Ruinas do claustro do ex-Convento de Santa Iria
Política local
PENSAMENTO POSITIVO
É NEGATIVO PARA TOMAR
António Rebelo
A tendência é bem conhecida. Quando se ousa criticar a maioria camarária que faz de conta que nos apascenta, ou os técnicos autárquicos, superiores de título, mas inferiores em qualidade, bem como os apaniguados mais ferrenhos do quadrado rosa, é-se logo apodado de mau tomarense e má-língua. Jogada hábil, que consiste em desviar o foco dos criticados e da crítica para o autor do texto. Como se tivesse algo a ver.
Na mesma linha, quando se publicam textos noticiosos considerados desagradáveis, ou inconvenientes, grande parte dos leitores habituais recusa-se a lê-los até ao fim e não os recomenda a ninguém. Preferem acreditar que não aconteceu nem existe o que é relatado. Trata-se do célebre pensamento positivo, afinal uma atitude de adolescente com dificuldades de crescimento.
Indo a coisas mais claras, já todos os professores da zona se deram conta que o cada vez mais acentuado êxodo da população, faz com que cada vez haja menos alunos e mais professores com menos turmas ou até sem horário distribuído. Na mesma linha, ali nos Paços do concelho, por exemplo, todos aqueles que passam manhãs e tardes ocupando o tempo com banalidades na internet, ou a coçar a micose, já se deram conta certamente que a sua situação profissional é cada vez menos segura.
Tempos virão, mais cedo que tarde, em que um funcionário municipal para menos de 70 habitantes, será considerado uma carga insuportável pelo orçamento do Estado, via orçamento municipal. E aí, e aí...
Colaborando na farsa, estão portanto uns e outros a cavar as próprias sepulturas profissionais.
Tudo isto para enquadrar a triste e decrépita situação tomarense. Abundam as lacunas, mas ninguém as considera importantes. Em vez do reino da ação, estamos no reino da falação e da ornamentação. Blá-blá-blá-blá-blá-blá, pardais ao ninho. E venha mais uma rua para enfeitar.
Exemplos. Há oito anos, no início do atual reinado da conversa, fazia falta um parque de campismo, fazia falta estacionamento abundante junto ao Convento, fazia falta realargar a estrada do Convento, fazia falta requalificar a rede de esgotos da zona junto ao hospital velho, fazia falta modernizar a estrada de Carvalhos de Figueiredo, fazia falta arranjar a estrada de Paialvo, fazia falta encontrar maneira de os turistas descerem à cidade, fazia falta estacionamento em quantidade na área do núcleo histórico, fazia falta instalar sanitários modernos e amplos em toda a cidade, fazia falta identificar a origem da poluição do Nabão, fazia falta resolver o problema do velho e arruinado convento de Santa Iria, fazia falta restaurar e dar uso à ex-esquadra da PSP, que é da Câmara, fazia falta recuperar e reocupar o ex-GAT, no Convento de S. Francisco, fazia falta restaurar o claustro norte de S. Francisco, fazia falta tentar reaver o edifício do Banco de Portugal, que foi comprado pelas câmara da ex-região de turismo e ursurpado pelo turismo de Lisboa, fazia falta sinalização turística, fazia falta instalar o museu do brinquedo, fazia falta, fazia falta, fazia falta...
Ainda cheguei a estar convencido que tão lamentável estado de coisas provinha da ignorância, da carência de recursos humanos de qualidade e da falta de ajuda à atual maioria. Resolvi por isso avançar com uma proposta. Foi tempo perdido. Julgam que sabem tudo e não precisam da ajuda de ninguém. Como refere alguém que os conhece bem "consideram-se a última bolacha do pacote".
Pois que Deus os ajude e tenha piedade deles. Com o meu voto não contam. E vou recomendar a quem me lê que faça como eu. As outras candidaturas também não são de primeira água? Tudo menos um novo mandato socialista. Se viesse a acontecer, seria a pior coisa para Tomar.
Pra melhor contem comigo. Pra pior já basta assim.
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