (13,4%) em apenas um ano;

·        As Despesas com Pessoal, que representam 51,6% das Despesas Correntes, aumentaram 40% em 4 anos: em 2018 eram de 8.740 milhões de euros e em 2022 atingiram os 12.391 milhões de euros; em 2023, podem chegar perto dos 15 milhões. Este desgoverno não só condiciona a gestão municipal no presente como hipoteca o futuro da governação autárquica;

·        Os Fornecimentos e Serviços de Terceiros quase duplicaram em 2 anos: em 2022 eram 8.295 milhões de euros quando em 2020 eram de 4.398 milhões de euros;

·        Os “Estudos, pareceres, projetos e consultadoria” subiram 582 mil euros face a 2021 (quando os investimentos ficaram muito longe do que foi anunciado);

·        Os “Ajustes Diretos” são a regra nas aquisições: os simplificados representam 91,3% dos procedimentos das aquisições, para além de 60 ajustes diretos do regime geral;

·        Derrapagens nas obras públicas que levam a custos excessivos: os trabalhos a mais e os trabalhos complementares, praticamente em todas as obras, representam centenas de milhares de euros que saem dos cofres municipais, ou seja, dinheiro dos contribuintes desperdiçado pela má gestão de obra. Para não falar dos constrangimentos e das dificuldades criadas aos tomarenses pelos enormes atrasos nos prazos de execução das obras.

Em artigo de opinião, aquando da apresentação das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2022, após análise da falta de motivação, estratégia e ambição do documento, referi que: “Exige-se mais!”. E, mesmo assim, a governação socialista nem um plano “poucochinho” foi capaz de executar em condições.

Este não é, garantidamente, o rumo que o PSD ambiciona para Tomar. É por isso que votámos contra o Orçamento e, também por isso, que votámos contra a Prestação de Contas. Esta é a única forma de honrar o nosso compromisso com os tomarenses: votar contra esta gestão municipal socialista, é votar a favor de Tomar!

Acredito que, cada um de nós tomarenses, tem ao longo dos últimos anos constatado que o descalabro do “caminho cada vez mais incerto” da gestão municipal da maioria socialista vai muito além do impacto nas “contas” que vimos nestes documentos. O impacto é visível no dia-a-dia, na incapacidade em projetar o futuro, na falha em reter e atrair investimento e talento, na falta de atenção para com os tomarenses e as suas necessidades reais.

Os tempos que vivemos exigiam mais da governação municipal e a maioria socialista já deixou bem claro que não é capaz de mais. Tomar precisa e merece melhor!

Tiago Carrão
Vereador da Câmara Municipal de Tomar, eleito pelo PSD
Presidente do PSD de Tomar


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