Autárquicas 2021

CANDIDATOS E COLIGAÇÕES

António Rebelo

Foi anunciado ontem o candidato da CDU. É Paulo Macedo, até agora deputado municipal, que troca com Bruno Graça, ex-vereador que não conseguiu a reeleição em 2017. São dois excelentes candidatos, sérios, honrados e trabalhadores. Paulo Macedo com um perfil mais requintado que Bruno Graça, mas ambos ambicionando uma sociedade socialista. Se for eleito, Bruno Graça regressa à AM quatro décadas depois e noutra bancada. Nos idos de 80 sentou-se como independente na bancada do PS.

Quase em simultâneo, o CDS apresentou a sua coligação como o MPT e o PPM. Tenho uma excelente impressão do candidato Eng. Caldas Vieira, embora não tenha ainda conversado com ele, como espero vir a  ter o prazer.

Ao recusar liderar esta coligação, ao que tudo indica por questões de protagonismo, ganância e soberba, o PSD-Tomar queimou o seu principal trunfo, embora ainda esteja a tempo de reconsiderar. Oxalá acabe por prevalecer o bom senso e a melhor solução para Tomar. Para evitar que aos laranjas nabantinos se possa aplicar o dito popular "Quem tudo quer tudo perde." Para já, parece-me evidente que "têm mais olho que barriga", o que é pena.

Do Chega nada de novo se sabe. O candidato parece ter excelente envergadura para a função a que se candidata, mas falta conhecer os seus objetivos, bem como o programazinho bem explicadinho.

No extremo oposto, dos bloquistas locais nada de novo se espera, mais a mais com o mesmo candidato de 2017, o sereno Luís Santos. Conseguirão quase de certeza representação na AM, mas quanto à vereação nem pensar. Tomar é uma cidade pacata e conservadora, pouco ou nada interessada em apoiar causas fraturantes, a especialidade do BE.

Guardei para o fim o PS, numa situação que me atormenta. A tal ponto que, pela primeira vez, nele não tenciono votar. Reconheço que os membros da atual maioria são pessoas simpáticas e sérias, com destaque para a srª presidente Anabela Freitas. Uma excelente política e relações públicas que infelizmente se transformam em ralações públicas na área da gestão. Como está à vista de quem não seja clubisticamente cego. As sucessivas obras falhadas aí estão. O dinheiro que custaram é que já não.

Prognósticos só após a contagem dos votos, mas são tantos os erros do PSD local que a vitória socialista continua a ser possível. Sem projeto capaz, caso não integre um sólido plano de desenvovimento turístico, se vencerem ainda assim por falta de comparência de adversário à altura, vão ser quatro anos de acentuada decadência, que nem as obras ornamentais vão conseguir disfarçar, nem os subsídios exagerados fazer esquecer. Mas como, se ganhar, será de qualquer maneira o último mandato de Anabela Freitas em Tomar, quem ficar nas margens do Nabão que se amanhe.